quarta-feira, 1 de junho de 2016

Uma Prefeitura que afrouxa é feita de frouxos?

É impossível não fazer ironia ou não associar com a total frouxidão da Prefeitura de São Paulo ao ler esta notícia: Em novo aceno a taxistas, Haddad planeja afrouxar exigência de vistoria.

Ora, além de ser mais um flagrante crime de responsabilidade, é uma confissão da sua incapacidade. Haddad é um prefeito frouxo!

E o que é frouxidão, antes que a milícia virtual cooPTada pelo prefeito "moderninho" se revolte nas redes? Ajuda aí, HouaissFrouxidão é a característica do que não tem força, condição do que é frouxo, fraco; tibieza, frouxidade. Pouca ou quase nenhuma força ou intensidade. Fraqueza, debilidade moral, emocional etc. ‹Por exemplo: tinha inegável frouxidão de caráter ›. Atributo, característica do que é irresoluto, do que se mostra indeciso, vacilante.

Esse episódio dos taxistas é emblemático: Haddad avançou e recuou tantas vezes que conseguiu se indispor com todos: a população, os taxistas, os aplicativos como o Uber e até a própria base governista na Câmara Municipal, que ainda não engoliu o passa-moleque dado com a regulamentação por decreto, após idas e vindas do prefeito-vacilão.

Um exemplo ilustrado da mudança de humor dos vereadores com Haddad foi mostrado didaticamente pelos trajes do vereador Adilson Amadeu (PTB): a vestimenta de "guerra", de agora, contrasta bastante com aquela do segundo turno das eleições de 2012, quando ele apareceu no plenário de terno vermelho para anunciar que votaria no petista, contrariando o seu partido, que havia declarado apoio ao tucano José Serra

Atualmente, Adilson Amadeu é um dos mais ferrenhos e combativos opositores do prefeito Fernando Haddad. Faz pronunciamentos bastante críticos ao petista, a quem acusa de ter traído os taxistas e passado a defender aplicativos como o Uber por interesses pessoais.

Mas, além do posicionamento midiático de Adilson Amadeu, há uma série de outros casos de vereadores que abandonaram a base governista por conta da inoperância e da frouxidão de Haddad. A bancada do PMDB, por exemplo, que apoiava Haddad quando Marta Suplicy se filiou ao partido com a intenção de disputar a Prefeitura, já debandou. 

No próprio PT, se não bastasse a falta de empenho da bancada na defesa da gestão Haddad, considerada uma tragédia principalmente na periferia (aliás, o oposto de Marta), houve na semana passada uma jogada que escancarou o abandono do prefeito.

Na quarta-feira passada, o presidente da Câmara Antonio Donato (PT) se ausentou e a presidência da sessão foi assumida pelo suplente da Mesa Diretora, Eduardo Tuma (PSDB). Então uma CPI para apurar irregularidades da gestão Haddad na administração do Teatro Municipal, proposta por outro tucano, Quito Formiga, foi aprovada sem a contestação de nenhum vereador da base governista. Tudo feito legalmente dentro do regimento. Estranho, não?