O Brasil que eu quero, parodiando a campanha que se encerra na TV, é muito mais justo, colorido, feliz, fraterno, sustentável e igualitário. Tem espaço para as nossas crenças e ideias, para a sua e a minha ideologia e para o livre desejo de viver, cada um como bem entender, respeitando o direito de todos e a múltipla diversidade.
No Brasil que eu quero, como ensinaram na insistente chamada global, o celular devia ficar deitado, mas o povo necessita seguir de pé, firme, altivo, combativo, alerta. Em berço esplêndido, só vai repousar eternamente a nossa história. Porque o dia-a-dia é de luta incessante, travada nas ruas e nas redes sem descanso. É a nossa hora!
No Brasil que eu quero, está liberado o porte de ALMA. Todo cidadão de bem precisa e merece andar AMADO. No Brasil que eu quero, cabe preto, cabe branco e cabe índio. Cabe mulher, cabe homem e cabe aquilo que para mim ainda parece indefinido. Cabem os direitos humanos e os direitos dos bichos.
No Brasil que eu quero cabe tudo e todo mundo, menos o ódio, a intolerância e o preconceito. Porque grita mais alto o orgulho do que cada um é e ainda pode ser, com o devido respeito. Pode ser hétero, pode ser gay, pode ser trans, pode ser ou não ser. Rico ou pobre, jovem ou velho, sulista ou nortista, conservador ou liberal. Pode ser ateu, evangélico, católico, espírita e macumbeiro. Pode querer. Pode não querer. Sim é sim. Não é não.
No Brasil que eu quero, nossos filhos vão à escola. Não vão para o farol pedir esmola. Voam alto nos sonhos de criança, não viram avião do tráfico como única esperança. Tem creche, tem merenda, tem bala e doce, não tem bala perdida. No Brasil que eu quero tem casa, tem emprego, tem segurança e riqueza dividida. Tem praça, tem parque, tem saúde preventiva, médico e hospital para quem precisa.
No Brasil que eu quero a política é a oportunidade da mediação dos interesses, palco de negociação da coisa pública, não o teatro da esperteza interesseira dos oportunistas da República. É a independência dos poderes, que funcionam em harmonia. Não a ladainha dos poderosos, que transformam a democracia em circo, o plenário em picadeiro e a tribuna em rinha. É o espaço para a vocação dos bons, não o despacho para a invocação do mal.
No Brasil que eu quero não precisamos de falsos heróis, salvadores ou profetas. Dispensamos saídas extremistas à direita ou à esquerda. Preferimos a mão dupla, mais acessível, acolhedora, mediadora, equilibrada, ambidestra. O Brasil que eu quero está logo ali no horizonte do dia 7. Está ao alcance do meu e do seu dedo. Pois então que apontemos certo na urna para o Brasil que queremos.
Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), editor do Blog do PPS e apresentador do #ProgramaDiferente