sábado, 31 de março de 2012

Protesto marca o 16º aniversário das Mães da Sé

A Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida, mais conhecida como Mães da Sé, entidade fundada e presidida por Ivanise Esperidião da Silva Santos, aproveitou a comemoração do 16º aniversário para protestar contra a falta de políticas públicas para solucionar o desaparecimento de pessoas no país.

Com a presença da pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, e do presidente do PPS paulistano, Carlos Fernandes, o ato nas escadarias da Catedral da Sé reuniu dezenas de mães com cartazes e fotos dos filhos desaparecidos.

"Nosso trabalho é considerado uma referência nacional na localização e reintegração à família de crianças e adolescentes desaparecidos no Estado de São Paulo, trabalhando de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente em cumprimento da lei federal 8.069/90", afirma Ivanise Santos, pré-candidata a vereadora pelo PPS.

"Nos últimos anos foi possível reduzir estatísticas de desaparecimento no Estado de São Paulo, graças ao desenvolvimento de ações preventivas junto à sociedade, através de parcerias com a iniciativa privada, com a divulgação em massa de fotos de pessoas desaparecidas e em campanhas apoiadas pela imprensa".

O presidente da Fundação Criança, Ariel de Castro Alves, explicou que um dos principais problemas é a falta de um cadastro nacional de crianças desaparecidas. “Existe uma expectativa em relação ao funcionamento efetivo do cadastro nacional, que apesar de ter sido criado por lei em dezembro de 2009, acaba não funcionando efetivamente”.

É a luta que Ivanise vem travando há anos: o primeiro passo para que o registro nacional funcione é a criação de cadastros estaduais que tenham foto e as informações básicas da pessoa procurada. “O mais importante seria integrar as polícias estaduais com o governo federal por meio do Ministério da Justiça”, afirma Ariel Alves. Há, estado de São Paulo, cerca de 9 mil crianças e adolescentes estão desaparecidos.

Eles também reclamam que há resistência da polícia em colocar em prática a lei que determina o registro imediato dos desaparecimentos. “Ainda hoje é muito comum que a polícia impeça esse registro imediato, não aceite que seja registrado imediatamente, manda esperar 24 ou 48 horas e nós sabemos que esses momentos iniciais sãos os mais importantes para tentar localizar a pessoa desaparecida”.

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