quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Depois do TSE com a Serasa, a Prefeitura de SP...

Se não bastasse a polêmica cessão pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) do cadastro de eleitores brasileiros à Serasa Experian, agora são os funcionários públicos de São Paulo que têm seus dados pessoais disponibilizados para fins comerciais de uma empresa privada.

Pois servidores da Prefeitura de São Paulo estão recebendo do número (11) 99677-9579, em seus celulares particulares, anúncio da empresa Chefaly Consultoria Empresarial, oferecendo um "crédito especial" do BMG. 

Segundo informações disponíveis na mídia, o Banco BMG é o principal negócio do grupo empresarial de mesmo nome, com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais. As operações de empréstimo em consignação representam o principal foco do banco, auto-declarado pioneiro neste nicho de mercado. 

Trata-se da concessão de empréstimos em consignação, com desconto em folha de pagamento, para aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos municipais, estaduais e federais, militares das forças armadas e funcionários de empresas conveniadas.

O BMG também é patrocinador de vários times de futebol, como o atual campeão da Libertadores da América, Atlético Mineiro, além de Cruzeiro, América, Coritiba, Vasco, entre outros mais de 40 clubes.

Dono e presidente do Banco BMG, o mineiro Ricardo Guimarães foi condenado no ano passado, pela Justiça Federal em Minas Gerais, a sete anos de prisão por participar do esquema do mensalão. Ele é um dos homens mais influentes do futebol brasileiro. Seu poder não se limita ao patrocínio de camisas. Só em 2011, alguns dos principais clubes terminaram o ano devendo pelo menos R$ 253 milhões ao banco em empréstimos. Atletas como Paulinho, Dedé e Montillo têm parte de seus direitos vinculados ao fundo de investimentos do BMG, o Soccer BR1.

Segundo reportagem do Estadão, o atual camisa 10 da seleção brasileira, Oscar, também fazia parte do portfólio do grupo, que lucrou com a venda do meia para o Chelsea - a segunda maior transação da história do futebol brasileiro, no total de 30 milhões (cerca de R$ 80 milhões). O Soccer BR1, no entanto, não revela qual era o porcentual.

Mineiro de Belo Horizonte, Ricardo Guimarães já nasceu herdeiro de banco. O Banco de Minas Gerais (só passou a adotar a sigla BMG em 1963) foi fundado pelo avô de Ricardo, Antônio Mourão Guimarães, em 1930. O acionista majoritário do banco é o filho de Antônio e pai de Ricardo, Flávio Pentagna Guimarães, também condenado no ano passado, aos 84 anos, pela Justiça Federal em Minas por participar do mensalão, mas a 5 anos e seis meses de prisão.

Ligamos para o número (11) 3123-1066 às 18h30 desta terça-feira, 13 de agosto. Segundo o atendente Pedro, basta informar o RF (registro do funcionário) e o telefone para um empréstimo "sem limite".

"A vantagem do consignado é que não importa se o senhor tem nome sujo ou não, a gente faz mesmo assim", esclarece o atendente. "E no caso de falecimento, a sua família não herda a dívida".

Ufa! Tranquilizador...

Parabéns, prefeito Fernando Haddad. Os funcionários públicos da Prefeitura de São Paulo agradecem pela quebra de sigilo de seus dados pessoais e por mais essa vantagem incrível graças à gestão do PT!