sexta-feira, 30 de setembro de 2016

#ProgramaDiferente celebra o Dia Mundial da Música



Na semana em que o mundo festeja o Dia da Música, em 1º de outubro, o #ProgramaDiferente celebra os grandes musicais e acompanha uma audição pública para a segunda montagem da peça "Os Miseráveis" no Brasil, quinze anos depois da estreia nacional e sucesso no mundo todo há 31 anos. A reportagem ouviu os candidatos na fila antes dos testes e mostra um pouquinho deste mundo de sonhos dos grandes musicais.

O Dia Mundial da Música foi instituído em 1975 pela UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. O objetivo é fazer a música chegar ao maior número de pessoas como instrumento de paz e amizade. De fato, é uma linguagem universal, que toca a alma de qualquer um. Assista.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

João Doria é o próximo prefeito de São Paulo

Tudo indica que o candidato João Doria (PSDB) chegará em primeiro lugar tanto no 1º quanto no 2º turno das eleições paulistanas. Depois de muita disputa e intriga entre os tucanos, o nome escolhido pelo governador Geraldo Alckmin parece ter convencido a maioria do eleitorado com o seu perfil anti-petista e anti-político.

Na disputa pelo 2º lugar seguem Russomanno (PRB), Marta (PMDB) e Haddad (PT). O resto - com todo o respeito a Erundina (PSOL), Ricardo Young (Rede) e outros nanicos - faz mera figuração. Os ataques se acirraram bastante nos últimos dias. Quem tiver o maior poder de fogo contra o adversário e consequentemente a melhor defesa sob o bombardeio inimigo, chegará lá.

A semana começa com a queda acentuada de Marta nas pesquisas, o que significa que o fogo cerrado de Haddad, Erundina e Russomanno contra ela tem funcionado. A princípio, só Haddad tem crescido, agora que resolveu reassumir o petismo (vestindo vermelho e grudando na imagem de Lula e Suplicy). Resta saber se esse movimento do piso ao teto do PT vai levá-lo ao 2º turno. Para tal proeza, Russomanno e Marta precisam cair mais (uns cinco pontos cada um). Não é impossível.

Dá até pra arriscar uma aposta: seja quem for o seu adversário no 2º turno, João Doria será o próximo prefeito de São Paulo. Com todos os fatores que se somam neste caleidoscópio da política paulistana, parece que esse destino está traçado. Com isso, a corrida presidencial também já começa com um favorito: Geraldo Alckmin larga bem à frente dos adversários internos no PSDB para compor com Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Michel Temer (PMDB) o provável quadro eleitoral de 2018.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Petista guerreiro, do povo brasileiro...

Lamentável ver as cenas gravadas do senador Lindberg Farias (PT/RJ) chutando um opositor caído no chão, ele que um dia foi cara-pintada e hoje é epenas mais um cara-de-pau. Foi xingado e revidou na porrada. Bancou o machão, como de costume. Aí vem com discursinho hipócrita de vítima. Malandro ou otário?

Só quem tem mais de 40 anos teve o (des)prazer de acompanhar de perto a ascensão e queda do petismo. O resto conhece por ouvir dizer a transformação do líder sindical que maltratava a língua portuguesa em presidente da República e, consequentemente, em mito internacional. A transição do partido mais competente para fazer oposição aos maus políticos no próprio partido dos piores políticos. A transfiguração da legenda ideológica que vendia botons e camisetas para crescer até se render à lógica de vender sua história e seus princípios para se manter no poder.

O PT acabou. Não vai sumir do mapa, até porque segue no DNA de muita gente que continua filiada ou que já pulou do barco petista. Provavelmente vai se refundar. Fez muita coisa boa para o povo mais pobre. Ajudou a vencer preconceitos. Contribuiu para diminuir a miséria. Inseriu na pauta política temas de pessoas que viviam à margem das grandes questões nacionais.

Por outro lado, prestou o maior desserviço à esquerda democrática brasileira ao trair a esperança de um eleitorado crescente que venceu resistências e passou a votar no PT. Ressuscitou a intolerância, o ódio e a polarização mais rasteira no debate eleitoral. Apequenou a divergência de ideias, empobreceu o embate partidário e disseminou a desconfiança na política e nos políticos ao consolidar o modus operandi da marginalidade no governo central do país.

Agora, uns poucos por ingenuidade resultante da lavagem cerebral da cartilha petista, outros tantos por oportunismo e malandragem, buscam (re)construir a narrativa mais conveniente para tentar preservar a imagem de seus "fulanos guerreiros, heróis do povo brasileiro", a rima pobre que não disfarça a metamorfose dos presos políticos em políticos presos. Militantes perseguidos em criminosos comuns, procurados. Por isso, "golpistas, fascistas, não passarão" e outros gritos típicos de grêmio estudantil soam falsos e até esquizofrênicos.

Ao contrário da mitologia grega e da música de Caetano, na mitomania petista Narciso se acha feio no próprio espelho. Atacam nos adversários aquilo que eles próprios representam. Parafraseando outro poeta, Cazuza, a narrativa do PT não corresponde aos fatos. A nossa política (que é a deles, há 14 anos) está cheia de ratos. Transformaram o país inteiro num puteiro para ganhar mais dinheiro e, pior, o futuro repete o passado num museu de grandes novidades.

Tudo isso para dizer o seguinte, num contexto em que figurões do PT vão para a cadeia (alvíssaras!) e outros mandatários se envolvem em brigas de rua, enquanto o oráculo petista vai perdendo a divindade com questões terrenas mal explicadas, como um triplex na praia ou um sitiozinho no interior: "escracho" no político dos outros é refresco, né, petezada?

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

#ProgramaDiferente fala de Governança Democrática



A uma semana das eleições municipais de 2 de outubro, que vão escolher prefeitos e vereadores em mais de 5.500 cidades do Brasil, o #ProgramaDiferente é um especial sobre a Conferência Nacional das Cidades, realizada em Vitória, no Espírito Santo. Assista.

O tema da Governança Democrática foi predominante, mas também o momento político brasileiro esteve em pauta, com um posicionamento unânime favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e o total apoio à Operação Lava Jato e às ações do juiz Sergio Moro, da Polícia Federal e do Ministério Público.

Nesta reta final da campanha, é importante reforçar o caminho da defesa da democracia e do fortalecimento do poder local, com uma visão moderna e sustentável sobre a gestão das cidades, principalmente em áreas sensíveis e estratégicas como Educação, Saúde, Segurança, Cultura, Mobilidade Urbana e Finanças Públicas.

Foram destacadas as presenças de Luciano Rezende, prefeito de Vitória (ES); Duarte Júnior, prefeito de Mariana (MG); Cristovam Buarque, senador (DF); Davi Zaia, deputado estadual (SP); Carlos Fernandes, ex-subprefeito da Lapa (SP); Renato Casagrande, presidente da Fundação João Mangabeira (PSB); Renata Bueno, deputada no Parlamento Italiano; Roberto Freire, deputado federal (SP); e Alberto Aggio, presidente da FAP (Fundação Astrojildo Pereira).

O programa também apresenta o Ranking de Eficiência dos Municípios, ferramenta virtual lançada pela Folha de S. Paulo, em conjunto com o Datafolha, que mostra quais prefeituras entregam mais serviços básicos à população usando menor volume de recursos financeiros.

Quase um ano depois da tragédia de Mariana, que deixou 19 mortos, destruiu completamente o distrito de Bento Rodrigues e causou prejuízos e danos ambientais irreparáveis em toda a extensão do Rio Doce, de Minas Gerais até o Espírito Santo, há também uma homenagem de vários artistas e personalidades no clipe "Cacimba de Mágoa", música do grupo Falamansa e Gabriel, O Pensador.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Receita de mexidão petista: tem Haddad na manteiga, ex-ministro preso e Lula à doré na panela da Lava Jato

Para quem achava que a Operação Lava Jato seguia em banho-maria, os chefes da força-tarefa que atua em Curitiba serviram um prato bem indigesto nessa reta final das campanhas municipais.

Além de transformar Lula em réu, com indícios quentíssimos de corrupção, enriquecimento ilícito e ocultação de bens, a prisão do ex-ministro Guido Mantega apimenta ainda mais as investigações.

Uma dúvida sobre os novos ingredientes desse mexidão petista: O prefeito Fernando Haddad (PT) vai ser frito ou cozido no Mantega?

Porque, se um dos motivos da prisão é o repasse de dinheiro oriundo de propina para o pagamento de dívidas das campanhas eleitorais de 2012, e se um dos mais notórios beneficiados desses repasses, segundo já foi delatado à Lava Jato, seria o candidato Haddad, teremos aí pela frente dias de grandes revelações e de fortes emoções.

Nesta sexta-feira, 23 de setembro, às 13h30, acontece mais um debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Esperamos que os jornalistas do SBT, da Folha e do UOL, sempre tão bem informados, avancem algumas casas nesse tabuleiro da Lava Jato e tirem esses encontros do fogo brando que vem sendo conduzidos até então.

A receita está na mesa, não se sabe se saída prontinha da cozinha planejada do triplex do Guarujá ou do forno à lenha do sítio de Atibaia.

Mas, enfim, quem vai se servir primeiro? Como vão se comportar os adversários do petista no debate? Quais os próximos atos da militância petista - nas ruas e nas redes - para tentar desqualificar o trabalho de promotores, procuradores, policiais e juízes da Lava Jato? Que tal um sal de fruta para engolir mais essa? :-)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Como lidar com Haddad atacando a Lava Jato?



O prefeito Fernando Haddad (PT), em campanha à reeleição na cidade de São Paulo, compareceu ao ato pró-Lula, um dia após o ex-presidente ser denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal, e criticou duramente a força-tarefa da Operação Lava Jato. Se a elevadíssima rejeição já afastava Haddad do 2º turno, imagine agora... Enfim, São Paulo agradece. Tchau, querido! Assista.

O be-a-bá da oratória e do populismo de Lula



Vem repercutindo bastante o pronunciamento feito por Lula no dia seguinte do Ministério Público Federal denunciá-lo à Justiça e da força-tarefa da Operação Lava Jato apontá-lo como o "comandante máximo do esquema de corrupção". Isso porque o contra-ataque do ex-presidente é uma verdadeira aula de oratória e populismo. É uma espécie de be-a-bá do lulismo, uma cartilha ilustrada dos melhores (ou piores?) momentos de Lula. Assista.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a imprensa para atacar os procuradores e dizer que "construíram uma mentira como um enredo de novela". O #ProgramaDiferente acompanhou e produziu matéria especial sobre este declínio do maior líder petista. É mais um capítulo da "narrativa do golpe", com Lula e seus coadjuvantes. Veja também a íntegra do pronunciamento.

O petista afirmou que anda de "cabeça erguida" e que irá a pé para a prisão se alguém provar que ele é corrupto. "Conquistei o direito de andar de cabeça erguida neste país. Provem uma corrupção minha, que eu irei a pé para ser preso", disse Lula.

O ex-presidente foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso que envolve um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. O pronunciamento de Lula foi marcado por lágrimas, num discurso emocional interrompido por gritos de "guerreiro do povo brasileiro". Ele estava rodeado por militantes, líderes de movimentos sociais e centrais sindicais, além de parlamentares, políticos do PT e de partidos aliados.

Ele começou sua fala com duras críticas à entrevista coletiva dada na véspera, quarta-feira, 14 de setembro, pela força-tarefa da Lava Jato. "Eu não vou fazer um show de pirotecnia, como fizeram ontem; não vou me comportar como ex-presidente da República; não quero me comportar como um cara perseguido, como se estivesse reivindicando algum favor", disse.

"Minha declaração é de um cidadão indignado com as coisas que aconteceram e que estão acontecendo. Neste país, tem pouca gente com a vida mais pública, mais fiscalizada do que a minha", afirmou.

"Tenho consciência de que o meu fracasso teria agradado os meus adversários, o meu fracasso não teria despertado tanto ódio contra o PT. O que despertou essa ira foi o sucesso do nosso partido", afirmou, ao defender que os petistas saiam às ruas de camisa vermelha, orgulhosos, assim como ele e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, vestiam no ato de desagravo.

Não faltaram declarações polêmicas e provocações, como ao se comparar a Jesus Cristo, ou ainda ao associar o caso da apreensão de um helicóptero com drogas aos adversários. Ele ironizou: "Viram cocaína: tinham provas, mas não tinham convicção". Era uma referência nada sutil à declaração atribuída aos procuradores, como estratégia da defesa petista (mas não foi bem isso que eles disseram).

Veja também:

"O Analfabeto Político", de Brecht, por Rolando Boldrin no #ProgramaDiferente

Criação de Marcelo Tas e Fernando Meirelles: O repórter Ernesto Varela, direto dos anos 80, mais atual do que nunca, para o #ProgramaDiferente

Relembre no #ProgramaDiferente a campanha das #DiretasJá da década de 80 e compare com o movimento atual contra o impeachment

#ForaTemer nas ruas: eleições diretas já ou daqui a pouco?

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Haddad vira "escada" para Erundina atacar Marta

No humor, "escada" é aquele que prepara a piada para o desfecho do comediante principal.

 No debate #GazetaEstadão deste domingo, que ficou entre a comédia involuntária e o drama, pela pobreza do conteúdo, o papel de coadjuvante coube ao prefeito Fernando Haddad (PT).

 Em todas as oportunidades que teve de se manifestar, o atual prefeito (que afunda nos índices de rejeição elevadíssimos) fez críticas indiretas à candidata Marta Suplicy (PMDB), levantando a bola para Luiza Erundina (PSOL) concluir a jogada.

Ficou evidente essa aliança pontual de Haddad e Erundina contra Marta, ambos contando que podem herdar os votos eventualmente perdidos pela senadora, que trocou o PT pelo PMDB e por isso é tachada de "traidora" e "golpista". É uma estratégia de risco. Pode ser um abraço de afogados para a trinca oriunda do PT, enquanto Celso Russomanno e João Doria pavimentam o caminho para o 2º turno.

Restam dois debates nestas duas semanas até a eleição de 2 de outubro: na sexta-feira, dia 23, SBT e UOL inovam no horário das 13h30; e o encontro derradeiro é o da Rede Globo (que não realizou debates de 1º turno nas duas últimas eleições municipais, de 2008 e 2012), na próxima semana.

Entre esses dois embates decisivos, novas pesquisas Ibope e Datafolha vão mostrar quem tem a estratégia mais eficiente. Se Haddad funciona no papel de escada para tirar votos de Marta e, principalmente, quem cresce com isso.

Veja mais sobre as eleições:

Eleições 2016 e o "samba do paulistano doido"

Marta e João Doria no 2º turno torna-se possível

Política sem filtro é muito mais reveladora

domingo, 18 de setembro de 2016

PPS já denunciava "propinocracia" há 10 anos

A Revista Veja relembra que, há 10 anos, nas suas páginas, o secretário de comunicação do PPS/SP, jornalista Mauricio Huertas, já denunciava a "propinocracia" - termo que foi muito comentado nesta semana com a denúncia de Lula à Justiça pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

Está no Blog ReVeja:

É possível que a força-tarefa da Lava Jato venha a cunhar no glossário da política nacional o termo ‘propinocracia’, o governo regido pela propina – sob as ordens do ‘comandante máximo’ Lula, segundo a denúncia apresentada quarta-feira.

O termo, contudo, não é novo. Em 2006, VEJA publicou na seção reservada às cartas do leitor o seguinte comentário de Maurício Rudner Huertas, a respeito do escândalo dos sanguessugas:

“Depois dos escândalos do mensalão, dos dólares na cueca e da ‘propinocracia’ instituída pelo PT, mais um vergonhoso episódio expõe de maneira nua e crua o tamanho da crise de quem não sabe o que fazer com o poder, mas quer se manter nele a qualquer custo.”

Em conversa com o blog, Huertas, que é secretário de Comunicação do PPS/SP e apresentador do #ProgramaDiferente, não reivindica a invenção do neologismo, cuja origem, passados dez anos, já não recorda, mas justifica a expressão para descrever a institucionalização da propina na gestão pública.

Sua carta de 2006 terminava assim:

“O PT definitivamente afunda até o pescoço naquilo que o ator Paulo Betti já admitiu pôr as mãos para fazer política. Essa nem Freud explica.”

sábado, 17 de setembro de 2016

#ProgramaDiferente debate 66 anos de TV no Brasil



No aniversário de 66 anos da primeira transmissão de TV no Brasil, o #ProgramaDiferente debate o momento de mudanças culturais e tecnológicas que coloca em xeque a televisão como tradicionalmente a conhecemos. Assista.

Em 18 de setembro de 1950, Assis Chateaubriand inaugurava a TV Tupi, em São Paulo, com aparelhos espalhados por ele mesmo pela cidade, para que os paulistanos pudessem conhecer aquela novidade extraordinária e até então inacessível. Era quase mágica: um rádio com imagens! Passados 66 anos, com a internet, as redes sociais e as novas tecnologias, a TV vive um momento de profundas transformações.

Nunca se produziu tanto conteúdo e nunca houve tantas formas de acessá-lo quanto hoje – por TV paga, internet, smartphones e novas plataformas. É sobre essa revolução comportamental, que dá ao espectador cada vez mais o poder de escolher o que assistir, que o programa desta semana propõe uma reflexão sobre o assunto.

Tem de tudo: entrevista especial com o jornalista e crítico de televisão Mauricio Stycer, tem imagens da inauguração de diversas emissoras, tem Silvio Santos, Xuxa, Jô Soares, Marcelo Adnet, Fabio Porchat, Lima Duarte, Jimmy Fallon... num programa especial sobre a TV dedicado ao ator Domingos Montagner, protagonista da novela Velho Chico, que morreu nesta semana e comoveu o país inteiro.

#ProgramaDiferente relembra "O Analfabeto Político", de Brecht, interpretado por Rolando Boldrin



Entre as várias falas polêmicas de Lula ao contra-atacar a força-tarefa da Operação Lava Jato, após ser denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal, está a referência que o ex-presidente faz aos servidores públicos que, segundo ele, apesar de serem concursados e possuírem diploma, seriam "analfabetos políticos". Reveja.

"O Analfabeto Político" é também o título de uma reflexão atemporal de Bertolt Brecht (1898-1956), poeta alemão, dramaturgo e diretor de teatro. O #ProgramaDiferente aproveita a oportunidade para relembrá-la com uma belíssima interpretação de Rolando Boldrin, ator, apresentador de TV, cantor e compositor que em 2016 completa 80 anos de idade. Assista.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Lula contra-ataca com lágrimas, ironia e duras críticas à Lava Jato, além de apelo ao orgulho petista



Um dia após ser denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal e ser apontado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como o "comandante máximo do esquema de corrupçãono governo federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a imprensa para atacar os procuradores e dizer que "construíram uma mentira como um enredo de novela". O #ProgramaDiferente acompanhou. Assista matéria especial. É mais um capítulo da "narrativa do golpe", com Lula e seus coadjuvantes.

O petista afirmou que anda de "cabeça erguida" e que irá a pé para a prisão se alguém provar que ele é corrupto. "Conquistei o direito de andar de cabeça erguida neste país. Provem uma corrupção minha, que eu irei a pé para ser preso", disse Lula em tom emotivo durante pronunciamento que durou mais de uma hora no auditório do segundo subsolo do Novotel Jaraguá, no centro de São Paulo.

"Eles construíram uma mentira, construíram uma inverdade, como se fosse um enredo de uma novela e está chegando o fim do prazo. Afinal de contas, já cassaram o Cunha, já elegeram o Temer pela via indireta, com o golpe, já cassaram a Dilma. Agora, precisa concluir a novela. Quem é o bandido e quem é o mocinho? Vamos agora dar o fecho, acabar com a vida política do Lula", afirmou o próprio.

O Ministério Público Federal  e a Justiça Federal do Paraná, que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, disseram que não comentariam as declarações de Lula. O ex-presidente foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso que envolve um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. A ação chegou nesta quinta-feira, 15 de setembro, às mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

O pronunciamento de Lula foi marcado por lágrimas, num discurso emocional interrompido por gritos de "guerreiro do povo brasileiro". Ele estava rodeado por militantes, líderes de movimentos sociais e centrais sindicais, além de parlamentares, políticos do PT e de partidos aliados. Sua mulher, Marisa Letícia, não participou do evento.

Ele começou sua fala com duras críticas à entrevista coletiva dada na véspera, quarta-feira, 14 de setembro, pela força-tarefa da Lava Jato. "Eu não vou fazer um show de pirotecnia, como fizeram ontem; não vou me comportar como ex-presidente da República; não quero me comportar como um cara perseguido, como se estivesse reivindicando algum favor", disse.

"Minha declaração é de um cidadão indignado com as coisas que aconteceram e que estão acontecendo. Neste país, tem pouca gente com a vida mais pública, mais fiscalizada do que a minha", afirmou.

O petista relembrou a sua trajetória política desde a época que era líder sindical até o momento atual, no qual declarou que, se quiserem derrotá-lo, que seja "nas ruas". Contou que passou fome, que foi o primeiro de oito irmãos a conquistar um diploma e declarou que tem orgulho de ter criado "o mais importante partido de esquerda da América Latina".

"Tenho consciência de que o meu fracasso teria agradado os meus adversários, o meu fracasso não teria despertado tanto ódio contra o PT. O que despertou essa ira foi o sucesso do nosso partido", afirmou, ao defender que os petistas saiam às ruas de camisa vermelha, orgulhosos, assim como ele e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, vestiam na entrevista.

Em tom indignado, Lula voltou a negar ser dono do tríplex em Guarujá e do sítio em Atibaia (SP). Segundo as investigações, os dois imóveis foram reformados para o uso de Lula e de sua família, por empreiteiras investigadas pela Lava Jato, com dinheiro desviado da Petrobras.

"Eu tenho a consciência tranquila. Mantenho o bom humor porque eu me conheço, sei de onde eu vim, sei para onde vou. Sei quem me ajudou a chegar onde cheguei. Sei quem quer que eu saia e quem quer que eu volte", garantiu.

Emocionado, Lula chorou várias vezes: ao falar sobre a denúncia, sobre as buscas que a Polícia Federal fez em sua residência, nas casas de seus filhos e na sede do Instituto Lula em março deste ano, e ao mencionar o nome de sua mulher, que também foi denunciada pelo Ministério Público Federal.

Não faltaram declarações polêmicas e provocações, como ao se comparar a Jesus Cristo, ou ainda ao associar o caso da apreensão de um helicóptero com drogas aos adversários. Ele ironizou: "Viram cocaína: tinham provas, mas não tinham convicção". Era uma referência nada sutil à declaração atribuída aos procuradores, como estratégia da defesa petista (mas não foi bem isso que eles disseram). Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Ministério Público aponta Lula como "comandante máximo" da corrupção investigada na Lava Jato

Para não deixar dúvidas, a força-tarefa da Operação Lava Jato desenhou ao denunciar formalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher dele, Marisa Letícia, e mais seis envolvidos no esquema de corrupção instituído na última década pelo PT no governo federal.

O procurador Deltan Dallagnol afirmou pela primeira vez, didaticamente e com todas as letras, que Lula era o "comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato". Veja a íntegra das denúncias.

Diante da acusação de que Lula é o "verdadeiro maestro dessa orquestra criminosa, o seu real comandante", a defesa alega "falta de provas", além de dizer que o ex-presidente e sua mulher "negam pública e veementemente" todas as denúncias do Ministério Público Federal, às quais tacham de "mentirosas" e "políticas". Ora, nada além do papel esperado do advogado de qualquer criminoso.

Por outro lado, também não nos surpreenderá se, em breve, diante de tantas evidências de corrupção e enriquecimento ilícito, for pedida a prisão de Lula. Afinal, se ele é de fato o chefe do esquema, como dizem os promotores, não tem motivo para ficar solto. Até porque todos que estavam abaixo do chefe, na hierarquia desta "propinocracia" e deste "lulocentrismo", foram detidos.

O Ministério Público Federal afirma que o ex-presidente teve "acréscimos patrimoniais ilegais oriundos de propinas repassadas de modo disfarçado". Na denúncia contra Lula, o MPF pede o confisco de R$ 87 milhões. O procurador Deltan Dallagnol afirma que a propina destinada diretamente ao ex-presidente supera a quantia de R$ 3 milhões.

Segundo a denúncia, Lula poderia ter determinado a interrupção do esquema criminoso. "Essas provas demonstram que Lula era o grande general que comandou a realização e a continuidade da prática dos crimes com poderes para determinar o funcionamento e, se quisesse, para determinar sua interrupção", afirmou Dallagnol, concluindo: "Lula conspirou contra a Operação Lava Jato."

De acordo com o procurador, a LILS, empresa de palestras do ex-presidente, e o Instituto Lula receberam mais de R$ 30 milhões de empresas investigadas na Operação Lava Jato – o que representa ‘parcela significativa’ dos R$ 55 milhões aportados nas duas instituições. "O PT e, particularmente Lula, eram os maiores beneficiários dos esquemas criminosos de macro corrupção no Brasil", disse.

Defendendo a tese de que Lula era o comandante do Petrolão (e, antes, do Mensalão), o Ministério Público Federal sustenta que “Lula decidiu em última instância e em definitivo acerca da montagem do esquema e se beneficiou de seus frutos: governabilidade assentada em bases espúrias; fortalecimento de seu partido – PT –, pela formação de uma reserva monetária ilícita para abastecer futuras campanhas, consolidando um projeto, também ilícito, de perpetuação no poder; enriquecimento com valores oriundos de crimes”.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, todas essas vantagens indevidas estiveram ligadas ao desvio de recursos públicos e ao pagamento de propina a agentes públicos e políticos, agremiações partidárias e operadores financeiros. Assim, sustentam os procuradores, Lula foi o mentor e o grande beneficiário do esquema de propinas na Petrobras.

Eles imputam sete atos de corrupção passiva e 64 de lavagem de dinheiro ao ex-presidente. Isso porque o ex-presidente foi responsabilizado diretamente por todos os pagamentos de propina feito pela OAS aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque e ao ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, em três contratos da construtora para obras em refinarias.

Já as acusações por lavagem de dinheiro são relacionadas à aquisição, reforma e mobília do apartamento tríplex no Guarujá, bancadas pela OAS, bem como ao pagamento de uma transportadora para o transporte e armazenamento de bens recolhidos por Lula do Palácio Alvorada depois que concluiu seu mandato. Vem muito mais por aí...

O repórter Ernesto Varela, direto dos anos 80, mais atual do que nunca, para o #ProgramaDiferente



O tipo de reportagem que o #ProgramaDiferente faz hoje, abordando assuntos e personalidades de forma direta, indiscreta e irreverente, não chega a ser novidade. O repórter Ernesto Varela, que perguntava aquilo que todo mundo queria saber, mas ninguém tinha coragem de perguntar, já fazia isso há mais de 30 anos. Para quem não conhece, é uma criação genial de Marcelo Tas e Fernando Meirelles no período final da ditadura militar e que revolucionou o humor e o jornalismo.

Aqui você relembra alguns momentos memoráveis do personagem Ernesto Varela na época da campanha pelas Diretas, entrevistando o então líder sindical Lula e outras personalidades que fariam parte da história política do país, como Fernando Henrique Cardoso, Paulo Maluf, Eduardo Suplicy, Marta (bem antes de entrar para a política), com perguntas e respostas hilárias. Direto dos anos 80, mas parece mais atual do que nunca! Assista.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Nossa homenagem à Dra. Telma Ribeiro dos Santos, presidente do PMN, que faleceu nesta terça-feira



Faleceu na noite desta terça-feira, 13 de setembro, a advogada e presidente do PMN (Partido da Mobilização Nacional), Telma Ribeiro dos Santos, a Doutora Telma, como todos a conheciam, que acabava de iniciar um tratamento de quimioterapia.

Por duas vezes o PMN e o PPS ensaiaram uma fusão, formando a Mobilização Democrática, além de terem se coligado eleitoralmente em diversos municípios do Brasil, incluindo a cidade de São Paulo, em 2012, com Soninha Francine candidata a prefeita e Lucas Albano, irmão da Dra. Telma, para vice.

Neste ano, no Dia Internacional da Mulher, o #ProgramaDiferente exibiu um debate sobre a participação feminina na política, com a participação da Dra. Telma ao lado de Helena Werneck, arquiteta e urbanista, integrante da direção nacional do PPS (Partido Popular Socialista) e do conselho da FAP (Fundação Astrojildo Pereira). Fica como nossa última homenagem a esta mulher combativa e que vivia para a política. Assista.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Eleições 2016 e o "samba do paulistano doido"



Na campanha atual pela Prefeitura de São Paulo, você assiste Erundina atacando Marta, que critica Haddad, que desaprova Doria, que alfineta Russomanno, que confronta Haddad, que responde à Marta, que contra-ataca Erundina. Isso, claro, seguindo os interesses partidários e eleitorais do momento. Mas, num passado recente (até as últimas eleições, tanto municipais, em 2012, quanto presidenciais, em 2014, para ser mais exato), não era bem assim.

Lembra até a Quadrilha do poeta Drummond (aquela do "João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili..."), mas é outra (sem trocadilho), na qual a política substitui a poesia: Erundina apoiava Marta, que recomendava Haddad, que elogiava Marta, que atacava Kassab, que se aliava a Dilma, apadrinhada por Lula, que apadrinhava Haddad, que defendia Marta, que desbancava Maluf, que se alinhava a Haddad, que tinha como vice Erundina, que também teve como vice Temer, que por fim foi vice de Dilma até ele próprio assumir a Presidência.

Ou seja, essa eleição está mais para o "samba do paulistano doido", para fazer alusão a outra obra tão conhecida quanto a Quadrilha de Drummond, esta composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob o pseudônimo do impagável Stanislaw Ponte Preta no satírico "Samba do Crioulo Doido". Então, perdoe o #ProgramaDiferente pela licença poética e assista aqui.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Relembre no #ProgramaDiferente a campanha das #DiretasJá da década de 80 e compare com a atual



Neste momento em que o governo de transição do presidente Michel Temer vem sendo tachado de "golpista" e estamos assistindo protestos diários convocados por uma parcela minoritária (mas crescente) de políticos, de cidadãos engajados partidariamente e de movimentos sociais que buscam construir a "narrativa" mais conveniente para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, inclusive resgatando a nostálgica campanha das "Diretas Já" para tentar legitimar os interesses inconfessáveis de alguns, vale a pena resgatar a memória daquela época.

Não há comparação honesta possível entre o que foi o povo brasileiro nas ruas pedindo "Diretas Já" após 20 anos de ditadura militar e o movimento que se vê hoje, insuflado sobretudo pelas redes sociais e orquestrado por grupos de apaniguados petistas que viveram às custas de privilégios e de benefícios estatais patrocinados nos últimos 14 anos pelos governos de Lula e Dilma, grande parte contrária inclusive às investigações e condenações do Mensalão e da Operação Lava Jato.

Ou seja, que se posicionem contra as ilegalidades cometidas nos últimos anos e defendam #DiretasJá por enxergarem uma cumplicidade entre Dilma e Temer ou a parceria indissociável entre o PT e o PMDB na corrupção institucionalizada no país, é até justificável. Que se oponham veementemente às anunciadas reformas trabalhistas e previdenciárias, com o aumento da idade mínima da aposentadoria para 65 anos ou da jornada de trabalho para 12 horas diárias, entre outras "temeridades" (perdoe o trocadilho involuntário, presidente Temer), é sinceramente compreensível.

Mas querer misturar as coisas para livrar a cara de seus corruptos de estimação, tentar desqualificar o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e do juiz Sergio Moro, para ficar apenas no exemplo mais emblemático, e achar que vão confundir a população misturando a história de políticos presos com a de presos políticos, nessa estúpida "narrativa do golpe", é de uma canalhice e de uma desonestidade intelectual sem tamanho.

Relembre com o #ProgramaDiferente a campanha das Diretas da década de 80, que reunia políticos, artistas e intelectuais verdadeiramente ao lado do povo e da democracia, e compare com o movimento atual, marcado pela ação violenta de black blocs, de lideranças partidárias envolvidas com a corrupção do governo e de outros grupos cooptados que apostam no ódio e na polarização. Assista.

domingo, 11 de setembro de 2016

#ProgramaDiferente relembra os 15 anos do 11 de setembro e os 10 anos do Profissão Repórter



Dia 11 de setembro. Há exatos 15 anos essa data ficou marcada definitivamente na História pela série de atentados terroristas contra os Estados Unidos, que derrubaram as torres gêmeas do World Trade Center, mataram milhares de pessoas e pegaram o mundo de surpresa. Desde 2001, outros tantos atos de ódio e violência vem acontecendo. Como jornalistas, pouco podemos fazer, a não ser cumprir o dever de levar a informação ao maior número de pessoas e ajudá-las a refletir.

O fato é que nenhuma causa política, econômica, racial ou religiosa justifica o terrorismo: ataques cruéis e covardes, marcados pelo radicalismo e pela intolerância, que fazem suas vítimas entre cidadãos inocentes. Mas há de se valorizar o trabalho dos jornalistas no mundo inteiro, que retratam diariamente essas ameaças à democracia, à vida, à paz, à liberdade e aos direitos humanos. É disso que tratamos no #ProgramaDiferente desta semana: os 15 anos do 11 de setembro e os 10 anos de sucesso do Profissão Repórter, programa comandado pelo jornalista Caco Barcellos, um dos maiores repórteres do Brasil.

Num bate-papo mediado pelo jornalista Mauricio Stycer, com a participação de outros três integrantes e pupilos de Caco Barcellos no Profissão Repórter (Caio Cavechini, Gabriela Lian e Eliane Scardovelli), que também contaram suas experiências, foram debatidos o atual momento do país, os ingredientes de uma boa reportagem e a qualidade do jornalismo. Assista.

sábado, 10 de setembro de 2016

Marta e João Doria no 2º turno torna-se possível e seria ótima surpresa para uma São Paulo pós-PT

A pesquisa Datafolha que mostra o crescimento significativo de Marta (PMDB) e João Doria (PSDB), com a queda de todos os outros adversários, já permite uma constatação e algumas projeções. Primeiro, fica evidente que a propaganda de ambos está funcionando. O tucano, com a mensagem anti-petista explícita, inclusive abusando do humor (vide as inserções inspiradas nos comerciais do Posto Ipiranga), e a ex-prefeita e ex-petista reconhecendo seus erros do passado (taxas, frases infelizes) e mostrando o bom legado deixado para a cidade, principalmente na periferia.

Por outro lado, os candidatos que desejavam surfar na onda crescente das manifestações pelo #ForaTemer caíram do cavalo: Luiza Erundina (PSOL) e Haddad (PT), além de não subirem nada nas intenções de voto, sofrem com um tipo de autofagia do eleitorado tipicamente petista, ou da parcela reduzida que sobreviveu fiel depois do Mensalão e da Lava Jato. Ambos se anulam à esquerda neste quadro concorrido pela Prefeitura paulistana e acabam dizimados pela altíssima rejeição.

Na realidade, avaliando friamente, São Paulo nunca votou propriamente no PT quando elegeu Erundina, Marta ou Haddad, mas nos candidatos que representavam a mudança. Vejamos: Erundina, em 1988, veio para substituir Jânio Quadros (numa conjuntura nacional deplorável com o presidente Sarney); depois, Marta, em 2000, foi eleita após oito anos de Maluf e Pitta; e finalmente Haddad, em 2012, foi a alternativa encontrada após oito anos de Serra e Kassab. Além disso, o PT nunca reelegeu suas prefeitas, assim como não reelegerá o atual, justamente pela preferência do paulistano por um nome oposicionista (sem contar, hoje, o ódio ao PT).

Os três candidatos que lideram todas as pesquisas (Russomanno, Marta e Doria) se enquadram bem neste figurino de oposição à gestão Haddad. Um candidato tradicionalmente anti-petista, bem representado pelo tucano João Doria; uma candidata recém-convertida, mas que passou sinceridade ao se desvincular do petismo (principalmente com o reforço do vice, Andrea Matarazzo); e um nome sempre muito bem lembrado mas longe de ser confiável para grande parte do eleitorado, que é Celso Russomanno, numa coligação frágil que reúne o seu PRB, sigla da Igreja Universal, com o PSC de Bolsonaro, Feliciano & Cia., além do PTB de Campos Machado com a esposa dublê de vice (Marlene).

Nestes 20 dias até a eleição, é possível que João Doria e Marta acabem se encontrando no 2º turno. O que parecia improvável pode ser, enfim, um bom um presente para a cidade: um cenário sem Russomanno e Haddad, que chegou a ser a principal aposta de ambos, justamente por enxergarem as fraquezas do oponente (e os dois tem razão na avaliação da ruindade um do outro). Pode não ser a escolha dos sonhos do paulistano, mas definitivamente nos afasta dos nossos piores pesadelos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Faltam 23 dias para a eleição: #Vote23 pra vereador



Sexta-feira, 9 de setembro de 2016. Faltam apenas 23 dias para as eleições municipais de 2 de outubro. Você já escolheu seus candidatos à Prefeitura de São Paulo e à Câmara Municipal?

O PPS, que busca uma cidade mais justa, mais humana e mais acolhedora, só pode sugerir que você vote no 23. Conheça aqui todos os candidatos e candidatas do PPS paulistano.

Você também pode rever as entrevistas de Soninha Francine #23023 e do Professor Claudio Fonseca #23000 ao #ProgramaDiferente, tratando de problemas do dia-a-dia da política nacional e municipal.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Joguinho para passar o tempo no feriado...



Circulou nas redes sociais, nesta semana, o "Pac Man do Pixuleco", o nostálgico "come-come" dos videogames dos anos 80, dessa vez numa versão atualizada para os tempos atuais de impeachment e de aperto do cerco a alguns figurões da política pela Operação Lava Jato. Desconhecemos a autoria, mas que é divertido, é. Um ótimo passatempo para este feriado de 7 de setembro. Veja aqui.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Política sem filtro é muito mais reveladora



Enquanto você é bombardeado na TV, no rádio e nas redes sociais com propaganda eleitoral ininterrupta e discursos repetitivos, o #ProgramaDiferente mostra um outro lado dos políticos, muito mais espontâneo, bem-humorado e revelador. Assista.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

#ForaTemer: eleições diretas já ou daqui a pouco?

Começa a crescer a pressão popular por eleições presidenciais já, afinal Michel Temer, escolhido duas vezes vice pelo PT e pela coalizão entronizada há 14 anos no poder, não é o presidente dos sonhos de ninguém. Era apenas um vice decorativo, oportuno e conveniente, mas ousou aproveitar a brecha constitucional (ou o cavalo encilhado que, quando passa, nenhum político se nega a montar) para exercer o papel que lhe cabia: assumir a vaga da titular afastada. Foi o que bastou para lhe garantir a pecha de traidor e golpista.

Pouco importa, nesta "narrativa do golpe", tão enviesada, se o vice estava ali para isso mesmo - e chegou lá com os mesmos 54 milhões de votos de Dilma. Ou se a presidente e o vice viviam trocando juras de amor, assim como Lula fez com Maluf, e Sarney, e Collor, e Kassab, e Renan, e toda a corja que um dia já foi "inimiga do povo", passou a aliada estratégica e agora voltou a ser hostilizada nas ruas. Ou se o PT pediu o impeachment de todos os presidentes anteriores a Lula e Dilma, por motivos muito mais banais que o crime de responsabilidade e a corrupção institucionalizada que derrubaram o governo petista.

O PT e os ditos movimentos sociais, organizações anabolizadas com muito dinheiro público liberado pelo governo federal na última década exatamente para servir de lastro do petismo no poder, não estão aí para explicar, mas para confundir. Não é à toa que, derrotados até aqui em todas as batalhas, arriscam a última manobra desesperada para não serem dizimados na guerra: passaram a mimetizar o discurso das #DiretasJá, o mesmo do qual até ontem fugiam como o diabo foge da cruz.

Perdido por um, perdido por mil. Quando Dilma - querendo se agarrar ao último fio de esperança para se manter no cargo - defendeu a tese do plebiscito por eleições presidenciais imediatas, o PT foi contra. Afinal, a vitimização do partido com a narrativa do golpe parecia muito mais interessante e promissora para trilhar o desejado retorno de Lula em 2018. Agora, porém, malandramente, petistas começam a surfar na onda natural das ruas, que pede o #ForaTemer mas não se contenta com o #VoltaDilma.

Então, precisamos falar sobre as #DiretasJá. O apelo histórico e nostálgico deste slogan no Brasil, além das condições objetivas que levaram o indesejado Michel Temer à Presidência, podem dar o caldo de cultura necessário para a proliferação do movimento. Lembremos que o próprio impeachment surgiu como grito isolado e desacreditado até emplacar como palavra de ordem das ruas e levar à queda de Dilma Rousseff. O mesmo pode se repetir com o movimento que pretende antecipar as eleições presidenciais.

Para termos eleições diretas ainda em 2016, Temer teria que renunciar ou cair. Se uma renúncia ainda parece improvável, a não ser que a situação se torne realmente insustentável com a mobilização maciça da população nas ruas e um rápido esvaziamento do apoio partidário no Congresso, uma possibilidade mais concreta seria a cassação da chapa Dilma/Temer no TSE por crime eleitoral cometido em 2014 ou no STF por crime comum.

Conhecidos os métodos que levaram e mantiveram no poder este nosso presidencialismo de coalizão, tão bem explicitados durante as investigações do Mensalão e da Lava Jato, não seria surpresa a queda de Temer. É uma hipótese a ser considerada. Se cair até dezembro, leva a eleições diretas. Uma queda a partir de janeiro de 2017 provocaria eleições indiretas, a não ser que se mexa na Constituição. Ou então vamos respeitar o calendário e o regramento político já postos e seguir apostando na transição com Temer na Presidência até as eleições de outubro de 2018.

Queiramos ou não, são variáveis - algumas incontroláveis - que se colocam na pauta política nacional. Imaginemos uma eleição presidencial imediata. Quais seriam os candidatos? Pelo PT, naturalmente, Lula. Isso se o juiz Sergio Moro não lhe impedir com uma condenação cada vez mais esperada. Aí parece que a alternativa deste campo gravitacional petista seria Ciro Gomes (PDT). Pelo PSDB se engalfinham Aécio, Serra e Alckmin. Pela Rede vem Marina Silva. À direita, Bolsonaro (PSC) e Caiado (DEM) tem um campo conservador crescente a explorar. Fala-se ainda em Álvaro Dias ou Eduardo Jorge (PV), Cristovam Buarque (PPS), Luciana Genro (PSOL)... Quem mais se habilita?

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domingo, 4 de setembro de 2016

Fernando Collor: Vilipêndio à razão

Quem diria que um dia daríamos razão a Fernando Collor de Mello (?!?!)... Mas o fato é que, neste caso do desmembramento do julgamento de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele tem absoluta razão. Leia o artigo publicado na Folha de S. Paulo desde domingo, 4 de setembro:

Vilipêndio à razão

Escrevo este artigo em 1º de setembro. É um dia simbólico para os dois processos de impeachment vividos pelo país e separados por quase 25 anos. A data é o único ponto em comum entre eles.

Em 1992, nesse dia, duas entidades entraram com uma representação contra mim. Em 1º de setembro de 2015, renomados juristas apresentaram denúncia (aditada em outubro) contra a ex-presidente por crime de responsabilidade.

Aqui acaba a semelhança e aqui começam as disparidades, desde os primeiros aos últimos atos de duas peças que beiram a ficção.

O cotejamento entre os números dos dois processos mostra que, sob a mesma Constituição, sob a mesma lei e sob o mesmo rito, adotaram-se dois pesos, duas medidas.
Basta verificar: o processo da ex-presidente dispôs do triplo do tempo gasto em 1992 -um ano versus quatro meses. A apresentação da denúncia e seu acolhimento pelo presidente da Câmara, naquele ano, deram-se no mesmo dia, 1º de setembro. Dois dias depois, a comissão especial foi instalada.

Em 2015, entre a denúncia inicial (1º/9), o seu acolhimento (2/12) e a instalação da comissão especial (17/3/16) passaram-se 198 dias.

Para o meu afastamento provisório (2/10) bastaram 31 dias. No recente processo, isso se deu em 12/5/16, ou seja, 254 dias após a denúncia inicial. Na fase de admissibilidade no Senado, não houve qualquer participação de minha defesa na comissão. Em 2016, só nessa fase, foram sete participações, incluindo advogado, juristas e ministros de Estado.

Em 1992, o parecer de admissibilidade continha 17 linhas, em meia página, e foi discutido e votado, simbolicamente, em três minutos no Plenário do Senado. Em 2016, o parecer de 128 páginas demandou 20 horas de sessão, foi votado nominalmente e com a participação da defesa.

A sessão de meu julgamento, incluída a suspensão dos trabalhos em função da renúncia e para a posse do vice-presidente, deu-se no dia 29/12 e na madrugada do dia 30. Em 2016, foram cinco dias úteis de intenso trabalho que adentraram madrugadas.

O processo de 1992 foi todo ele reunido em quatro volumes de documentos. O de agora já conta com 72 volumes.

A maior abstração, contudo, foi o ato final das peças. Em 1992, minha renúncia separou as penas de destituição (perda do cargo) da inabilitação para função pública (perda dos direitos políticos).

A resolução do Senado nº 101/92, resultante do processo, é clara: o impeachment ficou prejudicado pela renúncia, mas não a inabilitação por oito anos. Ou seja, o Senado agregou a penalidade, mesmo com a renúncia prévia que extinguiu o objeto do julgamento.

Em 2016, deu-se o inverso. O parágrafo único do artigo 52 da Constituição traz a penalização literalmente conjugada ("perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública"). No entanto, mesmo sem renúncia, o Senado fatiou a pena e transformou o "com" em "e/ou". O mesmo dispositivo diz: "a condenação", e não "as condenações".

Até a questão que respondemos na votação, prevista na lei e reproduzida no painel eletrônico, referia-se textualmente à inabilitação como "consequência" da perda do mandato. O trecho, inconstitucionalmente destacado, não era uma pergunta, era uma assertiva.

Decisões amparadas na subjetividade política precisam de limites da objetividade jurídica. Ontem e hoje, o desacerto prevaleceu.

Ao comparar os dois processos, cabe repetir: o rito era o mesmo; o ritmo, o rigor e, agora, o remate, não. O Senado atentou contra o vernáculo, reescreveu a Constituição. Criou insegurança jurídica e, praticamente, decretou a inexistência da lei no Brasil. Foi um vilipêndio ao bom senso e à razão.

FERNANDO COLLOR, 67, senador por Alagoas (PTC), foi presidente da República.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Quebra-quebra nas ruas vai ser bom para quem?

Vamos raciocinar, se é que alguém que defende o retorno de Dilma Rousseff à Presidência ainda preserva essa capacidade intelectual caracterizada sobretudo pelo uso da razão. O que desejam esses movimentos "sociais" que vão diariamente às ruas, manipulando inocentes úteis e patrocinando o quebra-quebra e a violência? A resposta é simples: apostam no "quanto pior, melhor" para legitimar a "narrativa do golpe", versão atualizada pelos petistas daquilo que Goebbels praticava no nacional-socialismo alemão das décadas de 30 e 40.

Enquanto repetem mil vezes uma mentira na esperança que ela se torne verdade (com uma mãozinha dos Renans e Lewandowskis da vida), estes petistas não se preocupam nem um pouquinho com o Brasil. Querem simplesmente garantir uma sobrevida eleitoral e manter viva a chama da esperança de retorno ao poder. Aí vale tudo: é "golpe", é repressão da "polícia do Temer" ou da "polícia do Alckmin" e, de resto, muito blablablá, mimimi e chororô (Mas a polícia vai cruzar os braços diante do vandalismo deliberado? Fala sério!).

Que alguém defenda novas eleições com a queda de Dilma e de Temer por entender que ambos se beneficiaram das ilegalidades cometidas nos últimos 13 anos, é compreensível e de certo modo até coerente. Mas partir para a depredação da cidade e ações orquestradas contra bens públicos e particulares, pedindo o retorno de Dilma após o processo de impeachment apontando um fantasioso golpe, não faz o menor sentido.

Quem defende hoje o #ForaTemer combinado com o #VoltaDilma é desinformado ou desonesto. Simples assim. Não há oura hipótese. Por outro lado, para a convocação imediata de novas eleições presidenciais, nas condições atuais, quem seriam os candidatos? Um salvador da Pátria qualquer? Dilma, que não teve seus direitos políticos cassados com a manobra de última hora no Senado? Lula? Ciro Gomes? Bolsonaro? Deus nos acuda!

Jornalismo Sensacionalista no #ProgramaDiferente


"Isento de verdade". O slogan de duplo sentido é a senha do Sensacionalista para as notícias fictícias deste que é o jornal mais pop da internet, com mais de 2,5 milhões de seguidores nas redes sociais. Essa confusão na cabeça do leitor nos faz refletir sobre este momento em que a realidade parece piada e as piadas poderiam ser reais.

Tanto que, neste mundo cada vez mais virtual (e surreal), o Sensacionalista - nascido em 2009 - tem um irmão caçula, o Surrealista (que, ao contrário do original, publica "notícias reais que parecem coisas do Sensacionalista"). Os autores do maior, melhor e mais comentado portal de humor da atualidade também lançaram um livro com um título que resume o conjunto da obra: "Pagar por um livro que está na internet é sinal de genialidade, dizem especialistas".

#ProgramaDiferente desta semana entrevista com exclusividade os jornalistas e humoristas Marcelo Zorzanelli, Leonardo Lanna, Martha Mendonça e Nelito Fernandes, os criadores do Sensacionalista, que falam de trabalho, de humor e de política, contando também sobre a parceria em programas de TV como o Tá no Ar e o Zorra, ambos da Rede Globo. No final, você ainda encontra uma espécie de bônus desta nossa política surreal. É imperdível! Assista.