Capitaneados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, com respaldo do ministro do STF Ricardo Lewandowski, dos 20 fiéis escudeiros pró-Dilma e de outros 16 senadores vira-casaca que optaram inexplicavelmente por rasgar de fato a Carta Magna do país, um total de 36 senadores votou para desmembrar o julgamento do impeachment em duas apreciações distintas, o que permitiu a aprovação do afastamento definitivo da presidente por 61 votos a 20, mas poupou-a da punição prevista constitucionalmente, por não ser atingido o quórum mínimo de 54 votos para cassar seus direitos políticos por 8 anos.
Quer dizer, deram uma no cravo e outra na ferradura. Não faz o mínimo sentido votar SIM pelo impeachment, apontando o crime de responsabilidade de Dilma, e NÃO pela punição prevista na Constituição para esse tipo de crime. Caíram direitinho no jogo do PT e do próprio grupo de Renan Calheiros, que sinalizou para o presidente Michel Temer que, para garantir maioria no Senado, terá que comer na sua mão. Típico do sujeito que é governo desde a época do Collor, passando por Itamar Franco, FHC duas vezes, Lula duas vezes e Dilma duas vezes.
Veja quem são os 16 senadores que aprovaram destituir Dilma da Presidência, mas rejeitaram inabilitá-la a exercer cargos públicos:
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Cidinho Santos (PR-MT)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Hélio José (PMDB-DF)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Telmário Mota (PDT-RR)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Três senadores que votaram "sim" pelo afastamento definitivo se abstiveram na segunda votação. São eles:
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Lamentamos ainda que o senador Cristovam Buarque (PPS/DF), sempre coerente, sensato e certamente por motivos distintos dos chantagistas do PMDB, tenha também caído nessa conversinha-mole dos protetores de Dilma Rousseff. Ao votar SIM pelo impeachment e NÃO pela sua punição constitucional, ele conseguiu a proeza de desagradar ambos os lados, ou 100% do eleitorado.