segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O legado da gestão Haddad para São Paulo

Dois textos na Folha de S. Paulo de hoje ajudam a localizar a gestão do prefeito Haddad no tempo e no espaço, tanto para aqueles que o consideram um grande prefeito quanto para aqueles que o julgam medíocre: o primeiro é um artigo do jornalista Raul Juste Lores: Doria tem muito a aprender com as prioridades de Haddad.

O outro é uma entrevista com o secretário estadual da Habitação, Rodrigo Garcia, deputado federal licenciado e manda-chuva do DEM: PT deu vez a movimentos de moradia 'amigos do rei', diz secretário de SP.

"Movimentos sociais amigos do rei" tiveram "sua vez" nos governos petistas. "Faltou transparência." É o que diz, com propriedade, Rodrigo Garcia na entrevista. Afinal, a cidade cansou de assistir as ocupações partidarizadas comandadas por Guilherme Boulos, por exemplo, que o alçaram à liderança da nova (velha) esquerda nacional.

Já o autor do artigo lembra que "Haddad assistiu à multiplicação das invasões de prédios insalubres e da população dormindo na rua. Mas sua secretaria de Habitação e a Cohab foram confiadas ao PP de Maluf por três longos anos. Entregou menos de um quarto dos apartamentos prometidos, em performance similar às de Pitta e de Kassab."

E prossegue: "Haddad inaugurou um único CEU, projetado por Ruy Ohtake (Marta fez 21 dessas superescolas; Serra e Kassab, em oito anos, 24). A expansão do ensino em tempo integral só alcançou 16 mil dos 900 mil alunos da rede. A meta era 100 mil."

"Os milhares de empregos que seriam gerados pelo Arco do Futuro ficaram na promessa. Enquanto só falava de mobilidade, as filas nas unidades de saúde eram dignas do Maranhão."

"A burguesia que não necessita de educação, saúde ou moradia públicas, e que consegue ir trabalhar de bike, tinha outras predileções: ciclovias de Jilmar Tatto, grafites nos Arcos do Jânio, Parque Augusta, TV e rádio municipais, SPCine e um minúsculo projeto de agricultura em Parelheiros. Para essa elite, Haddad foi ´o melhor da história´."


"Um prefeito não pode se dedicar só a bonsais enquanto a floresta arde. A periferia não perdoou a gestão gourmetizada. Até Doria pode olhar mais pelo povão."

Artigo destruidor de mitos da narrativa petista. Assinamos embaixo.