segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Corrida por sucessão de Kassab agita os bastidores

Divulgada há uma semana, a primeira pesquisa Datafolha sobre a corrida à Prefeitura de São Paulo acirrou a disputa interna nos partidos e bagunçou as negociações em curso.

Ao mostrar a petista Marta Suplicy favoritíssima em todos os cenários (inclusive no confronto direto com o tucano José Serra), dá fôlego à pretensão da ex-prefeita de disputar o cargo mais uma vez (venceu em 2000, mas perdeu em 2004 e 2008).

Como a rejeição à Marta e Serra é maior que a intenção de votos em ambos, parece correta a avaliação de quem aposta no sucesso dos candidatos novatos para a eleição de 2012.

No PT, tudo caminha para o lançamento do bem articulado ministro da Educação, Fernando Haddad, que terá as nada desprezíveis mãozinhas de Lula e Dilma na sua campanha.

Como contraponto ao petista, o PSDB (sempre à espera de Serra candidato, única chance de reunir novamente o DEM e o novo PSD kassabista) ainda patina na definição entre o senador Aloysio Nunes (talvez o plano B que uniria Serra, Alckmin e Kassab), o deputado José Aníbal (favorito na máquina partidária e pedra no sapato dos serristas) e os secretários estaduais Andrea Matarazzo e Bruno Covas (com o peso do nome do avô).

O terceiro nome que aparece nas pesquisas é o de Celso Russomano (PP), que sempre desponta na preferência do eleitorado no período pré-eleitoral, por ser conhecido da TV, mas despenca no decorrer da campanha pela inconsistência de propostas.

Dos novatos na disputa, aparecem com mais destaque Netinho de Paula (PCdoB) e Soninha Francine (PPS), também figuras carimbadas da mídia, bem à frente de Gabriel Chalita (PMDB), que prometia ser a grande novidade da pesquisa mas não decolou, reforçando a tese dos que defendem o apoio imediato do PMDB ao candidato petista.

Um nome ausente da pesquisa, sem nenhuma justificativa, é o do vice-governador Guilherme Afif, do PSD de Kassab, que pode ainda carregar PSB, PV e PR, além da máquina municipal. Não é pouca coisa.

O Datafolha também aponta que o apoio de Lula a um candidato teria hoje uma influência bem maior que o de Serra, Alckmin ou Kassab.

Essa eleição paulistana terá um peso nacional. A cidade de São Paulo e a região metropolitana são estratégicas para a marcação de território já visando as eleições de 2014, para governador e presidente da República. Petistas, tucanos e marineiros sabem disso.

O PPS segue dialogando com os apoiadores de Marina Silva, por entender que um pacto a partir de São Paulo seria uma vitrine privilegiada para a busca de uma terceira via para o Brasil nas próximas eleições, quebrando a polarização entre PT e PSDB.

A idéia é unir em "dobradinha" à Prefeitura Soninha Francine e Ricardo Young, o que tornaria viável o sonho de chegar ao segundo turno com uma proposta alternativa e com uma plataforma de cidade sustentável, apoiada maciçamente por movimentos organizados e pela força espontânea das redes sociais.

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