quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O PT tinha razão: parte do PMDB é mesmo golpista e alguns senadores rasgaram a Constituição Federal

Num "morde e assopra" surreal e surpreendente depois da histórica aprovação do impeachment, um ato político-jurídico absolutamente democrático e constitucional, parte do Senado resolveu enriquecer a "narrativa do golpe", esperança derradeira para a sobrevida petista nos próximos anos, aprovando uma espécie de anistia à condenada Dilma Rousseff após ela ser defenestrada da Presidência da República.

Capitaneados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, com respaldo do ministro do STF Ricardo Lewandowski, dos 20 fiéis escudeiros pró-Dilma e de outros 16 senadores vira-casaca que optaram inexplicavelmente por rasgar de fato a Carta Magna do país, um total de 36 senadores votou para desmembrar o julgamento do impeachment em duas apreciações distintas, o que permitiu a aprovação do afastamento definitivo da presidente por 61 votos a 20, mas poupou-a da punição prevista constitucionalmente, por não ser atingido o quórum mínimo de 54 votos para cassar seus direitos políticos por 8 anos.

Quer dizer, deram uma no cravo e outra na ferradura. Não faz o mínimo sentido votar SIM pelo impeachment, apontando o crime de responsabilidade de Dilma, e NÃO pela punição prevista na Constituição para esse tipo de crime. Caíram direitinho no jogo do PT e do próprio grupo de Renan Calheiros, que sinalizou para o presidente Michel Temer que, para garantir maioria no Senado, terá que comer na sua mão. Típico do sujeito que é governo desde a época do Collor, passando por Itamar Franco, FHC duas vezes, Lula duas vezes e Dilma duas vezes.

Veja quem são os 16 senadores que aprovaram destituir Dilma da Presidência, mas rejeitaram inabilitá-la a exercer cargos públicos:

Acir Gurgacz (PDT-RO)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Cidinho Santos (PR-MT)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Hélio José (PMDB-DF)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Telmário Mota (PDT-RR)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Wellington Fagundes (PR-MT)

Três senadores que votaram "sim" pelo afastamento definitivo se abstiveram na segunda votação. São eles:

Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)

Lamentamos ainda que o senador Cristovam Buarque (PPS/DF), sempre coerente, sensato e certamente por motivos distintos dos chantagistas do PMDB, tenha também caído nessa conversinha-mole dos protetores de Dilma Rousseff. Ao votar SIM pelo impeachment e NÃO pela sua punição constitucional, ele conseguiu a proeza de desagradar ambos os lados, ou 100% do eleitorado.