sábado, 21 de janeiro de 2017

O crime organizado cresce com o Estado desordenado

O que dizer da situação calamitosa dos presídios, a não ser que se trata de mais uma consequência deplorável deste momento da crise institucionalizada no país? Opinar sobre este assunto - no calor da barbárie e da selvageria - também é complicado.

Primeiro, para fugir do óbvio. Segundo, para não engrossar o coro dos mais radicais à direita ou à esquerda: nem os que acham que "bandido bom é bandido morto", portanto eles que se aniquilem dentro das cadeias brasileiras; nem o "coitadismo" de certa elite intelectual demodé (tão desatualizada quanto este próprio termo) que parou no tempo e finge não enxergar o controle deletério das facções dentro e fora dos complexos penitenciários.

Como disse Demetrio Magnoli na sua coluna deste sábado: "Se o Estado foi privatizado e as empresas estatais entregues a bandidos VIP, por que os presídios não seriam cedidos aos bandidos ordinários?".

Pois é assim, a partir desse raciocínio "terceirizado", que abordaremos este assunto emergente (de um problema que é crônico). Compartilhamos opiniões e artigos que nos convidam à reflexão. Leia:

Demétrio Magnoli: País encarcera zé-ninguéns e cria campos de recrutamento de facções

Luiz Carlos Azedo: A regra nos presídios

CartaCapital: Brasil tem pelo menos 83 facções em presídios

El País: O Comando Vermelho, do presídio em uma ilha paradisíaca à guerra sangrenta por território

Jornal do Brasil: Facções assumem lugar do Estado nos presídios

Agência Brasil: Más condições das prisões facilitam crescimento de facções, dizem especialistas