Jornal O Estado de S. Paulo
'O que eu mais quero mesmo é ser prefeita', diz Soninha
Atual subprefeita da Lapa confirmou candidatura ao governo na eleição de 2010, pelo PPS, mas mira a prefeitura
Soninha Francine será candidata ao governo do Estado de São Paulo pelo PPS, em 2010, mas quer mesmo conquistar a Prefeitura de São Paulo. Em entrevista ao estadao.com.br nesta terça-feira, 7, a atual subprefeita da Lapa reconhece ter poucas chances de ganhar, mas quer entrar na disputa em 2010 para "ajudar a pautar" e conta que se " aposentou" na vida parlamentar.
"Então, quando o partido cogitou disputar o Executivo estadual, eu falei 'Aí é outra historia'. Porque, embora meu grande plano, o que eu mais quero mesmo é ser prefeita, eu topo participar da disputa do Executivo estadual".
O ato político que apresentará a candidata do PPS já está marcado para o dia 23 de agosto, com a participação de parlamentares, prefeitos, vereadores e lideranças do partido no Estado.
Confira os principais trechos da entrevista:
Como foi a negociação com o partido? Você foi pega de surpresa?
Ontem foi a reunião da executiva estadual e me fizeram esta proposta. Claro que já tinham me sondado antes, para saber o que eu achava dessa ideia. Para o PPS, adorariam que eu disputasse a eleição de 2010. Eu fiquei feliz com a nossa campanha para a prefeitura, eles também, com o resultado e campanha em si. Eu tive total liberdade para criticar e elogiar o que eu acredito.
Eu disputar em 2010 seria muito importante, só que eu falei muitas vezes no partido e em entrevistas que eu não tenho nenhuma vontade de ser parlamentar de novo. Foi super bom ter sido vereadora, não saberia um décimo do que eu sei caso não tivesse vivido lá quatro anos. Mas não quero mais, no poder público eu tenho vontade de trabalhar no Executivo. É um inferno aqui na subprefeitura, mas é um inferno que eu quero. Deixei bem claro para o partido que seria um sacrifício imenso para mim ser deputada, eu fui em 2006, mas foi sem vontade, eu não consigo convencer ninguém.
Mas é uma vontade do partido e você concordou, então?
Então, quando o partido cogitou disputar o Executivo estadual, eu falei "aí é outra historia" porque embora meu grande plano, o que eu mais quero mesmo é ser prefeita, eu topo participar da disputa do Executivo estadual.
Por quê?
Porque é importante. Porque por menor que sejam as minhas chances, tudo bem, surpresas acontecem e seria incrível, mas eu adorei participar do debate ano passado, terminei em 5º lugar. E mostrar mesmo uma visão de cidade, administração pública e de política. Eu quero entrar na discussão.
Você está preparada?
Então preciso tomar uma injeção de ânimo e vitamina para ser candidata de novo ano que vem. Esse negócio de ser candidata a cada dois anos é de matar. Tem o cansaço físico, vou ter de viajar pelo Estado.
Você topou ano que vem de olho na Prefeitura dali a dois anos?
Ah, eu continuo de olho na Prefeitura. Se eu tivesse dois convites e me perguntassem: você quer ser prefeita ou governadora, eu quero ser prefeita. A eleição em si tem um valor, seja quem for que vai ganhar o governo, eu quero ajudar a pautar. Se fosse uma vaga na Câmara, eu ia criar um problema com o partido, eu não quero.
Você falou que se fosse para disputar um mandatoparlamentar, você não aceitaria. Contribuiu aquele desgaste da polêmica, do ano passado, na sabatina do Estadão?
Eu não querer mais ser parlamentar tem tudo a ver com aquilo que eu disse: O parlamento, pelo costume, se gasta muita energia com a política em si, disputa partidária, blocos, governo e oposição. Você tem como pano de fundo os problemas reais.
Não vale mais a pena ser parlamentar então?
Vale, para quem queira passar por isso (que eu passei). Eu já tive meu mandato e não quero ter outro.