terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dois dias muito didáticos na Câmara de São Paulo

Sabíamos que haveria polêmica na volta do recesso da Câmara Municipal de São Paulo.

Dizíamos isso no artigo "De olho nos vereadores", publicado na sexta-feira.

Mas as cenas que ocorreram nesta segunda, dia 10, num necessário debate entre taxistas e defensores do aplicativo Uber, falam por si.

São extremamente didáticas do funcionamento do parlamento paulistano e do comportamento de parte dos 55 vereadores.

Veja a repercussão do debate organizado pelo vereador Ricardo Young (PPS):

Debate sobre o Uber termina em bate-boca na Câmara de São Paulo

Defensor do Uber de 17 anos discute com vereador na Câmara

Nesta terça-feira, não perca por esperar, vão acontecer novos momentos de telecatch verbal (esperamos que não partam para as "vias de fato") e mais humor involuntário durante a apreciação, em primeira votação, do Plano Municipal de Educação, sobretudo no capítulo sobre discussão de gênero.

Há um embate entre membros de movimentos feministas e LGBT contra religiosos e grupos conservadores, que não admitem que o texto a ser votado faça menção direta a sexualidade, diversidade e relações de gênero, ainda que o objetivo principal seja superar preconceitos, discriminação, violência sexista, homofóbica e transfóbica no ambiente escolar.

O principal argumento contrário é que se trata de "ideologia de gênero", ou seja, uma suposta tentativa de impor ideologias e doutrinas a alunos sem o consentimento dos pais, ameaçando a família.

Por outro lado, educadores rebatem: "O termo ideologia de gênero, é, em poucas palavras, conceber que crianças nascem sem sexo, que gêneros sexuais são construções sociais e culturais, e não biológicas. Dessa forma, os alunos não seriam tratados como meninos e meninas, mas como indivíduos assexuados, neutros, para que eles próprios escolhessem seu gênero no futuro, havendo, assim, um incentivo para que fossem homossexuais, travestis, transexuais e transgêneros."

A discussão - com cenas dignas de comédia pastelão - prossegue na Câmara. Entendemos que deve haver um equilíbrio e bom senso no debate, em vez da polarização típica das torcidas de futebol.

O #ProgramaDiferente realizou um debate sobre o "Respeito à Diversidade e o Combate à Homofobia", com a presença de Laerte Coutinho, cartunista que se assumiu transgênero há quatro anos; do psicólogo Eliseu Neto, coordenador do PPS Diversidade; e de Majú Giorgi, criadora do grupo Mães pela Diversidade, que luta pelos direitos dos filhos gay. Em breve estará disponível na TVFAP.net e no Blog do PPS. Aguarde.

Enquanto isso, veja também: