domingo, 20 de novembro de 2011

A revolução das ruas, das redes e das urnas

Para ser breve e direto: muita gente ainda não consegue enxergar a revolução em curso.

Primavera Árabe, Occupy Wall Street, movimentos na França, Inglaterra, Chile, Itália, Espanha, Brasil... Internet, twitter, facebook, youtube...

Para alguns, tudo isso não passa de uma somatória desconexa de sinais passageiros da modernidade. Acontecimentos isolados ou, no máximo, sem conteúdo, profundidade e nenhuma conseqüência histórica. Ok. Uns fazem isso por ingenuidade, outros por ideologia. Há quem faça mesmo por má intenção. Ou por medo do NOVO e da MUDANÇA. Principalmente aqueles que de alguma forma ainda se beneficiam como parasitas do atual sistema, estagnado e falido.

Há 20 anos fazia sentido um caderno como o Folhateen, para atrair os jovens para a leitura de um jornal. Nesta segunda-feira ele morre.

Há 20 anos surgia no Brasil com estardalhaço a MTV. Hoje a audiência míngua, pois não faz mais nenhum sentido o antigo telespectador dos anos 90 (hoje não apenas receptor, mas ele próprio produtor de informação na rede mundial) esperar um dia inteiro, às vezes uma semana, para ver o clipe favorito do seu ídolo internacional na telinha.

A Revolução da Informação já se estabeleceu. A Revolução Cultural, conseqüência direta dessa transformação global, vem na esteira dos acontecimentos – e atinge indistintamente todos os povos, todas as classes e vem carregada de uma ansiedade pelo NOVO e pela MUDANÇA com resultados difíceis ainda de mensurar (e por vezes contraditórios).

Se há 20 anos o jovem dependia de um jornal para se orientar sobre a carreira a seguir e até sobre a vida sexual, e o mais moderno era ir à locadora buscar o lançamento em videocassete do filme que saiu havia um ano de cartaz; se há 40 anos só iria conhecer um ídolo pop se viajasse para fora do país ou se alguém lhe trouxesse um vinil do cantor preferido; hoje em cinco segundos o jovem acessa tudo isso junto pelo Google: a música, o filme, o show, o clipe, a profissão, o lazer, o sexo, a política.

Assim como o jovem não precisa mais de intermediários para ter acesso à informação e à cultura, o cidadão quer ser independente dos partidos para fazer política. Ainda que possa haver uma visão exagerada, anárquica e inconseqüente, em todo o mundo o entendimento é de que a democracia direta vai superar o atual sistema vigente. Cabe aos partidos, portanto, avançar para uma prática política mais avançada, moderna, democrática, ética, transparente e sensível à demanda popular. Que se adaptem à nova realidade para demonstrar a sua real utilidade e importância. Que não sejamos simplesmente arrastados pelo tsunami virtual (embora esta seja a vontade inconfessável de alguns: que o coletivo partidário morra de inanição, para que sobrevivam os medíocres).

Ao Congresso do PPS! O debate será intenso! (mesmo – e principalmente, diríamos - se quiserem interditá-lo)

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Congresso Nacional do PPS: de 9 a 11 de dezembro