sábado, 30 de julho de 2011

Algumas ações concretas para a "nova política"

Muito se fala da "nova política", da falência do atual modelo partidário e da crise de credibilidade dos políticos e de suas instituições. O processo congressual do PPS, que tende a concluir pela "refundação" do partido e a reafirmação do sonho de reunir a sociedade em um novo movimento, somado à tese bastante semelhante que é apresentada por Marina Silva na sua desfiliação do PV, são fatores convergentes que permitem uma visão otimista sobre a oportunidade de mudança gerada pelo momento de crise.

Há uma proposta ousada defendida dentro do PPS, quase utópica, que é avançar para a política em "rede", livrar o partido das armadilhas burocráticas, das amarras hierárquicas e abrir verdadeiramente as suas decisões para a sociedade. Trata-se do princípio da "radicalidade democrática", definição genérica que pode enfim ter um significado concreto com a transição do PPS para REDE 23, sigla e símbolo desta Renovação Democrática.

Está lançada a oportunidade de consolidar a nova formatação política que vinha sendo proposta desde 1992, com o surgimento do PPS, e que agora se torna factível diante da crise do atual modelo partidário (aqui e no mundo) e da atuação eficaz e revolucionária daqueles que já fazem (ou que pretendem fazer) política por fora dos partidos.

Podemos ser protagonistas desta “nova política”, tanto na forma quanto no conteúdo.

Como colocar em prática a REDE 23 – Renovação Democrática

Estamos propondo cinco medidas bastante simples, práticas e concretas para iniciar a implementação “radicalmente democrática” desta REDE 23, promovendo a interação nas redes sociais, descentralização, transparência e democratização das decisões de uma ação política coletiva com direção compartilhada:

1) Implantação da consulta online sobre os temas em pauta, tanto em reuniões presenciais do Diretório como em conferências virtuais, permitindo o voto “sim”, “não” ou “abstenção”, e sua justificativa, desde que devidamente identificado (membros titulares e suplentes de cada instância têm direito ao voto como se estivessem presentes fisicamente; demais militantes e simpatizantes também se manifestam e o resultado obtido por maioria simples será contabilizado como um voto válido para deliberação naquela instância, contando inclusive como primeiro critério de desempate, ou voto de minerva).

2) Conferências virtuais e consultas online para tratar de temas de interesse do partido e da sociedade podem ser propostas a qualquer tempo, por convocação do Presidente, da Comissão Executiva, do líder da bancada parlamentar ou por requerimento da maioria simples dos membros do Diretório.

3) Criação da Coordenação ou Secretaria de Redes Sociais, para garantir a interação permanente por todos os meios virtuais disponíveis com todos os dirigentes, detentores de mandato, militantes e simpatizantes, incluindo a realização de conferências virtuais e consultas online (que podem ser requeridas e efetuadas num prazo mínimo de 48 horas, de acordo com a urgência do tema).

4) Divulgação e transmissão de todas as reuniões do Diretório e/ou de sua Comissão Executiva, com interação de militantes e simpatizantes (não-filiados), assim como a disponibilização permanente, em todos os meios de comunicação do partido, de um espaço livre e democrático para o debate e a formulação de propostas.

5) Escolha, por meio das redes sociais, do “vereador virtual” em 2012, representante do partido que se comprometa a realizar uma campanha diferenciada - terá custo zero, apenas com apoiadores voluntários e nenhuma utilização de material que suja a cidade (panfletos, faixas, pintura de muros, carros de som) – e, se eleito, um mandato coletivo (a atuação do vereador ou da vereadora virtual será toda pautada por consulta direta à população, em tempo real, através da internet ou de outros recursos tecnológicos). Veja detalhes da idéia lançada na última eleição pelo PPS/SP: Vereador Virtual

Conheça a proposta da REDE 23 - Renovação Democrática.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ei, PSDB: Por que não lançam para prefeito o FHC?

Não que alguém no PSDB vá ouvir qualquer conselho, nem é essa a pretensão. Mas passaram tanto tempo tentando esconder FHC, num erro tático e estratégico sem tamanho, que não percebem que o melhor nome tucano para a Prefeitura de São Paulo em 2012 seria justamente o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fala-se numa prévia no PSDB e já estão lançados os nomes de José Aníbal, Bruno Covas, Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli. Também corre por fora Aloysio Nunes, porém a verdadeira incógnita é se José Serra aceitará ou não o desafio de disputar novamente a Prefeitura (o que praticamente o obrigaria a cumprir os quatro anos de mandato, afastando-o definitivamente do sonho presidencial).

E FHC segue, aos 80 anos, como o mais lúcido dos tucanos, vencendo finalmente a barreira imposta por marqueteiros e iluminados do próprio PSDB que julgaram que o legado de seus dois governos (que o PT espertamente tachou de "herança maldita") implicaria na derrota do Partido da Social-Democracia Brasileira.

Ficaram com medo de perder por defender os bons (ou não?) governos de FHC. Resultado: perderam de um jeito pior, omitindo as suas conquistas, realizações e iniciativas que seriam copiadas e perpetuadas pelo governo do PT, incluindo o carro-chefe da área social, o Bolsa Família.

Ironia do destino, o desagravo a FHC coube exatamente a uma estrela petista, a presidente Dilma Roussef, que homenageou "o acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica".

"Mas quero aqui destacar também o democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje", disse a presidente Dilma. "Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato."

Dilma ressaltou ainda a "admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias". Eis que a presidente petista manifestou o que pouquíssimos tucanos, influenciados por cálculos eleitoreiros baseados em pesquisas capengas, tinham coragem de expressar.

FHC disputar a Prefeitura de São Paulo seria uma homenagem recíproca: a ele e à cidade. O ex-presidente poderia enfim ocupar a cadeira que disputou e perdeu em 1985 para Jânio Quadros e encerraria com chave-de-ouro uma vida pública brilhante.

Mas, enfim, esse é só um palpite de quem vê a política de fora do ninho tucano. Por aqui, o PPS terá novamente candidatura própria à Prefeitura, repetindo a experiência bem sucedida em 2008 com Soninha Francine, apresentando uma proposta alternativa viável e moderna para a cidade de São Paulo.

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sábado, 23 de julho de 2011

"Máfia à brasileira", por Fernando de Barros e Silva

Depois de viajar o país, a má reputação do PR chegou ao centro de São Paulo, no tradicional bairro do Brás, onde funciona a Feira da Madrugada, que reúne em torno de 5.000 comerciantes.

O caso veio à tona anteontem, quando a Folha publicou uma carta de Agnaldo Timóteo (PR-SP) dirigida ao ex-administrador da feira: "Você se lembra, Geraldo, que os oportunistas do meu partido te exigiram R$ 300 mil mensais?".

Às vezes é útil lembrar que este personagem histriônico do lúmpen-malufismo é um representante do povo -vereador e do PR, o aliado de sempre do governo petista. Não se sabe ao certo quem seriam os "oportunistas" (ou se há no PR alguém que não o seja), mas o próprio Timóteo disse anteontem ao jornal que "nada acontece no PR que não passe pelo Valdemar".

O deputado Valdemar Costa Neto parece estar em todas, no atacado do Dnit ou no varejo do Brás, mas o esquema de propinas da feira é abrangente, vai além do "boy" de Mogi.

Em carta que enviou ao prefeito Gilberto Kassab em março deste ano, o criador da feira, Geraldo de Souza Amorim, hoje afastado de seu comando, relata que vinha sendo achacado e ameaçado de morte. Na entrevista que a Folha publica hoje, ele reitera o que disse e se refere a chantagens que teria recebido do vereador Adilson Amadeu (PTB) e do deputado federal Milton Monti, mais um do PR paulista.

Sob o sucesso do comércio popular que se instalou no local (um antigo terreno da rede ferroviária federal), criou-se uma teia de conexões entre o submundo do crime e o submundo da política. Ela envolve personagens mais e menos graúdos que vendem proteção e extorquem dinheiro de quem trabalha em condições precárias e perigosas.

A feira do Brás talvez seja um retrato concentrado do país de Lula -onde ascensão econômica, selvageria social e gangsterização da política andam de mãos dadas. Quem quiser terá ali um roteiro pronto para um filme de máfia à brasileira.

(Artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de sábado, 23 de julho de 2011)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Diretório estadual do PPS/SP se reune no sábado

O Diretório Estadual do PPS/SP se reune neste sábado, 23 de julho, a partir das 9h30 da amanhã (auditório Paulo Kobayashi, Assembléia Legislativa de São Paulo), para tratar dos preparativos para as eleições municipais de 2012 e aprovar as normas para os congressos do PPS, que ocorrem a partir de agosto.

O processo congressual que será concluído nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, com o 17º Congresso Nacional do PPS ("Unir a Esquerda para Mudar o País"), na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, terá início com os encontros zonais e municipais (15 de agosto a 24 de outubro), e estaduais (25 de outubro a 6 de novembro).

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Criada comissão para elaborar documentos do Congresso do PPS; verifique aqui as teses do partido

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Programa Cidades Sustentáveis: ótima iniciativa!

A Rede Nossa São Paulo, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e o Instituto Ethos, anunciam o lançamento do "Programa Cidades Sustentáveis", que ocorrerá no dia 19 de agosto de 2011, às 9h30, no Sesc Consolação (rua Dr. Vila Nova, 245), em São Paulo.

O objetivo é sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que as 5.565 cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável.

"Considerando que 85% da população do Brasil é urbana, o debate sobre a qualidade de vida nas cidades assume enorme relevância. São grandes os desafios e, para sermos exitosos em ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável, será necessário o envolvimento de cidadãos, empresas e governos", afirma o convite da Nossa São Paulo.

No evento de lançamento, que contará com a participação do jornalista André Trigueiro (apresentador do programa Cidades e Soluções, da Globonews, e comentarista da Rádio CBN) serão apresentados:

- Indicadores de Sustentabilidade Urbana para os 12 eixos temáticos da Carta Compromisso, fundamentais como ferramentas de gestão para as prefeituras signatárias e, também, para o monitoramento da sociedade;

- Casos exemplares para os indicadores. O objetivo é que as boas práticas orientem a gestão pública no sentido de melhorar os diversos indicadores de forma integrada;

- Relatório online de prestação de contas da Carta Compromisso;

- Nova versão do site www.cidadessustentaveis.org.br

- Campanha publicitária desenvolvida pela DPZ

Haverá ainda um debate sobre o desenvolvimento sustentável das cidades, numa perspectiva nacional e internacional, o pronunciamento de entidades representativas dos prefeitos brasileiros, a apresentação de propostas para as cidades-sede da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, e o papel das cidades na Rio+20.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Janine Ribeiro fala de "surpresa bem democrática"

O colunista do jornal Valor Econômico Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da USP, foi mencionado na tese da REDE 23 e se manifestou:

"Uma surpresa bem democrática: faz uma semana escrevi um artigo que não era muito simpático ao PPS (embora fosse respeitoso). Pois não é que um grupo do PPS de SP o citou e aceitou como referência? Há horas em que acho que esse país pode, ainda, tornar-se uma grande democracia.

É raro alguém demonstrar esse espírito de diálogo democrático. Mesmo diante de uma crítica - respeitosa, sim - vocês souberam lidar com ela da forma que reputo a melhor: pensar. Meus parabéns."


Renato Janine Ribeiro gravou ontem sua participação no Programa do Jô, que deve ir ao ar nesta semana.

Castells defende rede e propõe "outra democracia"

O filósofo e sociólogo espanhol Manuel Castells é autor de "A sociedade em rede" e defensor da tese do "capitalismo informacional". Veja sua manifestação recente sobre Comunicação, Poder e Democracia:

"(...) A batalha do poder está em nossas mentes, na forma que pensamos. Ela determina o que fazemos. E as mentes são redes: redes neuronais, que formam suas visões de mundo, suas concepções, em relação com outras pessoas, outras mentes, outras redes de neurônios e com as redes de nosso entorno social e natural.

(...) A internet deveria se utilizada em processos participativos e de consulta. A participação precisa ser mais que presenciar uma reunião burocrática, ao final de um dia de trabalho.

(...) Em todo o mundo, estamos vivendo uma crise muito séria e profunda da democracia. A democracia representativa foi uma conquista histórica dos povos, que custou muito sangue, suor e lágrimas, contra os despotismos que dominaram grande parte do mundo. Porém, a partir do momento em que já se constituem instituições democráticas, imediatamente formam-se partidos políticos, que definem as regras da participação política de acordo com seus interesses e os interesses que representam. Fecham-se outras vias de representação e se assegura por lei eleitoral que apenas os partidos majoritários podem governar.

A democracia representativa é reduzida, a distância em relação aos cidadãos aumenta, e a classe política organiza-se como classe própria, como trabalho profissional. Já não importa qual ideologia o político segue, ou se é corrupto ou não. Eles podem dizer: “a política sou eu, a política é o partido e o partido sou eu”.

Qualquer tipo de intervenção política tem que passar por essa instância estrutural dos partidos. Em consequência, quando há corrupção, há impunidade. Quando há erros graves na condução de políticas sobre a crise econômica, não se responsabiliza ninguém por tais erros e pelas consequências que produziram sobre os cidadãos.

Só quando chegam as eleições os políticos pagam por seus erros. Mas o eleitor deve escolher entre dois menus da mesma cozinha. Porque as leis eleitorais foram construídas para que os partidos majoritários continuem sendo majoritários. A menos que ocorram ´terremotos eleitorais´, o que não é impossível, mas só acontece como consequência de mudanças sociais profundas.

Portanto é necessário que a ideia de uma reconstrução da democracia esteja nas ruas, aqui e no mundo. Aqueles que representam a democracia hoje não podem fazer essa reconstrução, pois ela vai contra seus interesses como grupo profissional e grupo político.

Muitos tentaram implantar mudanças, porém seus próprios partidos cortaram esses projetos. É o sistema que bloqueia essa reconstrução, e não os indivíduos. Esses sistemas têm interesses poderosos, relacionados ao poder político, econômico, cultural, tecnológico.

Se não houver uma pressão social, não haverá mudança. E a mudança social inicia com as mentes: o que muitas pessoas estão fazendo, aqui e em outros lugares, é mudar a forma de pensar de si mesmas e das demais, pensar diferente e pensar juntos(...)".


Veja aqui a íntegra da fala de Manuel Castells.

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Algumas ações concretas para a "nova política"

domingo, 17 de julho de 2011

PPS debateu em Conferência o que é ser esquerda

Há quatro anos, o PPS promoveu a Conferência da Esquerda Democrática "Caio Prado Júnior", encontro suprapartidário que pretendia debater o que é ser uma esquerda moderna, suas características e o seu projeto transformador para o Brasil, em homenagem ao centenário de nascimento do historiador marxista Caio Prado Júnior (1907-1990).

O PPS/SP participou ativamente dos debates, desde a primeira reunião preparatória da Conferência, realizada em fevereiro de 2007 (relembre aqui), até uma série de propostas, artigos e entrevistas apresentadas no Blog e nos sites do partido.

Reveja aqui o seminário "Visão Crítica da Política Econômica", promovido no dia 3 de agosto de 2007, na Assembléia Legislativa, com a participação dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo, Yoshiaki Nakano, Júlio Sergio Gomes de Almeida e Gilberto Dupas.

Entrevistas

O Blog do PPS/SP também realizou uma série de entrevistas exclusivas sobre os rumos da esquerda no Brasil e a importância da Conferência Caio Prado Júnior. Veja alguns trechos abaixo:

Juca Kfouri: “Gostaria de acreditar que a Conferência Caio Prado Júnior possa ter o papel de refundar um pensamento de esquerda no país, algo que parece ter virado palavrão.” (leia mais)

Rodolfo Konder: "Os partidos vivem uma crise porque não souberam compreender as mudanças, nem respeitar valores éticos essenciais, nem incorporar novos temas como o aquecimento global, por exemplo. Uma política de esquerda deve apontar caminhos para o futuro." (leia)

Luis Nassif: “Nem esquerda, nem direita conseguiram produzir uma síntese ou empunhar a bandeira do desenvolvimento com inclusão social. O espaço da esquerda está vago de idéias. Mais do que nunca é importante definir pontos programáticos nítidos.” (leia)

Lars Grael: “A esquerda precisa atualizar seu discurso com novo programa, novos ideais, novas metas e priorizar valores que estavam na periferia do debate como: Meio-Ambiente, Esporte, Cultura, Lazer, Matriz Energética, Defesa e Soberania Nacional.” (leia mais)

José Dirceu: “Ser de esquerda é alargar e aprofundar a democracia e lutar pela igualdade, contra a discriminação e o preconceito, particularmente, contra o racismo e todo o tipo de discriminação contra os homossexuais e o portador de deficiência. Ser de esquerda é lutar pela paz no mundo, pela preservação do meio ambiente. É estar ao lado da juventude brasileira na sua luta por dignidade. Ser de esquerda é antes de mais nada, ser a favor da igualdade, da justiça e da liberdade.” (leia mais)

Demétrio Magnoli: "Talvez seja a oportunidade de capturar as bandeiras nunca realizadas do republicanismo radical - e assim reinventar a esquerda no Brasil. Há demanda por um partido e um programa desse tipo. No fim, quem sabe o PPS venha a ser o partido que o PSDB nunca conseguiu ser?" (leia)

Hamilton Garcia de Lima: "É preciso abrir o PPS - ou qualquer outra organização que daí se produza - para a sociedade, inventando novos métodos de organização em rede e rompendo com o modo tradicional de fazer política, centrado exclusivamente nos interesses eleitorais dos parlamentares." (leia)

Luiz Sérgio Henriques: "É possível dizer, esquematicamente, que hoje os partidos e o mundo da política aparecem descolados da sociedade, aparecem mais como agências de governo do que como representantes da sociedade. A única certeza, neste ponto, é que o fosso crescente entre política e cidadania é o caminho para o desastre." (leia)

Nádia Campeão: "A Conferência certamente já acerta homenageando o pensamento de Caio Prado Júnior. Mas entendo que é tarefa de primeira ordem de todos os brasileiros preocupados com os destinos da nação debruçar-se sobre qual desenvolvimento serve ao nosso país, como enfrentar e superar o ainda enorme abismo social, como aprofundar a democracia e não restringi-la, e qual arco de forças sociais e politicas é capaz de conduzir estes processos." (leia)

Leia também uma reportagem e ainda um artigo exclusivo sobre: "O que é ser de esquerda hoje?"

sábado, 16 de julho de 2011

"Sonhatismo", por Marcelo Rubens Paiva

O pragmatismo considera que uma ideia é útil e necessária se tiver efeitos práticos e funcionais.

Charles Peirce, o terror dos estudantes de Comunicação, um dos pais da semiótica, junto com William James, foi quem dissecou: o significado de qualquer conceito é a soma de todas as consequências possíveis.

"O método pragmatista é de terminar discussões metafísicas, que de outro modo seriam intermináveis. O mundo é um ou muitos? Livre ou destinado? Material ou espiritual?", perguntava James, antevendo a náusea causada pelos existencialistas, que sangraram o sentido de essência e existência, tornando dolorida a vida de todos nós.

"Não é hora de ser pragmático, é hora de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos", disse Marina Silva, 20 milhões de votos na última eleição, ao anunciar a desfiliação ao PV.

"Estamos procurando metabolizar uma nova forma de fazer política. Não há ainda uma fórmula. As pessoas estão na expectativa, mas também estou. Não deve ser criada a ilusão da velha liderança."

Parece Lula no verão de 1980 no Colégio Sion, procurando angariar simpatia dos movimentos sociais e reunificar as esquerdas para o projeto utópico de um partido puro, fiel a seu programa, livre dos vícios da política partidária anterior.

Marina lembrou que, ao se candidatar em 2010, depois de largar o PT, pensava na criação de "um grande movimento", e que deveríamos "reinventar o futuro".

Confirmou que a experiência no PV serviu para sentir que o sistema político brasileiro está "empedernido" e sem capacidade de renovação.

O sistema partidário petrificado é fruto de uma esperteza do general Golbery do Couto e Silva, o mentor da ditadura brasileira, que ao ver ameaçada a liderança do partido governista, Arena, num sistema bipartidário artificial, extinguiu os dois partidos de então e liberou o registro de novos.

O resultado é que, segundo o TSE, têm registro os manjados PMDB, PSDB, PTB e seu racha PDT, o PT, fundado no Colégio Sion, e seus rachas PSOL e PSTU, o DEM e o PP, o PCB e seus rachas PCdoB e PPS, PSB, PCO e PV.

Também tem registro: PTC (Partido Trabalhista Cristão), PSC (Partido Social Cristão), PMN (Partido da Mobilização Nacional), PRP (Partido Republicano Progressista), PTdoB (Partido Trabalhista do Brasil), PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), PHS (Partido Humanista da Solidariedade), PSDC (Partido Social Democrata Cristão), PTN (Partido Trabalhista Nacional), PSL (Partido Social Liberal), PRB (Partido Republicano Brasileiro), PSD (Partido Social Democrático).

E o que agora não sai das páginas policiais, o PR (Partido da República).

Suas causas se dividem em trabalhismo centrismo, participativo e populista, conservadorismo liberal, democracia cristã, sincretismo, liberalismo social, humanismo, trotskismo, comunismo marxista-leninista, socialismo, ambientalismo e "distributismo" (PHS), filosofia econômica defendida por pensadores católicos, que prega que os meios de produção devem ser amplamente distribuídos.

São os termos que regem seus programas. Sem contar os que seguem salmos evangélicos e cristãos.

Escândalos políticos e a propaganda eleitoral gratuita captada por um zapping casual dão pistas de quem faz parte da base aliada, reparte o bolo, sorri nas fotos, administra correios, aeroportos, portos, estradas, agências reguladoras, serviços essenciais.

Sim, era o PR que tomava conta do Dnit, órgão fundamental para o crescimento do País e a manutenção das nossas estradas e vidas. Desvios de verbas foram detectados. O ministro dos Transportes, exonerado.

Continua na mão do PR, ainda, a fatia bilionária do bolo, para o bem da governabilidade.

"O ideal que move as pessoas para melhorar o mundo em que vivem, e onde no futuro outros irão viver, deve estar na popa e não na proa, a nos impulsionar para o futuro", defende Marina.

Mas o que todos se perguntam é se será Alice Braga ou Dira Paes a escolhida para interpretá-la no filme de Sandra Werneck (já fizeram testes), e se ela se filiará a outro partido.

Há os com registro em TREs estaduais, que aguardam o do TSE, como o Partido da Transformação Social (PTS), Partido Ecológico Nacional (PEN), Partido Federalista (PF), Partido Humanista do Brasil (PHB), Partido Pátria Livre (PPL).

Existem os em processo de legalização: Conservadores (CONS) e seu racha, o Partido Conservador (P-CON), Libertários (Liber), Movimento Negação da Negação (MNN), Partido Autonomista (Auto), Partido da Organização Parlamentar (POP), Partido da Mulher Brasileira (PMB), Partido da Real Democracia (PRD), Partido de Representação da Vontade Popular (PRVP), Partido do Esporte (PE), Partido do Terceiro Setor (P3S), Partido Geral do Trabalho (PGT) e outro racha, o Partido Geral dos Trabalhadores do Brasil (PGTdoB), Partido Livre (Livre), Partido Nacional do Consumidor (PNC), Partido Nacionalista Brasileiro (PNB), Partido Nacionalista Democrático (PND), Partido Novo (Novo), Partido Socialista Estudantil (PSE), Partido Verde Amarelo (PVA) e a velha conhecida União Democrática Nacional (UDN).

Sem contar as agremiações sem registro, algumas já famosas, como a União Democrática Ruralista (UDR), a Liga Estratégica Revolucionária (LER-QI), que aparentemente defende a luta armada, com grande penetração no meio estudantil, e o Partido Pirata do Brasil (PPB), o legítimo que, espera-se, não rache ou tenha cópias - movimento pertencente ao PPInternational, forte nos países escandinavos e atuando em mais de 50 países.

Há ideais históricos, bem fundamentados, assim como há muita malandragem.

Na farofa ideológica, talvez se entenda por que os aeroportos estão caóticos, muitos morrem nas estradas, a saúde e educação são precárias, e os altos impostos não implicam bons serviços.

Contam-se nos dedos as obras de infraestrutura em andamento.

Abrir um partido pode ser um negócio. Mais lucrativo e talvez menos burocrático do que abrir uma empresa. Sua agenda: empregar o maior número de aliados, com carteirinha ou não.

Pertencer à base governista é como ser da elite de uma federação comercial. Os lucros giram entre 10% a 50% do orçamento afanado dos cofres públicos.

Diferentes correntes ideológicas sugam do mesmo bolo.

Há décadas que se tenta uma reforma política, já que a atual não é nada pragmática (funcional).

Impossível, se são os próprios interessados que devem conduzi-la. Mas não custa ter sonhatismos eventuais.

(Artigo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em O ESTADO DE S. PAULO de 16 de julho de 2011)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O que dizer do "casamento" entre PT e PMDB?

Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. Está certo. Bastaria a foto do bolo com os "noivinhos" Dilma e Temer, selando a união entre PT e PMDB.

Mas estes grandes líderes do nosso tempo não se contentam com pouco. Veja algumas frases publicadas hoje na imprensa, sobre o grande acontecimento:

- PMDB festeja "casamento" com petistas

- De acordo com líder do PT, Paulo Teixeira, "o que o povo uniu os líderes jamais separam"

- Líderes do PMDB e do PT na Câmara celebram com bolo o ‘casamento’ entre as duas siglas, decorado com bonecos de Dilma e Temer

- "Amor à 15ª vista". (De acordo com os participantes do encontro, o 15 -que é justamente o número do PMDB- se refere aos anos que as duas legendas ainda pretendem caminhar juntos.)

Precisa dizer mais alguma coisa?

"O guru do subsolo", por Fernando de Barros e Silva

"Trabalhar é transformar sonhos em realidade"; "cada gesto é transformador". Ou então: "Há talentos por toda parte. Alguns estão empoeirados, outros escondidos. Espane. Revele". Este é Gabriel Chalita, o político que pratica autoajuda. Há quem se sensibilize com seus clichês motivacionais.

Estranho é que Chalita faça propaganda gratuita de si mesmo no circuito de TV do metrô, uma empresa estatal atualmente sob os cuidados de Geraldo Alckmin, de quem o deputado-guru é amigo.

Durante semanas, dez vídeos com pílulas dessas sábias baboseiras foram exibidos oito vezes ao dia em mais de 5.000 aparelhos instalados em mais de cem vagões, para um público médio de 3,3 milhões de pessoas. Uma autoajuda e tanto para quem já autodeclarou que será autocandidato à prefeitura.

A direção do Metrô diz que a responsabilidade é da TV Minuto, que administra o circuito. E a TV Minuto (do Grupo Bandeirantes) diz que apenas exibiu, de graça, "dicas de bem-estar" do deputado-candidato. Por um mês no ar (ou fazendo campanha debaixo da terra), Chalita teria que pagar, pela tabela da emissora, em torno de R$ 100 mil.

O problema, como é obvio, não é de preço, mas de favorecimento de um candidato, no caso disfarçado de filósofo da revista "Caras". Os vídeos só foram retirados do ar depois da reportagem de Catia Seabra e Daniela Lima, domingo na Folha.

Numa disputa ainda muito indefinida, mas que tende a ser pulverizada entre nomes de pouca expressão, Chalita serve como opção a Alckmin para chegar ao segundo turno. Mas serve também para que o PMDB negocie em boas condições com o PT a sua não candidatura.

Tudo é possível no mundo de Chalita. Pode ser que ele espane. Pode ser que ele se revele.

Tipo midiático, que transita entre a religião e a autoajuda e age como animador espiritual do eleitorado, o pensador do subsolo está cavando seu espaço -e muito mais adiantado que as obras do metrô.

(Artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de quarta, 13 de julho de 2011)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sair da "zona de conforto" para ser protagonista

"...PPS, antigo Partido Comunista Brasileiro: serve uma excelente retórica de esquerda somada a uma prática frágil. O PPS subsistirá mas, como vários partidos, sua vocação é ser coadjuvante - o que não é desonra alguma: também coadjuvantes recebem o Oscar."

A análise acima é do renomado Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia da USP, no artigo "O PSDB hoje é uma nau sem rumo", publicado no jornal Valor Econômico de hoje.

Juntemos esta visão de sermos meros coadjuvantes, que não é apenas o modo como a maioria nos vê de fora, mas também como muitos nos enxergamos aqui dentro, com as diversas manifestações que temos feito sobre a crise do atual modelo político-partidário, a falta de credibilidade dos políticos, a necessidade de "refundação" do PPS e da esquerda democrática, e teremos a centelha desta "nova política" que buscamos.

Ou seja, devemos sair da "zona de conforto" e avançar, dialogar, agregar esforços, idéias e pessoas neste movimento transformador, enfrentar a crise de credibilidade dos políticos e de representatividade dos partidos, mudar a forma de atuação e nos abrirmos verdadeiramente para a sociedade. A oportunidade de mudança está lançada. Seremos coadjuvantes ou protagonistas?

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Busca da "nova política" aproxima grupo de Marina


Cada vez mais, parece haver uma convergência entre os ideais da presidenciável Marina Silva, do seu grupo que se desfilia do PV e o que propõe o PPS no processo congressual que se inicia em agosto e será concluído nos dias 9, 10 e 11 dezembro de 2011, em São Paulo, provavelmente com uma espécie de "refundação" da legenda e a busca de uma "nova política", mais adequada aos novos tempos e à crise do atual modelo partidário.

Acompanhe abaixo a repercussão do ato de desfiliação dos "marineiros" do PV e o anúncio do movimento que será lançado para buscar essa nova formatação política:

Marina anuncia saída do PV e diz que é hora de ser 'sonhático'

Marina deixa o PV e defende que partidos abandonem velhas práticas

Marina apoiará candidatos que defendam 'causa verde'

"Não vou ficar na cadeira cativa de candidata em 2014", diz Marina Silva ao deixar PV

Leia o discurso de Marina na íntegra


Com a saída de Marina Silva do PV, o PPS reitera o compromisso público assumido com o grupo da presidenciável de lhe garantir legenda para as eleições de 2012 e buscar consolidar uma terceira via para 2014.

Esse pacto é proposto exatamente no momento em que, assim como os chamados "marineiros", o PPS também busca a formatação de uma nova organização política, mais aberta, transparente, democrática, renovada, sensível aos anseios da sociedade e que supere o atual modelo ultrapassado de política-partidária.

Leia também:

PPS acompanha "encontro por uma nova política"

Cada cidadão, uma voz. E os partidos definham...

PPS reitera proposta de pacto com grupo de Marina

"O Futuro de São Paulo", com presença de Alckmin

Os deputados federais Arnaldo Jardim e Dimas Ramalho, do PPS/SP, convidam para o Seminário: “O Futuro de São Paulo”, a ser realizado neste sábado, 9 de julho, com a presença do governador Geraldo Alckmin.

09h30 – Credenciamento / Abertura
10h00 – “A Energia de São Paulo” - José Anibal - Secretario de Energia
10h45 – “O Estado e os Municípios” - Sidney Beraldo - Chefe da Casa Civil
11h30 – “São Paulo e o Brasil” – Governador Geraldo Alckmin


Data: 09 de Julho de 2011
Local: Fecomércio (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Paralela av. 9 de Julho) - Bela Vista - São Paulo

quinta-feira, 7 de julho de 2011

PPS acompanha "encontro por uma nova política"

A direção do PPS estará presente nesta quinta-feira no "Encontro por uma Nova Política", que deve reunir, além da presidenciável Marina Silva, que anuncia sua saída do PV, os empresários Guilherme Leal e Roberto Klabin, o ex-candidato ao Senado por São Paulo Ricardo Young, o ex-candidato ao governo de São Paulo Fábio Feldmann, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), o ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro Fernando Gabeira, o ex-coordenador da campanha do PV à Presidência João Paulo Capobianco e o ex-presidente do diretório do PV paulista Maurício Brusadin.

Os questionamentos são os mesmos que fazemos. "Afinal, qual é a representação política que desejamos? De que maneira queremos discutir os nossos destinos e os de nosso país? Como deve ser a nossa relação com o Poder e como o Estado deve se relacionar com os cidadãos? Que modelo de desenvolvimento desejamos para o Brasil? O que as próximas gerações podem esperar de nós? Como o Brasil pode ser protagonista no mundo e mostrar que economia e preservação dos recursos naturais integram a mesma equação no processo civilizatório?"

Para debater essas questões e outras que envolvem a maneira como queremos nos relacionar com o mundo, com os outros e com as instituições, é que se propõe o “Encontro Por Uma Nova Política”.

"Uma nova Política, com “p” maiúsculo, que possibilite a criação de novas formas de representação dos mais variados interesses que existem em nossa sociedade e na qual o projeto de desenvolvimento do Brasil seja construído sobre o eixo da sustentabilidade, as ações do Estado tenham a transparência como princípio, o espírito republicano conduza aqueles que escolhemos para nos representar, o respeito à cidadania impere e promova a valorização da diversidade."

O “Encontro por uma Nova Política” acontece nesta quinta-feira, dia 7, em São Paulo, no Espaço Crisantempo (rua Fidalga, 521, Vila Madalena), a partir das 14h.

Leia também:

Carta de desfiliação do ex-presidente do PV/SP

segunda-feira, 4 de julho de 2011

FHC e Itamar: reconhecimento depois dos 80 anos

As homenagens pelo aniversário de 80 anos de Fernando Henrique Cardoso e pelo falecimento de Itamar Franco, aos 81, permitem enfim reconhecer a importância destes dois presidentes para a consolidação da democracia brasileira. Nunca antes na história desse país, parodiando outro presidente, sucessor de ambos, parece ter existido um consenso tão justo e merecido.

Pena que Itamar Franco, fora uma ou outra homenagem em vida, não teve oportunidade de ler tudo o que se disse sobre ele como neste fim-de-semana. Ainda asssim se fez justiça, pois Itamar morreu em plena atividade, iniciando mais um mandato de senador pelo PPS, eleito com votação expressiva.

Lúcido e acessível, FHC voltou à moda. Com opiniões polêmicas e corajosas, da liberação da maconha à tese de refundação dos partidos, foi homenageado por aliados e até por antigos opositores, numa espécie de desagravo pelos anos em que - por erro de cálculo de políticos e marqueteiros - tentaram esconder as suas realizações.

Leia também:

Entrevista de FHC ao jornal "O Estado de S. Paulo"

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A farra com o seu, o meu, o nosso dinheiro...

Dois fatos acontecendo ao mesmo tempo, nessa espécie de farra com o dinheiro público, expõem as contradições da nossa democracia diante de um país desigual e injusto. Demonstram mais: práticas que podem até ser legais, mas parecem imorais exatamente pelo contraste em que vive o país e a nossa população.

O anúncio da fusão entre os supermercados Pão de Açúcar e Carrefour, bancada em 85% por dinheiro público, do BNDES, é uma demonstração inequívoca do desvio de função de um banco que deveria financiar o desenvolvimento industrial do país, mas se dedica, nos governos Lula e Dilma, a aportar enormes quantias de recursos na formação de grandes conglomerados privados, com a justificativa esfarrapada de defender o nacionalismo econômico.

Por outro lado, os vereadores de São Paulo aprovam a concessão de incentivos fiscais de até R$ 420 milhões para a construção do estádio do Corinthians, na Zona Leste da cidade. Na prática, um cheque nominal à construtora responsável pela obra. Dizem, aliás, empresa que estaria bancando as viagens do seu novo garoto-propaganda, Luis Inácio Lula da Silva.

O PPS protesta contra esses dois absurdos.

O líder do PPS na Câmara Municipal de São Paulo, Vereador Claudio Fonseca, afirma ser favorável ao desenvolvimento da região, mas é contra a destinação de recursos públicos para a construção de um estádio particular. “É uma atividade privada que precisa ser financiada por recursos privados. A cidade já fez a sua parte cedendo a área para a construção da arena esportiva”.

Segundo ele, com esses recursos destinados pela Prefeitura ao Corinthians, seria possível construir 840 escolas de educação infantil para atender, em cada uma delas, 240 crianças. Ou seja, mais de 200 mil crianças atendidas por dia.

A história do Pão de Açucar, da família Diniz, coincidentemente também amicíssima de Lula, indica as mesmas contradições entre interesses públicos e privados.

"Eu não entendo essa estratégia de concentrar 30% do mercado nacional de varejo na nova empresa e colocar o desemprego na antessala dos trabalhadores de ambos os supermercados", afirma o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire.

"Não vamos sonhar que após a fusão os empregos serão somados. Onde houver uma loja Pão de Açúcar vizinha de uma do Carrefour, certamente sobrará apenas uma, desalojando os empregados daquela que foi fechada."

"Também não devemos imaginar que, com a concentração do mercado, os preços serão nivelados por baixo. Vai sobrar para o consumidor, que terá de pagar mais caro nas compras. Os fornecedores também perdem, porque terão menos poder de barganha."

Agora vá voce, humilde leitor, tentar um empréstimo bancário. Ou vá fazer uma comprinha no mercado, ou assistir um jogo no futuro estádio. Diga lá que eu e você somos sócios dessas obras... ;-)

Veja o programa do PPS exibido quinta-feira na TV