terça-feira, 23 de outubro de 2018

Democracia e Sustentabilidade por um Brasil melhor

Que a derrota de um "centro democrático" fragilizado e fragmentado traga algum ensinamento neste difícil 2018. Ver PPS, PV e Rede Sustentabilidade, além de outras lideranças deste campo da boa política, dialogando para formar um bloco de oposição responsável ou até mesmo a formatação de um novo partido-movimento é um misto de alívio e esperança nesses dias de ressaca eleitoral. Que avancem, pelo bem do Brasil que saiu das urnas nesse 7 de outubro e vai se configurar ainda mais polarizado, revanchista e radicalizado no desfecho deste 2º turno no próximo domingo, 28.

Dos dois lados, tanto na candidatura de Jair Bolsonaro quanto de Fernando Haddad, temos o desapreço pela democracia, pela ética, pelo bom senso, pela agenda sustentável e até mesmo pelo repeito às leis e à verdade dos fatos. Não é à toa que as chamadas "fake news" dominam essa campanha, com milícias virtuais à direita e à esquerda treinadas e remuneradas para destruir sem piedade o inimigo político. Mas, infelizmente, dias piores virão. Nas redes e nas ruas.

Como antídoto ao retrocesso que se anuncia e à idiotização do eleitor é que fazemos esse apelo à defesa intransigente dos princípios republicanos. Sem dúvida, a aproximação entre lideranças, partidos e movimentos deste campo democrático e sustentável aponta para um caminho racional e necessário para enfrentarmos os próximos quatro anos de riscos e ameaças às nossas instituições.

O Brasil de 2019 dará um salto no escuro. Ninguém sabe o que vai acontecer, mas é evidente que o futuro governo, com uma base congressual fisiológica e reacionária, pode trazer consequências catastróficas para a cidadania, o meio ambiente, a qualidade de vida, os direitos humanos e a economia do país. Daí a oportunidade para um passo adiante, esse encontro histórico entre democratas e sustentabilistas, união que a cartilha da velha política talvez ainda definisse como "esquerda democrática".

Democracia e Sustentabilidade não podem ser apenas rótulos subjetivos teorizados e debatidos em rodas de intelectuais, mas premissas básicas e essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária, fraterna, conectada e radicalmente democrática. Que, na prática, possamos ajudar a descontaminar o brasileiro desse radicalismo intransigente e intolerante de petistas e anti-petistas, bolsonaristas e anti-bolsonaristas. Precisamos urgentemente atualizar o sistema. O primeiro passo está dado, com a aproximação entre Rede, PPS, PV e os movimentos pela renovação da política. Que venha uma longa, firme e saudável caminhada.

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), editor do Blog do PPS e apresentador do #ProgramaDiferente