terça-feira, 24 de julho de 2018

Façam as suas apostas para 7 de outubro

Assim como em ano de Copa do Mundo todo mundo se julga na prática um técnico de futebol e não dispensa os divertidos bolões para apostar nos resultados dos jogos e antecipar o virtual campeão, em época de eleição todo cidadão também se acha no direito de palpitar sobre as principais candidaturas, ensaia análises e arrisca prognósticos. Como bons brasileiros, vamos manter essa tradição :-)

Na disputa presidencial, a principal dúvida é a seguinte: com a previsível impugnação da candidatura de Lula, inelegível por conta da prisão e da ficha suja, quem herdará esse eleitorado que ainda hoje manifesta preferência pelo petista - líder em todas as pesquisas com algo em torno de 30% dos votos? O PT vai arrastar essa não-candidatura até que ponto? E depois, vai lançar Fernando Haddad ou Jaques Wagner? Qual será o percentual de transferência destes votos de Lula? Alguma chance de apoiar Ciro Gomes?

No outro extremo, dividindo a liderança das pesquisas e encarnando ainda hoje o principal candidato anti-petista, segue firme Jair Bolsonaro (PSL). Com pouquíssima estrutura partidária e escassos segundos na propaganda oficial de rádio e TV, será que ele conseguirá se manter em evidência? Esse eleitorado saturado dos candidatos tradicionais e revoltado com a política de modo geral seguirá fiel ou, iniciada a campanha, haverá um esvaziamento natural da sua candidatura?

Quem vai para o segundo turno, afinal? O principal nome que desponta para quebrar essa polarização Lula x Bolsonaro, que vinha se repetindo há meses nas sondagens eleitorais, parece ser agora Geraldo Alckmin (PSDB), graças ao apoio do "Centrão", que garante ao tucano maioria absoluta no tempo de TV e uma campanha estruturada por todo o país. O que pode dar errado? O desgaste do PSDB e dos partidos aliados, quase todos envolvidos na Lava Jato, a rejeição ao ex-governador paulista e o desinteresse do eleitorado pela propaganda eleitoral tradicional.

Aí, por fora, correm Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e Ciro Gomes (PDT) - este principalmente se receber o reforço do PSB. A aposta de ambos é herdar parcela significativa tanto do eleitorado órfão de Lula como do voto anti-Bolsonaro que não vê em Alckmin uma alternativa consistente da mudança desejada para o Brasil.

O restante dos candidatos, com todo o respeito, vai fazer mera figuração: de Guilherme Boulos (PSOL) a João Amoêdo (Novo), passando por Henrique Meirelles (PMDB) para cumprir tabela na defesa do indefensável e indesejável presidente Michel Temer. Sem medo de errar, podemos apostar que o jogo de 2018 se limita a Bolsonaro, Alckmin, Marina, Ciro e o indicado de Lula.

Se ainda prevalecer, para a decisão final do eleitor, a importância da estrutura tradicional de campanha, o favoritismo é de Alckmin contra o candidato petista. Por outro lado, se as redes sociais e o descontentamento com a política e com os políticos tiverem um peso preponderante nesta eleição, como jamais ocorreu até então, Bolsonaro e Marina serão as candidaturas potencialmente favorecidas.

É esperar para conferir.

E você, arrisca um palpite?