sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Não podemos abrir mão do direito de fiscalizar e de cobrar o cumprimento das metas do prefeito Haddad

É surpreendente que, por mais que a produtividade do parlamento paulistano seja a mais baixa que se tem notícia nos últimos tempos e o prefeito Fernando Haddad tenha cumprido apenas 13% das metas da gestão, já na metade do seu mandato, entidades fiscalizadoras como a Nossa São Paulo e o Voto Consciente pareçam tão condescendentes com as administrações do PT.

Causa estranheza essa aparente mudança de empenho (ou de critérios?) para quem sempre atuou com tanta firmeza na cobrança às gestões anteriores da cidade, seja na Prefeitura sob o comando de Gilberto Kassab (PSD) e de José Serra (PSDB), seja no Legislativo dirigido pelos vereadores José Police Neto (PSD) e Antonio Carlos Rodrigues (PR), para citar apenas os mais recentes antes deste último biênio com os petistas Haddad e vereador José Américo à frente da Prefeitura e da Câmara Municipal de São Paulo.

À essa altura - passados dois anos de mandato - o prefeito Kassab estava sendo cobrado duramente pelo cumprimento ínfimo do plano de metas, enquanto hoje as mesmas entidades parecem relevar a inoperância de Haddad, além de tentar desviar o foco dos problemas centrais e querer encontrar aspectos positivos onde a maioria dos paulistanos só enxerga atraso, despreparo e improviso.

Quer exemplos? Veja o tratamento que a Nossa São Paulo dá para assuntos como os corredores de ônibus, diante de um quadro em que o contrato do transporte é prorrogado indefinidamente e bilhões de reais escoam dos cofres públicos sem controle e sempre sob a suspeita de irregularidades.

Ou para a saúde pública, enaltecendo promessas vazias da Prefeitura que destoam da realidade marcada pelo atendimento insatisfatório que é proporcionado pela atual gestão (segundo pesquisa divulgada pela própria entidade, cujos coordenadores se reúnem regularmente com Haddad e também integram o Conselho da Cidade).

Qualquer release da assessoria de imprensa da Prefeitura vira notícia neste plano estratégico de recuperação da popularidade de Haddad, alimentado pela imprensa cooPTada e por entidades "amigas". Temas como as obras contra enchentes, não realizadas, e a gambiarra das ciclovias merecem menos críticas do que o espaço que é oferecido para elogiar e referendar promessas futuras que nem sequer saíram do papel.

É o caso das boas intenções anunciadas pela Prefeitura para o Programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, quando na realidade o que acontece é o oposto do mais sincero "interesse popular", ao favorecer movimentos organizados ao invés da maioria dos cidadãos e o mercado imobiliário em detrimento das moradias para as famílias de baixa renda.

Promessas grandiosas da campanha de Haddad foram abandonadas pela falta de recursos ou mesmo pela inviabilidade operacional, como o "Arco do Futuro", puro truque midiático, mais uma propaganda enganosa caça-votos.

A Prefeitura até ensaia realizar parte das obras do projeto, como a construção de viadutos sobre a Marginal Pinheiros, ao custo impraticável de R$ 1 bilhão, mas omite que ela trará benefícios principalmente para empreendimentos imobiliários de grandes empreiteiras como a Odebrecht, não para a população de modo geral.

Tratamos especialmente da questão orçamentária em outra postagem do Blog do PPS, mostrando, por exemplo, a redução das verbas destinadas às Subprefeituras, o que (se não sofrer modificação no projeto substitutivo a ser votado) inviabiliza qualquer plano de descentralização administrativa e enfraquece a necessária tese do poder local, além dos novos parques prometidos e abandonados, piorando a situação de áreas que já estavam degradadas.

Aproveitamos ainda para anunciar que o Diretório do PPS/SP promoverá no dia 4 de dezembro, quinta-feira, às 19h, no 1º subsolo da Câmara Municipal, uma reunião aberta para discutir o Orçamento de 2015 para a Cidade de São Paulo, priorizando o debate sobre a qualidade de vida do paulistano e as áreas sociais. Deixe agendado e participe!

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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O malabarismo ideológico da claque petista para distorcer a realidade e justificar os crimes ambientais

Os petistas estão cada vez mais craques no malabarismo ideológico: tanto no plano federal, ao desdizer tudo aquilo que falaram mal dos ministeriáveis da Dilma, como a diva dos ruralistas, chamada também de "miss motosserra" e que ajudou a descaracterizar o código florestal, como no plano municipal, ao darem um nó na verdade para justificar a irresponsabilidade (e o crime ambiental) do prefeito Haddad ao legalizar as ocupações irregulares em áreas de mananciais.

É inacreditável a cara-de-pau da milícia PTbull, adestrada para ser fiel ao partido (e desleal com o restante da população), ao tentar nos convencer agora que "Moradias populares na Nova Palestina vão preservar mananciais". Meu Deus! É a completa distorção da realidade!

É exatamente o oposto que a ação (ou a omissão) do poder público vem provocando: a destruição das áreas de mananciais!

Vereadores da Frente pela Sustentabilidade e da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Municipal, como Ricardo Young (PPS), Gilberto Natalini (PV) e Mário Covas Neto (PSDB), entre outras honrosas exceções, tem travado uma batalha inglória contra a maioria cooPTada pelo governo.

Queremos parques, Haddad!

Queremos preservar o que resta do verde e das áreas de mananciais, em nome da qualidade de vida de cada cidadão paulistano e do futuro da capital de São Paulo!

Devemos, sim, atender o déficit de moradias populares. Mas não a qualquer preço, atropelando a lei e o bom senso, muito menos da forma demagógica, hipócrita e partidarizada que a sua gestão vexatória vem fazendo.

É muita ruinddad, prefeito! Que vergonha!

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Artigo: "Incorporadora Haddad & Boulos Ltda."

Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP)
Ao anunciar como se fosse uma grande ação da Prefeitura de São Paulo "entregar" o controle de 20% do Programa Minha Casa Minha Vida aos movimentos sem-teto, a imprensa cai (por ingenuidade ou má fé) na armadilha do marketing petista.

Será que setores da mídia não percebem ou querem deliberadamente omitir o fato de que essa é mais uma prova da incompetência e do despreparo do prefeito Haddad? Ele está prevaricando (não cumprindo com as obrigações da sua função) ao "privatizar" uma responsabilidade que é da gestão pública e furar a fila dos programas habitacionais.

Em vez de atuar em parceria com entidades organizadas idôneas, até por meio de mutirão, promovendo a justiça social e priorizando quem está há mais tempo à espera da casa própria, o prefeito  não consegue cumprir as promessas de campanha e joga essa responsabilidade para cima da própria população. 

Calcula-se em mais de 250 mil imóveis o déficit habitacional na cidade. Porém, há quase um milhão de famílias na fila dos programas de moradia, esperando por um local para morar (no caso dos sem-teto e de famílias que habitam áreas de risco) ou uma casa melhor (no caso de moradores de favelas, por exemplo).

E o que Haddad faz? Passa por cima de todo esse ordenamento administrativo para atender ao MTST nos novos empreendimentos imobiliários paulistanos, como se fossem todos sócios de uma grande incorporadora, funcionando alheia aos interesses da maioria da população. 

Explica-se: numa canetada de Haddad, os movimentos sociais (MTST à frente) ganham o terreno da Prefeitura, contratam ao bel prazer a empresa que fará a construção das moradias e indicam segundo seus próprios critérios quais famílias irão receber as chaves das casas.

É um prato cheio para quem fingia fazer oposição à atual gestão, como o bem-nascido Guilherme Boulos, líder do MTST, com ações orquestradas e a cumplicidade criminosa da Prefeitura do PT. Também parece um perigoso precedente, ao ensinar que quanto maior a pressão e a ameaça sobre o governo, maiores as "conquistas" dos movimentos.

Neste ano, Haddad usou o MTST para chantagear a Câmara a aprovar mais rapidamente o Plano Diretor. Em troca, prometeu entregar ao movimento a posse de terrenos públicos e privados invadidos pelos sem-teto, incluindo áreas de mananciais. Um absurdo! 

Não será com irresponsabilidade, lavando as mãos de suas obrigações como homem público, que Haddad vai resolver os problemas habitacionais da cidade ou recuperar a sua popularidade perdida, já visando a reeleição. Não vamos nos calar diante deste descaso pela "coisa pública". Isso é crime e vamos denunciá-lo!

Carlos Fernandes foi subprefeito da Lapa e preside o PPS paulistano.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A quem interessa essa onda de invasões, Haddad?

Pra quem ainda não entendeu a estreita relação entre Haddad e as ocupações ilegais: São cúmplices!

Há uma simbiose entre a Prefeitura e os movimentos sem-teto. Uns fingem fazer reivindicação por justiça social, mas fazem chantagem e pressão político-partidária. Outro finge defender os interesses da maioria, mas privilegia a minoria partidarizada, orquestrada pelo PT.

Quando ambos estão ganhando algo, a cidade perde!

Corta pra mim: "Haddad é o maníaco da faixa!"

A definição é do jornalista Marcelo Rezende, apresentador do programa Cidade Alerta, da Record: "Não é possível: Haddad deve ser dono de alguma fábrica de tintas".

"É o maníaco da faixa!", afirma o criador do bordão "Corta pra mim!", conhecedor do modus operandi da malandragem.

Daqui a pouco o paulistano vai precisar sair de casa com manual de instrução para atravessar a rua! Ou com um mapa das gambiarras do Haddad!

Mas a Prefeitura é "democrática" e luta pela "igualdade": desrespeita igualmente motoristas, pedestres e ciclistas, em bairros centrais e na periferia, sem distinção!

É um festival de improviso e irresponsabilidade!

Uma gestão sem planejamento, sem critério, sem diálogo!

Piora o caos urbano, trava ainda mais o trânsito, desqualifica qualquer intervenção que visa a melhora da qualidade de vida...

A última ação desastrada é esse festival incompreensível de faixas coloridas na frente de uma escola na Vila Mariana - bairro em que, veja só, o prefeito nasceu: Faixa para embarque de alunos ao lado de ciclovia revolta pais.

É muita ruinddad, Haddad! Pede pra sair!

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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

"¿Por qué te callas?" (...) Há um silêncio ensurdecedor para várias perguntas que os petistas não respondem

Petista é bom em frase feita, em reproduzir a cartilha do marketing político, em atacar a oposição, dar palpite na opinião dos outros e tentar desqualificar quem o critica.

Mas, quando é confrontado com a realidade dos fatos e das suas próprias contradições, fica quietinho por não ter nada a dizer.

Ou, ao contrário, tem muito a dizer e por isso mesmo se cala para não se comprometer. Mas vai esperar o que de um petista? Chegamos num ponto extremo em que já podemos afirmar, sem medo de errar: o que é bom para o PT, é ruim para o Brasil.

Afinal, como justificar, por exemplo, os novos ministeriáveis da presidente Dilma Roussef? (menos de um mês depois de acusar a oposição de querer entregar a Economia aos interesses dos bancos privados, de privilegiar os setores conservadores da sociedade e defender medidas recessivas etc. etc. etc.)

Dilma vê recusado seu convite ao presidente do Bradesco para ser ministro da Fazenda, mas insiste e vai se contentar com um preposto do banco? É isso mesmo, produção?

E como explicar a escolha da musa dos ruralistas, que já recebeu o pomposo título de "miss motosserra de ouro" dos ambientalistas (e petistas!), para o Ministério da Agricultura?

Cadê a "intelectualidade de esquerda" (fake), que estava toda prosa até agora com a reeleição, para se manifestar?

Como justificar que Dilma e Lula não sabiam de nada sobre o maior escândalo de corrupção da História deste país, na Petrobras? Ou que desconheciam seus tentáculos bilionários no Executivo, no Legislativo, nos partidos, nas empreiteiras e em todas as obras do governo federal?

O que eles querem nos fazer acreditar? Que são inocentes no meio de um antro de corruPTos? Ou na verdade são incompetentes por nomear e manter, por 12 anos, funcionários corruptos sob os olhos da Presidência? Ou são omissos, por terem sido avisados da corrupção sem tomar nenhuma providência objetiva?

Ou são, como tentam nos convencer, os salvadores da Pátria, ordenando a Polícia Federal e o Ministério Público a investigar e punir os culpados, doa a quem doer, como se eles não fossem cúmplices das ações e omissões do seu próprio governo?

Vamos, por um só momento, fingir que acreditamos na versão do governo ("não sabia de nada", e, quando soube, "mandou investigar e punir") e na defesa das empreiteiras (foram achacados por meia dúzia de corruptos infiltrados na Petrobras, para não serem prejudicados nos contratos públicos, mas sem o aval da Presidência e dos partidos governistas).

Ora, ora... Nenhum desses megaempreiteiros denunciou a Lula e Dilma o que estava acontecendo bem debaixo do nariz presidencial? Circularam bilhões de reais pelos dutos da corrupção sem que os principais interessados (governo e empresários), partindo do princípio da presunção da inocência de ambos, tivesse se incomodado minimamente com esses "malfeitos"? (que péssimo neologismo petista para atenuar a corrupção sistêmica da última década...)

Petista é bom para reproduzir rótulos: "privataria tucana", "imprensa golpista", "trensalão", "cartel do governo Alckmin", "seca da Cantareira"...

O PT, hoje, sobrevive (ideologicamente) disso!

É sempre o discurso pronto, endossado pela cúpula do partido para ser difundido pela militância PTbull nas redes, que reforça a polarização e o preconceito (rico x pobre, branco x preto, esquerda x direita, sul/sudeste x nordeste, petista x tucano, coxinha x petralha).

Os petistas tiveram tanto sucesso na chamada "desconstrução" dos adversários (como fizeram com Marina Silva e Aécio Neves no 1º e no 2º turno de 2014), que agora parecem ter inaugurado a "auto-desconstrução" do próprio (des)governo. É tanta ruindade, tanta contradição, tanta pergunta sem resposta, que causa até um certo constrangimento fazer oposição ao PT, de tão fácil.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Não é só pelos vinte centavos, né, Haddad?

Com o brasileiro estupefato com a revelação em doses diárias do maior escândalo de corrupção que se tem notícia na História e o PT no centro da crise, o paulistano paga um preço ainda maior (literalmente) pela incompetência e o despreparo da gestão do prefeito Fernando Haddad.

Além do aumento da conta de luz, da gasolina, do aluguel e do supermercado, vem aí o aumento da tarifa de ônibus. Isso depois de tanta polêmica sobre os vinte centavos, há um ano e meio, que deram início à onda de manifestações pelo país.

A Prefeitura segue estagnada, não cumprindo nem metade das metas estabelecidas - e também não prestando contas das promessas. A Câmara Municipal, idem. Enquanto isso, as suspeitas decorrentes da falta de transparência no Executivo e no Legislativo vão se avolumando...

Correm boatos de que o mesmo grupo empresarial que controla o Frigorífico JBS (carnes Friboi) - e que por acaso foi o maior doador da campanha eleitoral de 2014 - está diversificando a sua atuação e já é o favorito para vencer algumas concorrências abertas pelas administrações do PT, como a de iluminação pública na cidade de São Paulo.

As ciclovias são um festival de improviso: de "Prefeito Lukscolor", o garoto-propaganda das tintas, apelido merecido por espalhar pela cidade as faixas brancas dos ônibus e vermelhas das bicicletas sem critério nem planejamento, Haddad virou alvo de nova brincadeira das redes sociais. Agora é o "Prefeito Liquid Paper", após "apagar" ciclovias erradas (e pior, sem admitir o erro).

No setor da moradia, controlado pelo partido do aliado Paulo Maluf, o prefeito "amigo do mercado imobiliário" conseguiu transformar os movimentos sociais em verdadeiras incorporadoras habitacionais.

Após ceder à pressão de invasores profissionais, massa de manobra do próprio PT, Haddad entregou 20% do Programa Minha Casa Minha Vida aos sem-teto.

Explica-se: os movimentos ganham o terreno da Prefeitura, contratam ao bel prazer a empresa que fará a construção das moradias e indicam segundo seus próprios critérios quais famílias irão receber as chaves das casas. (Que beleza!)

É um prato cheio para quem fingia fazer oposição à atual gestão, com ações orquestradas e a cumplicidade criminosa da Prefeitura do PT. Também parece um perigoso precedente, ao ensinar que quanto maior a pressão e a ameaça sobre o governo, maiores as "conquistas" dos movimentos.

Aonde vamos parar com esse descaso pela "coisa pública"?

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

PPS lança manifesto que convoca diálogo da oposição de agora até 2016: "São Paulo, a cidade pós-Haddad"

Ao final de 2014, chegamos à metade da gestão do prefeito Fernando Haddad com um sentimento de frustração de quem vê a cidade de São Paulo desgovernada, entregue a gente despreparada e incompetente, com a administração loteada politicamente e aparelhada partidariamente.

Passamos dois anos sem chegar nem perto das metas de governo apresentadas pelo PT. Teremos pela frente outros dois anos para ouvir mais promessas e sermos outra vez cobaias do marketing que aposta sempre na polarização eleitoral, na divisão da população e no acirramento do ódio e do preconceito para se manter no poder.

Nós acabamos de sair de um processo eleitoral que reelegeu a presidente Dilma Roussef com 54,5 milhões de votos, ou 51,64% dos votos válidos. Porém, outros 87,3 milhões de brasileiros não votaram na candidata do PT. Foram 51 milhões de votos em Aécio Neves (48,36% dos votos válidos), além de 36,3 milhões de abstenções e votos nulos ou brancos (26,76% do eleitorado).

Ou seja, a insatisfação dos brasileiros com o governo, mas também com a política e os políticos de um modo geral, ficou latente nas urnas. Talvez o PT ainda não tenha entendido o recado, pois a vitória eleitoral pode iludir os mais afoitos e encobrir o insurgente desejo de mudança. Porém, nada altera o fato de que a maioria da população (mais de 61% do total de 142 milhões de eleitores) simplesmente não endossa os métodos e práticas destes 12 anos de desgoverno petista.

É o entusiasmo do povo que se manifestou nas urnas, nas redes e nas ruas em busca de uma nova forma de fazer política, com ética, transparência e respeito às instituições democráticas e aos princípios republicanos, que nos estimula a permanecer unidos neste movimento de resistência às investidas totalitárias e à tomada de assalto do Estado (da cidade, do país).

"Vamos falar sobre São Paulo?" foi uma frase emblemática da campanha de 2012, dita na entrevista de um candidato a prefeito ao apresentador César Tralli, no SPTV da Rede Globo, que sintetiza aquilo que a maioria da população deseja: discutir soluções para os inúmeros problemas do nosso cotidiano.

O que buscamos neste momento é justamente reunir partidos, lideranças políticas e comunitárias para debater a cidade pós-Haddad. Vamos mudar São Paulo aglutinando todas as forças da sociedade no combate ao desgoverno e ao aparelhamento típicos do PT, que paulistas e paulistanos já começaram a escorraçar democraticamente no voto.

O convite é aberto a eleitores, partidos e apoiadores dos candidatos que se opuseram ao PT nas eleições presidenciais de 2014 (Aécio Neves, Marina Silva, Pastor Everaldo, Eduardo Jorge), nas eleições ao Governo do Estado (Geraldo Alckmin, Paulo Skaf, Gilberto Natalini, Laércio Benko) e à Prefeitura de São Paulo em 2012 (José Serra, Celso Russomanno, Gabriel Chalita, Soninha Francine, Paulinho da Força), entre outros.

Vamos falar sobre São Paulo, a cidade escondida sob um falso espetáculo de progresso e gigantismo, quando na verdade é uma metrópole desgovernada e mal planejada, entregue a ações cosméticas e gambiarras, centro principal da fragilidade administrativa, social, econômica e da degradação urbana, moral e política.

São Paulo não pode permanecer nas mãos de aventureiros que seguem destruindo e descaracterizando ruas, bairros, parques e praças. Queremos conscientizar e mobilizar os paulistanos para a criação e a manutenção de um ambiente social saudável, revitalizando o espaço público com planejamento e responsabilidade.

Por isso fazemos este chamamento para o debate programático e a construção de uma cidade mais humana, justa, ética, solidária e sustentável. Uma cidade com políticas públicas e parcerias sociais que possibilitem mais rapidamente a inserção dos excluídos, a radicalização da democracia, a plena transparência dos poderes e a construção mais sólida e eficaz das bases da cidadania.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Artigo: "O Brasil cai na real depois da eleição"

Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP)
Durou pouco o país das maravilhas que a presidente Dilma e parte majoritária da imprensa, subordinada aos interesses do governo, tanto se empenharam em divulgar no ano da Copa e da sucessão presidencial.

Passada a eleição, a ilha da fantasia apresentada pelo PT na propaganda eleitoral não resistiu. Estão aí os aumentos da gasolina, da luz, do aluguel, dos juros, do dólar, da conta do supermercado...

Prepare-se que em 2015, com o efeito cascata da crise e da incompetência gerencial de Dilma e aqui em São Paulo de Haddad, outros preços vão subir. A tarifa de ônibus é uma delas. Num contrato emergencial prorrogado indefinidamente, mais indevassável que a caixa preta de um avião, só o prefeito e o secretário Jilmar Tatto, que assinou com os donos de empresas de transporte esse compromisso bilionário há mais de dez anos, conhecem os termos e os motivos de tanto mistério que o envolve.

Está caindo a máscara do PT. Infelizmente, só agora aquela parte da imprensa cúmplice da maquiagem do governo acorda para a realidade. Curioso que só depois do 2º turno é que começam a surgir reportagens das obras atrasadas do PAC, incluindo estádios incompletos, superfaturados e toda a infraestrutura que deveria ter ficado pronta para a Copa e não ficou.

O nosso diagnóstico da crise foi pontual e certeiro. Faz tempo que cantamos a bola do que estava por vir em razão da volta da inflação, da inoperância administrativa, dos escândalos de corrupção e da falta de articulação política do governo. Porém, o clima de oba-oba era tamanho que colou na oposição o rótulo marqueteiro de "pessimista".

Os remédios amargos, inevitáveis, atribuídos até então à receita oposicionista, começam a ser aplicados  pelo próprio governo, numa contradição gritante entre a presidente e a candidata Dilma. E todo aquele discurso de campanha cai por terra, com medidas duras que vão travar ainda mais o desenvolvimento do país e trazer consequências para a população.

O Brasil vive uma profusão de crises: é crise econômica, fiscal, política, social; é crise de energia e da água; é crise ministerial... E o PT segue impassível, como se nada de grave estivesse acontecendo com o país, escondido atrás de falsas soluções como plebiscitos, conselhos populares e o controle social da mídia, para tentar manter o Congresso, a sociedade e a imprensa sob controle.

Vai ser difícil.

Carlos Fernandes foi subprefeito da Lapa e preside o PPS paulistano.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Procura-se prefeito para uma cidade desgovernada

A ruindade da gestão Haddad é tão evidente que a sucessão eleitoral entra na pauta da cidade antes mesmo da metade do seu mandato. Pior: a antecipação da campanha parte de dentro do próprio PT!

Com outro detalhe inusitado: a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy já havia diagnosticado também a ruindade do governo Dilma e ensaiado um "Volta, Lula", no desespero para salvar a lavoura diante do previsível tsunami resultante do frágil primeiro mandato dilmista.

Ou seja, existe sinal de vida inteligente no mundo petista, apesar de perdido num universo de corruPTos e incomPTentes. Marta mostra que nem todos aderiram à cegueira conveniente do poder e se renderam à fantasia do marketing governista.

Por isso, exceção à regra, ela virou "persona non grata" para a raivosa milícia PTbull (e entrou para a lista de caça a ser abatida, somando-se a ex-petistas como Marina Silva, Eduardo Jorge e Soninha Francine). É sintomática a pancadaria que sofre de militantes profissionais nas redes sociais.

Com todos os seus defeitos, a gestão de Marta Suplicy foi milhões de vezes superior à do prefeito Haddad. O povo de São Paulo sabe disso. O PT, ainda mais. Daí o desespero. Assim como na época de Erundina, a maior parte dos problemas da Prefeitura não foram fruto dos erros pessoais da prefeita da ocasião, mas da falha no DNA petista.

O agravante para Haddad é que, além de ser dominado pela cúpula do PT e seu modus operandi aprimorado para o aparelhamento e a dilapidação da máquina pública, ele é particularmente despreparado e inaPTo para o cargo.

Diante deste quadro, o nome de Marta se coloca naturalmente na disputa. Sem espaço no PT, pode buscar abrigo no PMDB, no PR ou na Rede. O fato é que, por qualquer legenda, se ela fizer uma oposição qualificada contra o prefeito Haddad, atrairá parcela significativa do voto petista (descontente com os rumos do partido) e também do anti-petista.

O primeiro efeito da antecipação da campanha, com a possível candidatura de Marta e a tentativa de reeleição de Haddad, será forçar o PSDB a buscar um nome de peso para chegar ao 2º turno.

Fala-se no vereador e ex-ministro Andrea Matarazzo, no senador Aloysio Nunes e no deputado Bruno Covas, mas também nunca se descarta José Serra (há quem já defenda como chapa supostamente imbatível: Serra prefeito e Russomanno vice).

Animado pelos resultados de 2014, como recordista nacional de votos para deputado, e de 2012, onde só não chegou ao 2º turno para prefeito pela "desconstrução" patrocinada pelo PT, Celso Russomanno é o vice dos sonhos de qualquer oponente, mas é provável que venha mesmo novamente como candidato a prefeito, inclusive liderando as primeiras sondagens de intenção de voto, apesar das fragilidades do seu PRB.

Há outros personagens coadjuvantes, como Gilberto Kassab, que pode ser nomeado ministro (das Cidades?), fato que o levaria (ou não?) a fechar o apoio do PSD a Haddad. Se bem que dentro do partido dele há lideranças que já saíram descontentes (e derrotadas) pela aliança com o PT em São Paulo, como Police Neto, Marco Aurélio Cunha e Alexandre Schneider.

Uma aposta de risco para Kassab seria tentar atrair Paulo Skaf ou Gabriel Chalita do PMDB do vice-presidente Michel Temer para o PSD, ou apostar na candidatura de Henrique Meirelles (se este também não for nomeado para o Ministério de Dilma).

Ainda que estejamos muito longe da eleição municipal, a bola da vez é Marta Suplicy. E, mesmo se passar essa onda, parece improvável surgir outro nome competitivo para quebrar a quadra de protagonistas (HaddadMartaRussomanno e um nome tucano, com alguma vantagem para Aloysio).

Alguém arrisca um cenário diferente?

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Como nunca antes na história deste país... Agora cabe a frase ufanista de Lula, para a corrupção no Brasil!

Parece emblemático que, no aniversário de 125 anos da República, a manchete de todos os jornais deste 15 de novembro tenha sido a notícia da prisão de mais de 20 executivos das grandes empreiteiras do país, envolvidos no maior escândalo de corrupção da História do Brasil.

A operação da Polícia Federal atinge em cheio o coração financeiro do nosso falido sistema político-partidário, com seu complexo sistema circulatório alimentado pelo desvio de dinheiro público.

Parte ínfima desses recursos é registrada oficialmente como contribuição eleitoral, enquanto o maior volume abastece contas no exterior e o "caixa dois" de partidos governistas e de candidatos corruptos, em todas as instâncias.

Pela primeira vez, faz-se um elo entre corruptos e corruptores. Não é por acaso que os primeiros presos sejam de empreiteiras e construtoras. Há uma corrupção sistêmica no setor de obras públicas. Em troca do financiamento de partidos e políticos do governo (na esfera federal, estadual e municipal), as empresas tem garantida a participação nos contratos firmados com o setor público. A comissão faz parte do negócio.

Segundo as investigações sobre a corrupção na Petrobras, as maiores construtoras do país estão envolvidas no esquema: Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Iesa, UCT, Andrade Gutierrez, OAS, Engevix, Galvão Engenharia. Todos os executivos presos até agora na Operação Lava-Jato são destas empresas.

Também é bastante ilustrativo que, no dia 10 de novembro, o maior e mais influente jornal do país, a Folha de S. Paulo, tenha publicado um caderno especial intitulado "O Brasil que dá certo", com patrocínio da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa, exaltando as maravilhas dos governos do PT.

Os gigantes da construção civil e do ramo imobiliário alimentam não apenas o sistema de financiamento político-partidário, mas estão também entre os maiores anunciantes dos principais veículos de comunicação do país, ao lado do próprio governo e das empresas estatais, dos bancos, da indústria de automóveis, bebidas e alimentos, dos laboratórios farmacêuticos e setores de telefonia, varejo, mineração e energia.

Ou seja, fecha-se uma triangulação (governo / iniciativa privada / mídia), bilionária e conveniente, que explica em grande parte a perpetuação, sem investigações a fundo, da existência desses esquemas de corrupção. Todos se beneficiam direta ou indiretamente deste "Brasil que dá certo" (para eles, acima de tudo!).

Não há aqui nenhuma nova acusação, mas uma constatação óbvia: as nove empresas implicadas nessa etapa da Operação Lava-Jato desembolsaram mais de 610 milhões de reais nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014, segundo os registros oficiais no TSE.

Quem são os maiores beneficiados? Alguma dúvida de que o PT e os partidos da base são os líderes de arrecadação? Leia: Sete dos dez maiores doadores de campanha são suspeitos de corrupção.

Veja abaixo, apenas para exemplificar, os links com as doações de algumas destas empresas a partidos políticos e candidatos nas eleições municipais de 2012 e nacionais de 2010:

Eleições municipais de 2012 (prefeitos e vereadores) - Construtora Norberto Odebrecht S AConstrutora Norberto Odebrecht Brasil S/AOdebrecht Oleo e Gas S/AOdebrecht Realizacoes Imobiliarias e Participacoes S.A..




Construtora Queiroz Galvao S A., Queiroz Galvao Bom Retiro Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Bosques do Japi Desenvolvimento Imobiliario LTDA. Queiroz Galvao Caio Pereira Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Empreendimentos LTDAQueiroz Galvao Isla Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Nature Etapa 2 Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Oleo e Gas S/AQueiroz Galvao Platinum Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Reserva do Japi Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Tower Desenvolvimento Imobiliario LTDAQueiroz Galvao Vilas Boas Desenvolvimento Imobiliario LTDA.

Eleições nacionais de 2010 (presidente, governadores, deputados, senadores) -  Construtora Norberto Odebrecht Brasil S/AConstrutora Norberto Odebrecht S AOdebrecht Realizações Imobiliarias S/A.
Além de serem as campeãs disparadas no financiamento político e eleitoral, vejamos como as construtoras e também as empresas do setor imobiliário dominam a circulação de dinheiro nos jornais, principalmente.

Tomemos como referência a edição histórica deste sábado, 15 de novembro, da Folha de S. Paulo. No seu primeiro caderno ("Brasil"), o mesmo que publicou as prisões efetuadas pela Polícia Federal, há 17 das 28 páginas (ou 60% do total) estampando a publicidade de construtoras e o lançamento de empreendimentos imobiliários.

São diversos anúncios de página inteira, meia ou dupla, de empresas que também são doadoras de campanhas, principalmente Abyara / Brasil Brokers (veja as doações em 2012 e 2010) e Gafisa (2012 e 2010).

Mas nos cadernos internos isso não difere muito: Mercado (9 páginas de 12, ou 75%), Esporte (2 de 4, ou 50%), Mundo (15 de 24, ou 62,5%), além do próprio caderno de Imóveis, todos são dominados por anúncios de empresas como Yuni, Fernandez Mera, Lopes, Even, Esser, EdalcoEztec, Queiroz Galvão, Onni, AAM, Five, Helbor, Toledo Ferrari, Coelho da Fonseca, Sinco, Exto, Atua, Fibra Experts, MAC, Bueno Netto, PDG, Dialogo, Elite Brasil, Marques Construtora, entre outras.

Repetimos, não existe aí nenhuma ilegalidade intrínseca, mas um enorme incômodo de quem enxerga nessa relação paradoxal os interesses econômicos envolvidos entre o financiamento de campanhas políticas e a relação posterior entre essas empresas e o governo, além dos veículos de comunicação que se dizem independentes, mas que sobrevivem da publicidade paga por ambos.

Quer mais exemplos concretos do que estamos dizendo sobre os interesses econômicos entre governo, iniciativa privada e a suposta (in)dependência dos veículos de comunicação?

Leia aqui:

Haddad, o prefeito amigo do mercado imobiliário




Aliás, vale dizer que, se o setor da construção foi quem mais doou recursos para os candidatos e partidos, o maior doador individual das campanhas em 2014 é o grupo J&F.

A holding que controla o frigorífico JBS (carnes Friboi) contribuiu sozinha para a eleição de pelo menos 160 deputados federais (ou mais de 30% da Câmara, composta por 513 parlamentares).

Aí você pensa: Qual será o interesse de um frigorífico na política? Quando surgem rumores de que os mesmos investidores do grupo J&F são os "favoritos" para vencer a concorrência da iluminação pública da cidade de São Paulo e futuramente até do setor de transporte municipal, terminada a auditoria particular da Prefeitura e o contrato emergencial que foi prorrogado nesses dois anos da gestão Haddad, você começa a entender que deve fazer algum sentido.

No momento em que a Câmara de São Paulo também está envolvida em denúncias de corrupção, se não bastasse a polêmica do financiamento eleitoral, vale lembrar que doações de uma associação do setor imobiliário, consideradas ilegais pela Justiça, na legislatura anterior, levaram à condenação em primeira instância de vereadores de São Paulo.


O assunto do financiamento das campanhas (público? privado?) e da necessária reforma política está na ordem do dia, dividindo espaço com a apuração dos escândalos de corrupção. Os debates sobre o tema prometem dominar o ano de 2015. Estamos de olho!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Câmara de São Paulo não vota nada há um mês, mas eleição da nova Mesa pode possibilitar o resgate da credibilidade e da independência dos vereadores

Última sessão com votação em plenário ocorreu no dia 14 de outubro
Há incríveis 30 dias, as sessões extraordinárias da Câmara Municipal de São Paulo não tem quórum para votação de projetos, por falta de entendimento político na própria base governista.

A última aprovação, ainda em primeira votação, no dia 14 de outubro, foi do PL 384/2014, de autoria do Executivo, que institui o PPI (Programa de Parcelamento Incentivado).

O PPI, quando aprovado, possibilitará que contribuintes inadimplentes com o município regularizem seus débitos, inclusive aqueles já inscritos em Dívida Ativa. De acordo com o projeto original (sujeito a emendas e substitutivos), impostos devidos como IPTU e ISS, por exemplo, poderão ser parcelados em até 120 parcelas com desconto de 50% sobre juros e multas. Já os munícipes que preferirem efetuar o pagamento em parcela única devem ganhar abatimento de 75%.

Vereador Ricardo Nunes (PMDB)
Segundo o relator do Orçamento de 2015, vereador Ricardo Nunes (PMDB), estima-se que a aprovação do PPI represente um adicional de R$ 450 milhões no caixa da Prefeitura de São Paulo. Nada mal, embora a expectativa de parcelamentos e anistias recorrentes acabem servindo de incentivo aos devedores.

Constam ainda da pauta paralisada na Câmara outras propostas polêmicas do Executivo, como a criação de cargos no município (mais?), a alteração da remuneração e do plano de carreira dos servidores, além da concessão de áreas públicas para exploração de estacionamentos particulares e de empreendimentos imobiliários sem necessidade de apreciação pelos vereadores.

A ausência de votações não significa necessariamente a inatividade do Legislativo. Prossegue o trabalho de comissões internas e da CPI da Sabesp, entre outras ações cotidianas, e os escândalos de praxe que garantem a presença diária (extremamente depreciativa) de alguns parlamentares na mídia.

Também os bastidores da Câmara paulistana vivem dias de efervescência. Se não bastasse a repercussão do noticiário e o acirramento da disputa eleitoral recém-encerrada, altamente polarizada, estamos às vésperas da votação do Orçamento (com os vereadores negociando a aprovação das suas emendas) e da escolha da futura Mesa Diretora.

O clima, que já era quente, ferveu de vez com a saída espalhafatosa de Marta Suplicy do governo Dilma, expondo as divisões internas do PT e mexendo diretamente com a rotina do Legislativo. A ex-ministra reassume a vaga do Senado no lugar do suplente, o vereador Antonio Carlos Rodrigues, que é também secretário-geral do Partido da República e principal dirigente nacional do PR desde a prisão do presidente Valdemar Costa Neto, condenado no julgamento do Mensalão.

Antonio Carlos Rodrigues (PR)
Com isso, surgem as especulações que (i)mobilizam o parlamento paulistano: presidente por quatro anos consecutivos e líder do chamado "Centrão", Rodrigues retorna a São Paulo como possível candidato a presidente da Câmara (e pode comandá-la por um novo período de quatro anos, pois apesar de o mandato do presidente ser anual e só se permitir uma reeleição, ou seja, dois anos consecutivos, a "virada" da legislatura permitiu que ACR fosse eleito novamente em 2009, após dois mandatos em 2007/2008; e o mesmo pode se repetir em 2017 para o presidente que for eleito para 2015).

Porém, outros dois cenários parecem mais plausíveis para o futuro de ACR: assumir um ministério na cota do PR no governo Dilma ou até mesmo uma secretaria de peso na gestão do prefeito Fernando Haddad. O fato é que, sob qualquer aspecto, ele volta como protagonista na definição do próximo presidente da Câmara (substituindo o vereador José Américo, do PT, presidente por dois anos e recém-eleito deputado estadual).

No PT, há pelo menos duas candidaturas colocadas informalmente: do líder do governo Arselino Tatto e do presidente do diretório paulistano do partido, Paulo Fiorilo. Correm por fora o líder da bancada Alfredinho e o ex-secretário municipal Antonio Donato.

Além do racha no PT, do possível retorno de Antonio Carlos Rodrigues e da pretensa candidatura de Milton Leite (DEM), outro expoente do Centrão, os vereadores de São Paulo tem nas mãos uma oportunidade única para resgatar a independência do Legislativo - que vive tutelado pelo Executivo. Se repetirem por aqui a movimentação que teve início na Câmara dos Deputados, os partidos da base governista (com apoio da oposição) podem ganhar do PT a presidência da Casa.

Vereador Paulo Frange (PTB)
Assim como em Brasília, o PMDB terá papel fundamental na eleição da Mesa. O já citado vereador Ricardo Nunes é um nome com bom trânsito, tanto na situação quanto na oposição, que surpreenderia como candidato a presidente. Outro parlamentar respeitado por seus pares e que pode surgir como opção aos nomes do PT é Paulo Frange (PTB).

Com um eventual presidente do PMDB ou do PTB e a manutenção do PSDB na secretaria-geral da Casa, além da composição com vereadores dos outros partidos com representação na Câmara (PSD, PV, DEM, PR, PROS, PRB, PHS, PCdoB, PP, PSB, PSOL e PPS), é possível eleger uma Mesa Diretora que restaure a credibilidade e a necessária independência entre o Legislativo e o Executivo.

Com a palavra, pelo respeito às instituições democráticas e aos princípios republicanos, os vereadores de São Paulo...

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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sucessão de Haddad já começou: quem deu a largada para a corrida eleitoral de 2016 foi Marta Suplicy

A saída espetaculosa de Marta Suplicy do Ministério da Cultura, a crítica calculada ao governo da presidente Dilma Roussef - quinze dias após a reeleição - e o anúncio de que a senadora pretende disputar novamente a Prefeitura de São Paulo marcam a largada antecipada da corrida eleitoral de 2016.

O fato é que a gestão do prefeito Fernando Haddad é tão ruim que a primeira candidatura de oposição surge no próprio PT!

Goste-se ou não de Marta, uma coisa é certa: conhecedora da cidade e dos bastidores petistas, ela deve ter as suas razões para abrir essa dissidência contra o prefeito, até então o candidato natural à reeleição.

Nesse contexto, o PPS de São Paulo faz dois movimentos: primeiro, lança um manifesto convocando toda a oposição ao PT para um diálogo permanente sobre a cidade e o país.

Paralelamente, continuará fiscalizando a péssima gestão deste prefeito, marcada pelo despreparo, pelo improviso e pelos métodos petistas deploráveis, típicos dos governos desse partido que não respeita minimamente os princípios democráticos e republicanos.

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