quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Quando os políticos saem na chuva... Se queimam!

A política no Brasil está de pernas para o ar. Se não bastassem todos os escândalos de corrupção e a crise se agravando dia após dia, os recentes posicionamentos da situação e da oposição parecem seguir a direção da biruta de aeroporto.

Não apenas em Brasília, foco principal dos acontecimentos, mas também nos estados e municípios. Tá todo mundo louco!

Veja que amanhecemos nesta quarta-feira, 26 de agosto, com imagens e notícias absolutamente emblemáticas do caos político-partidário que vivemos.

O PSDB avisa que não vai liderar o processo de impeachment, e "adia" reunião com os demais representantes da oposição para tratar do assunto.

 O governador Geraldo Alckmin recebe a presidente Dilma Roussef no interior de São Paulo como um gentleman, só pensando em 2018. A cena do guarda-chuva é icônica da "proteção" que o tucano oferece à petista. Risível.

Na capital paulista, a votação do Plano Municipal de Educação completa o samba do político doido.

A polêmica em torno da discussão do gênero nas escolas é o pano de fundo de todo o preconceito e conservadorismo burro que domina os nossos políticos.

Ganha quem faz mais barulho. A bancada evangélica se uniu à claque católica que foi à Câmara "em defesa da família" contra a inclusão da orientação sexual, da promoção da igualdade e do combate à homofobia nas escolas de São Paulo, pelos próximos 10 anos. Resultado: discursos hipócritas e cenas de demagogia explícita, que deixaram o tema essencial (a própria Educação) em último plano.

Entenda aqui:
PPS vota contra Plano Municipal de Educação, carta "vazia" de diretrizes e metas


O mais inusitado foi a chamada "vitória de Pirro" do governo Haddad. Ou seja, o PT - que historicamente sempre defendeu a diversidade e os direitos humanos - cedeu à pressão conservadora da base de sustentação do prefeito Ruinddad e tirou a discussão de gênero do plano. Pior: sob os gritos de "Fora PT", endossou a tese vencedora, absolutamente equivocada.

Triste decadência, o PT venceu o PT. A gestão Haddad deu uma pedalada nas bandeiras mais justas e tradicionais da esquerda, como a igualdade e o humanismo, para festejar com a direita mais retrógrada o recrudescimento do ódio e da intolerância. Tudo, claro, em nome de Deus. (Meu Deus! Perdoe-os!)

Registrem-se apenas os quatro votos contrários à cruzada inquisitória, que mantiveram um mínimo de coerência e sensatez: Claudio Fonseca (PPS), Toninho Vespoli (PSOL) e Netinho de Paula (PDT), estes como únicos representantes destes três partidos na Câmara, e Juliana Cardoso (PT), líder de uma bancada sem liderança e sem destino, à espera da derrota nas urnas em 2016.