segunda-feira, 25 de abril de 2016

Cai ciclovia, cai estande, cai estádio e morre gente!

Não surpreende que tenha caído a ciclovia na orla do Rio, nem o estande de vendas do prédio de luxo em São Paulo. Não é por acaso.

Aliás, alguém ainda se lembra de quantos operários morreram nas obras dos estádios para a Copa do Mundo no Brasil? Com essa exceção que confirma a regra, aqui e agora, ninguém fala mais nisso. São pessoas que viraram estatística e pronto, acabou!

Parece emblemático que a empresa que construiu a ciclovia de R$ 45 milhões que ruiu seja da família do secretário de Turismo do Rio.

Já o estande de vendas em São Paulo é da Cyrela, mesma construtora que está (nunca por acaso) envolvida em polêmicas com cidadãos paulistanos, erguendo condomínios de luxo em raras e importantíssimas áreas verdes remanescentes da cidade, como nos terrenos do Parque Augusta e do Parque Vila Ema (parceria com a Tecnisa).

Cada apartamento destes da Cyrela, vendido no estande que desabou, custa entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões. A desapropriação de todo o terreno de 16 mil metros quadrados na Vila Ema, na área destinada ao parque por lei (obviamente desrespeitada), já foi avaliada em R$ 11 milhões. Refeitos os cálculos, botando um percentual enorme de lucro para a empresa (que não abre mão de nenhum centavo), gira em torno dos R$ 20 milhões. Dois apartamentos da Cyrela.

A gestão irresponsável e incompetente do prefeito Fernando Haddad alega não ter dinheiro para fazer cumprir a lei e implantar os parques, que beneficiariam milhares de famílias, tanto na região central quando na zona leste da cidade. O governo lava as mãos e, para a empresa, tanto faz. Visa apenas o lucro e dane-se a responsabilidade social.

Não vamos comparar os custos da ciclovia do prefeito Eduardo Paes, no Rio, com a "ciclofarsa" do Haddad, em São Paulo. São realidades distintas, mas a ruindade administrativa é similar. Nem vamos contrapor o custo do parque, um décimo do orçamento da reforma insana que Haddad pretende fazer no Vale do Anhangabaú, uma ideia estúpida de substituir árvores, jardins e espaços de convivência por lâminas d´água ao custo ofensivo de R$ 100 milhões.

Precisa dizer mais alguma coisa? (...) Então, vai aqui o nosso silêncio respeitoso pelas pessoas que morrem pela ação ou omissão de gestores irresponsáveis, criminosos e incompetentes. Bando de cafajestes!