sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Então Haddad quer uma TV pra chamar de sua?

Essa história do prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição, prometer a criação de uma TV municipal por R$ 10 milhões anuais (segundo ele, menos de 10% do Orçamento da Prefeitura de São Paulo para publicidade oficial) é mais uma dessas peças de campanha sem pé nem cabeça. Fora da realidade. Pura demagogia e irresponsabilidade. Estelionato eleitoral.

No capítulo "Por uma alternativa de comunicação", do seu plano de governo, Haddad faz um claro aceno aos petistas órfãos da máquina federal, que viveram os últimos anos pendurados na mídia estatal e nos veículos autointitulados "independentes" ou "alternativos", rótulos politicamente (in)corretos para a imprensa chapa-branca pró-PT mantida com patrocínio dos governos Lula e Dilma, que acabaram de perder a boquinha e agora abrem um bocão com tanto mimimi e chororô.

O programa de Haddad descreve o controle privado dos meios de comunicação como um "perigoso fator de desequilíbrio democrático" no país. Certinho. Só esqueceu de dizer que, na mão inversa, foi criado um cabidão no plano federal, a TV Brasil, com um custo que deve chegar a R$ 535 milhões neste ano. Nem precisa dizer que ninguém assiste, precisa? Mas , fala sério: como a TV do prefeito custaria apenas 0,2% desse montante? Ou é uma promessa mentirosa no município, ou um rio de dinheiro jogado fora a partir de Brasília. Ou os dois? E aí, arrisca um palpite?

A proposta oficial é "fomentar a cultura digital e incentivar a comunicação comunitária e a pluralidade de opiniões dentro de uma política pública integrada". Perfeito. Para isso, o petista promete criar o Conselho Municipal de Comunicação e Implantação de TV e Rádios Públicas.

Papel (ou página de internet) aceita tudo, né? Depois de quatro anos de gestão e com uma rejeição crescente, chega com esse papo de "se for reeleito"... Igual a tantas outras promessas futuras: eleição para subprefeito, não sei quantas mil moradias, um novo contrato para o transporte, blablablá na Saúde, revolução na Educação... Coisas que não realizou no primeiro mandato, por que realizaria no segundo?

Somos contra, mas o que responde Haddad? A desculpa esfarrapada contra os críticos (e adversários na sucessão paulistana): “Não entendo como alguém possa ser contra a periferia se expressar num canal específico. É muita crueldade não querer, tendo a tecnologia disponível, que as pessoas se expressem. Deixar a comunidade se expressar virou pecado”.

Aham! Senta lá, Claudia.

Veja uma amostra da atuação de Haddad nessa área da Comunicação:

Prefeitura de São Paulo dá dinheiro público a entidade que ataca os jornalistas da Globo, da Folha e da Veja

Para o prefeito Haddad, quem vale mais: um professor da rede municipal ou um "blogueiro amigo" do PT?

Vem aí mais um encontro dos "blogueiros amigos"