Enquanto diversos partidos e lideranças políticas pregam a busca de uma candidatura de consenso do chamado "centro democrático e reformista" para a Presidência da República, o cenário eleitoral de São Paulo está cada vez mais dividido e afunilado entre três opções exatamente deste mesmo campo partidário e ideológico: João Doria (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Marcio França (PSB).
O curioso é que, pela trajetória política e pelo histórico de ideias, propostas e realizações, os três poderiam facilmente estar no mesmo palanque - e talvez até estejam em determinado momento na disputa nacional. Porém, a concorrência pelo Governo do Estado promete ser acirrada. Pior: periga baixar o nível com o início da propaganda eleitoral e o emparelhamento nas pesquisas, transformando em inimigos aqueles que em situação normal, fora da guerra pelos votos, nem adversários seriam.
Partidos de oposição (leia-se o PT e seus satélites), que assistem há mais de duas décadas o domínio do PSDB e de seus apoiadores no comando do Governo de São Paulo, já traçam as suas estratégias para interferir no resultado de 2018. Como não têm nomes próprios com peso suficiente para chegar a um eventual 2º turno (que não acontece na disputa estadual desde 2002), buscarão provavelmente na candidatura de Marcio França um "cavalo de troia" para chegar ao Palácio dos Bandeirantes.
Os movimentos destes próximos quinze dias - de 20 de julho a 5 de agosto, o prazo legal para oficialização das candidaturas e das coligações partidárias - dará o desenho exato dessa estratégia de vale-tudo e do papel que cada um dos três principais concorrentes ao Governo de São Paulo vai desempenhar até 7 de outubro. É bom o cidadão paulista ficar alerta para não virar vítima involuntária de alguma "pegadinha" eleitoral. Será que temos cara de otários?