Este é o capítulo da vitimização. Coitadinho, Guilherme Boulos diz que foi preso injustamente pela "polícia do Alckmin e do Temer". Não sabemos o que significa isso além da retórica partidária, mas enfim...
O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), candidato a candidato (sim, ele sonha em ser Presidente do Brasil), foi preso na terça-feira durante a reintegração de posse de um terreno particular na zona leste de São Paulo.
O boletim de ocorrência registrado no 49º DP (São Mateus) acusa Boulos de resistência e influência na reação dos moradores contra os policiais. Lembrando que a polícia, nestes casos, é obrigada a garantir a integridade do oficial de justiça que está ali para fazer cumprir a lei.
"Verifica-se que por possuir toda essa representatividade, poderia sim Guilherme, se fosse de seu interesse, senão impedido, ao menos minorado a reação de manifestantes contra agentes do Estado", diz o boletim de ocorrência.
O líder do MTST deixou a delegacia por volta das 19h30 desta terça, depois de cerca de nove horas debaixo daquele que poderia, finalmente, ser o novo teto pelo qual ele tanto reivindica.
"Eu fui indiciado pelo crime de resistência. Quero dizer que para mim resistência não é crime. Crime é despejar 700 pessoas. Resistência é uma reação legítima contra barbaridades como essa", disse ao deixar a delegacia, cercado por militantes esquerdopatas e parlamentares como a vereadora Juliana Cardoso (PT) e o deputado Ivan Valente (PSOL), ávidos por câmeras e refletores.
O ex-detido criticou a Secretaria da Segurança Pública e o titular da pasta, Mágino Barbosa. "Soltaram uma nota dizendo que eu teria atirado rojões em policiais. O secretário vai ter que se explicar porque até os policiais que me prenderam não colocaram no depoimento que eu teria atirado rojões. O secretário vai ter que dizer onde ele encontrou esses rojões".
A nota divulgada pela Secretaria pela manhã afirmava que Boulos e o pedreiro José Ferreira Lima, 25, também apontado como integrante do MTST, foram detidos sob a acusação de "participar de ataques com rojão contra a PM, incitação à violência e desobediência".
Procurada, a Secretaria reiterou que rojões foram lançados contra a PM e que a "participação" não se aplica apenas a quem estava com o objeto na mão, mas também a quem instigou seu lançamento. Um policial ficou ferido e dois carros da corporação foram danificados.
Ao ser liberado da delegacia, Ferreira fez um apelo às autoridades e ao prefeito João Doria (PSDB) por moradia, pois afirmou não ter onde passar a noite com a mulher e os dois filhos. "Estou sem ter para onde ir, gostaria de aproveitar que estou aparecendo no Brasil todo e pedir para os políticos e para o prefeito uma moradia para nós", disse.
Curioso: a "culpa" pela falta de moradia é do prefeito no cargo há 17 dias. Ou do presidente que assumiu após o impeachment. Já o ex-prefeito é amigão do movimento de Boulos, assim como a turma de Lula e Dilma que proporcionou o surgimento deste novo "líder" bem nascido e falastrão.
Para Guilherme Boulos e seus apoiadores, "foi uma prisão política". Eles também falam em "estado de exceção" e afirmam que há um clima no país de criminalização dos movimentos sociais. Perdoai-os, Pai, eles não sabem o que fazem. (Opa! Peraí! Sabem muito bem! A malandragem é profissional!)