Mas também deve gerar pelo menos quatro novos cargos e mais um gabinete de Liderança, semelhante ao que o Governo e cada partido com representação na Câmara Municipal de São Paulo já possuem.
Politicamente, apenas a bancada do PSDB e os vereadores Ricardo Young (PPS), Gilberto Natalini (PV) e Toninho Vespoli (PSOL) tem uma atuação independente da ampla maioria governista. Com essa leitura, uma Liderança da Minoria com mais dois vice-líderes, como propõe o vereador petista, atenderia diretamente estes parlamentares não alinhados ao prefeito.
Porém, contextualizando a proposta, vemos que não é bem assim. Até ser votado, o projeto que acaba de ser apresentado percorre um trâmite burocrático por comissões internas antes de chegar ao plenário. Estamos no penúltimo ano da atual legislatura. No ano de 2016 tem eleição. Na prática, se e quando for aprovada a tal Liderança da Minoria, estaremos às vésperas da posse do futuro prefeito (já que é improvável que Haddad seja reeleito, bem como é quase certo que a bancada petista será reduzida).
Então, ao invés de beneficiar a oposição, como aparenta, o vereador Reis está na verdade legislando em causa própria, preparando o terreno para o PT herdar mais uns carguinhos na estrutura da Câmara quando for defenestrado nas urnas.
Se não bastasse a Casa - presidida pelo vereador Antonio Donato (PT) - ter aprovado há um mês o polêmico projeto que cria um cabidão de 660 novos cargos para cabos eleitorais dos 55 vereadores, essa proposta do companheiro petista abre uma brecha para mais um gabinete com funcionários de livre provimento, a um custo anual aproximado de R$ 500 mil.
Traduzindo do "politiquês": ao criar a função de Líder da Minoria e mais dois vice-líderes, com as mesmas prerrogativas das Lideranças partidárias e de Governo, serão criados novos cargos de livre nomeação (provavelmente um chefe de gabinete e três assessores). Um acréscimo de cerca de R$ 40 mil mensais só com folha de pagamento (salários e gratificações), fora os demais benefícios.
Isso é uma vergonha! Um absurdo! Um deboche!
O autor desta proposta é também o pai de outra iniciativa bastante peculiar: foi dele a ideia genial de conceder um título de cidadão paulistano ao presidente da Fifa, o suiço Joseph Blatter, envolvido num escândalo mundial de corrupção.
O vereador Reis, ou Paulo Batista dos Reis, foi policial militar de 1988 a 1992 e, desde então, é policial civil. Até assumir a titularidade na Câmara, assessorava o deputado e presidente nacional do PT, Rui Falcão.
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