A última galhofa do prefeito Fernando Haddad: ele encaminhou à Câmara Municipal um projeto de eleição direta para subprefeitos. Oh! Que moderno! Que democrata! Detalhe crucial: a ideia é tão boa e eficaz que, se aprovada, iria valer só para o seu sucessor. Na gestão dele, já tirou da reta!
Na teoria, a prática é outra, né, prefeito? Durante o seu governo, as subprefeituras foram sucateadas e loteadas entre os apadrinhados dos vereadores da sua base. Agora, para quem assumir a sua herança maldita, o senhor quer deixar o ônus de derrubar a proposta ou aprovar uma lei que significa, em tese, administrar a cidade com 32 subprefeitos que podem até ser de oposição. Fala sério!
É muito bonito - para inglês ver - fazer essa defesa da eleição direta dos subprefeitos, mas ele sabe que, nos moldes atuais e com a legislação vigente, isso é impraticável. Tanto sabe que joga a bola para o outro. Ele passa. O próximo (ou próxima), que se dane!
Como pode uma subprefeitura, subordinada hoje à Prefeitura e sem autonomia de gestão, ter um subprefeito eleito que não esteja alinhado com o chefe do Executivo? E como se dará a relação com o Legislativo e com a própria população? Quem cobrará o subprefeito durante o mandato para o qual ele será eleito? Quais os critérios de avaliação?
A síntese da gestão "ruinddad" é essa: na falta de algo concreto e objetivo, Haddad vende ilusões. Marketing vazio. Se não fez nada em três anos, a culpa é do governo federal que não viabilizou os recursos prometidos, ou do aumento barrado do IPTU em 2014, ou da tarifa de ônibus em 2013. O prefeito se coloca sempre como vítima da situação. Ô, coitado!
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