terça-feira, 29 de março de 2011

Como aumentar a credibilidade dos três poderes?

Agora é o tal Jair Bolsonaro (PP/RJ), deputado federal que vive do marketing de causador de polêmica e representante do que restou da direita fascista tupiniquim, que vira notícia ao responder que seria uma "promiscuidade" ter um filho namorando uma mulher negra.

A pergunta foi feita pela cantora Preta Gil no programa CQC exibido nesta segunda-feira. Veja aqui. Até o momento Tiririca continua sendo o único palhaço assumido no Congresso.

Junte-se a isso a tal comissão da reforma política que reune até presidente defenestrado como Fernando Collor de Mello, escândalos de todos os calibres no Executivo, Legislativo e Judiciário, caixa 2, desvios, corrupção, truques e mutretagens... e assim caminham os três poderes no Brasil.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Confira calendário de atividades do PPS/SP em abril

CONSELHO TUTELAR - O PPS/SP convida para reunião sobre as eleições do Conselho Tutelar, na Sala Oscar Pedroso Horta, no primeiro subsolo da Câmara Municipal, em 4 de abril às 19h.

O CRACK E O ENFRENTAMENTO SOCIAL, LEGAL E POLÍTICO - Coordenado pela ex-vereadora Soninha Francine, o PPS prepara para 18 de abril, na Câmara Municipal de São Paulo, um importante debate sobre o crack e os seus efeitos devastadores na sociedade e na juventude das grandes cidades.

A idéia é abordar o assunto sob três aspectos principais: Saúde; Lei e Direito; e Política. Da prevenção ao tratamento médico e psiquiátrico, passando por estratégias de repressão ao tráfico, os efeitos do consumo, assistência aos dependentes e familiares, ações oficiais e não-governamentais.

O crack, em razão do baixo custo e do fácil acesso, vem se tornando a principal e mais devastadora droga utilizada no Brasil. Resultante do aproveitamento do "lixo" da produção da cocaína, alcança o público de menor poder aquisitivo e causa, além da dependência física e psicológica, danos respiratórios e cerebrais irreversíveis.

Questão prioritária de saúde pública, com desdobramentos sociais, econômicos e culturais, o crack deve ser tratado com a profundidade e a seriedade que o tema exige. É isso que propõe o PPS: um debate aprofundado sobre a legislação atual e as políticas urbanas necessárias para o enfrentamento deste problema crônico.

PODER LOCAL - Seminário sobre a participação do PPS na formulação, discussão e acompanhamento de políticas públicas no sábado, 30 de abril, a partir das 9h da manhã.

Das 9h às 12h - PODER LOCAL (com apresentação de Soninha Francine)

a)“Poder Legislativo: Modo de Usar” que explica o que é, para que serve o poder legislativo, tramitações de projetos, etc.

b)“Como Funciona uma Subprefeitura”

13h30 - DEMOCRACIA PARTICIPATIVA e O PARTIDO

Convidados e membros do PPS farão uma apresentação de quais são as maneiras de participação da sociedade civil e também da militância partidária nos vários tipos de conselhos, audiências públicas, etc.

PPS NO RÁDIO E NA TV

No início de maio, o PPS terá direito a cinco inserções diárias de 30 segundos, no horário reservado à propaganda partidária gratuita, nas seguintes datas: 2, 4, 6, 9, 11, 13, 16 e 18 de maio. Para o segundo semestre, estão reservados os dias 1, 3, 5, 8, 10, 12, 15 e 17 de agosto.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Líder do PPS assume Educação na Câmara de SP

O líder do PPS, Professor Claudio Fonseca, é o novo presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal de São Paulo. Por 4 votos a 3, o vereador pepessista derrotou o petista Alfredinho, que teve apoio do chamado Centrão, grupo que vem controlando o Legislativo desde a gestão de Marta Suplicy na Prefeitura.

Apesar de ter sido derrotado na disputa pela presidência da Câmara, o Centrão (unido ao PT) elegeu a maioria dos presidentes das comissões internas da Câmara. Na única comissão onde houve disputa, foi eleito o líder do PPS.

Compõem a Comissão de Educação, além do presidente Claudio Fonseca (PPS), os seguintes vereadores: Alfredinho (PT), Agnaldo Timóteo (PR), Attila Russomanno (PP), Carlos Apolinário (DEM), Netinho de Paula (PCdoB) e Claudinho de Souza (PSDB).

O Centrão não aceitava a indicação de Claudio Fonseca, que sempre votou contrário ao grupo. Desse modo, substituiu o vereador Quito Formiga (PR), que compunha originalmente a Comissão, pelo vereador Agnaldo Timóteo com a intenção de lançá-lo presidente. Se houvesse empate, venceria o candidato mais velho. Os demais integrantes do Centrão eram mais novos que Claudio Fonseca.

Porém, o líder do PPS recebeu os votos de Claudinho de Souza, Netinho de Paula e de Carlos Apolinário, além do próprio voto, inviabilizando a manobra do Centrão, que acabou derrotado ao apoiar o petista Alfredinho.

Veja aqui como ficaram todas as comissões da Câmara Municipal de São Paulo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Entre a reforma política ideal e a possível

A direção executiva nacional do PPS se reúne nesta terça-feira com a sua bancada de deputados federais e o senador Itamar Franco para tentar chegar a um consenso sobre as propostas que o partido defenderá na reforma política.

Entre os pontos em discussão estão a adoção do voto distrital misto, o financiamento público de campanha, o fim das coligações nas eleições proporcionais e a proibição de reeleição para presidente, governador e prefeito.

A reforma está em pauta no Congresso. Resta saber como vão caminhar estas mudanças necessárias na legislação eleitoral: entre o ideal e o possível. Vamos acompanhar.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A falência do atual modelo partidário brasileiro

Com frequência tratamos aqui da crise crônica da política, da falta de credibilidade das instituições vinculadas aos três poderes e da falência do atual modelo partidário brasileiro.

Dois artigos da Folha de S.Paulo desta quarta-feira chamam a atenção para a crise dos partidos políticos. Um, de Fernando de Barros e Silva, intitula de "Armação Ilimitada" as articulações do PT. Veja abaixo trechos do artigo:

O PT há muito deixou de ser um partido diferente dos outros. Mas o PT de São Paulo merece nota à parte. Na eleição à presidência da Câmara Municipal, no ano passado, se aliou ao "centrão" para apoiar Milton Leite, do DEM, contra o candidato tucano -José Police Neto.

O suplente de Marta Suplicy no Senado é o vereador Antonio Carlos Rodrigues, do PR, uma espécie de Marlon Brando do "centrão" -advinhe em qual personagem?

Os interesses que levaram o PT a abraçar o "centrão" são os mesmos que agora movem o partido a aclamar Munhoz (Barros Munhoz, do PSDB, presidente reeleito da Assembléia Legislativa de São Paulo)? Qual seria o limite para o descalabro moral do PT?


Outro artigo, de Fernando Rodrigues, trata do desmoronamento do DEM. Leia abaixo trechos de "Pequeno, porém desunido":

A derrocada do DEM é só mais um sintoma de uma certa falência múltipla de partidos no Brasil. É comum os dirigentes dessas siglas atribuírem seus fracassos ao modelo político-eleitoral do país ou ao estado de abulia atávica dos cidadãos. Desculpas esfarrapadas.

O DEM (ex-PFL, ex-PDS e ex-Arena) era uma potência há dez anos. Agora, parece um paciente terminal. A convenção foi menos para eleger um novo presidente e mais para explicitar o racha entre seus caciques. Nascido na direita, o partido mimetiza a anedota sobre os antigos grupelhos de esquerda: pequenos, porém desunidos.

Seria um exagero dizer que o DEM está morto e a convenção de ontem foi uma missa de corpo presente, como filiados ao próprio partido sussurravam. José Agripino é um político experiente. Mas precisa definir a jato qual é o público preferencial da legenda e tentar formas de conexão real com esse eleitorado. Escrever no Twitter o dia inteiro, como parece ser o caso de alguns demistas hoje, é muito pouco.


Sintonia fina

O Blog do PPS postou na segunda-feira um artigo no qual defende exatamente buscar "qual é o público preferencial da legenda e tentar formas de conexão real com esse eleitorado", como mencionou Fernando Rodrigues em seu texto de hoje.

O PPS deve mostrar à sociedade que existe vida inteligente, sensata e coerente fazendo uma política equidistante da fisiológica base petista e da oposição ineficaz de tucanos e demos.

A realideade é esta: quem tenta falar para todo mundo, acaba não falando para ninguém. O PPS já é um partido identificado com a juventude e com a classe média. Não é pouca coisa. Precisamos aprofundar esses laços.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Um partido para a juventude e para a classe média

Enquanto se especula a criação de novos partidos no Brasil e as atuais legendas se sobrepõem numa sopa de letrinhas rala, insossa e indigesta, sem nenhuma "sustança" ideológica, é chegada a hora de fazer o balanço do PPS, às vésperas de seus 20 anos (ou 90 anos de PCB/PPS, que também serão completados em 2012).

Sabe-se que o Partido Popular Socialista (PPS), herdeiro legítimo do velho Partidão, tem um lastro histórico de lutas pela democracia, pela cidadania plena e por justiça social. O xis da questão é transportar esse passado glorioso para a atualidade, mantendo a coerência, a ética e a unidade, expandindo nossos horizontes e desbravando novos caminhos para o desenvolvimento econômico, político e social do Brasil.

O que a sociedade espera, hoje, de um partido político? E o que o PPS tem a oferecer aos cidadãos brasileiros para atender a essa expectativa?

Primeiro, é preciso entender que o atual modelo político-partidário brasileiro está esgotado. Não é à toa a crônica falta de credibilidade dos políticos, dos partidos e das instituições vinculadas aos três poderes.

O povo brasileiro carece de um partido verdadeiramente moderno, com políticos sensíveis às demandas sociais e comprometidos com o bem comum. Mas exige, além de um programa viável para o país, que todo esse arcabouço teórico seja traduzido em ações práticas e de fácil assimilação.

Não basta pensar o país e o mundo, é preciso transformá-los. Da solução para um buraco de rua ou a necessária poda de uma árvore à globalização econômica e à paz mundial, cada cidadão tem um amplo arco de interesses e procura um partido que se identifique com estas causas.

O PPS, portanto, tem que ser mais visível, sensível e inteligível à população. Tem que levantar bandeiras que sejam claramente identificadas pelos setores da sociedade que pretendemos atingir. E quais são esses setores? A quem o PPS quer servir?

O PPS é um partido moderno, antenado com o mundo e as novas tecnologias, composto em grande parte por uma nova geração de políticos éticos e comprometidos sobretudo com o que se convencionou chamar de "classe média" no Brasil.

E o que é um partido de "classe média"? Traduzindo: o PPS não é um partido das classes dominantes, das oligarquias, dos banqueiros e dos grandes empresários. Por outro lado, não é um partido assistencialista, que faz da exploração da miséria a sua razão de ser. É o partido do cidadão comum, como eu e você, que batalha no dia-a-dia e tem um senso crítico desenvolvido, espírito contestador e que não se satisfaz com os atuais modelos de governo e de oposição.

O PPS é o partido da juventude, dos aposentados, das famílias que se preocupam com o futuro, com uma educação de qualidade, com a preservação do meio ambiente, com a redução de impostos, com a mobilidade urbana e a melhoria dos transportes, com um sistema único de saúde amplo e funcional, com empregos dignos, estabilidade financeira, cultura e lazer.

É o partido do trabalhador que não se vê atendido pelo atual governo federal, por partidos e centrais sindicais subservientes, que se contentam com um aumento irrisório de salário para manter as benesses do poder.

É o partido do jovem que está nas redes sociais e não se vê representado no movimento estudantil oficial, nas instituições que viraram fábricas de carteirinha escolar e que só funcionam como máquinas arrecadadoras de verbas governamentais.

É o partido do aposentado que manifesta a sua indignação com o desrespeito a que é submetido no dia-a-dia, na falta de valorização de toda uma vida de trabalho e dedicação ao país, que acaba se traduzindo na desatenção à saúde e na falta de uma assistência compatível às suas necessidades especiais.

O PPS é o partido contra todas as imposições absurdas à sociedade: contra o voto obrigatório, contra o alistamento militar obrigatório, contra a corrupção, contra impostos e taxas que se multiplicam indefinidamente sobre o bolso do contribuinte.

O PPS é o partido do imposto único, do incentivo ao primeiro emprego, do voto facultativo, do voto distrital misto, da banda larga grátis para estudantes, trabalhadores e aposentados. É o partido do salário mínimo digno. Da faculdade gratuita e de qualidade à população mais carente. Da prioridade ao transporte público. Da redução do trânsito. Do combate ao tráfico de drogas. Da criminalização da homofobia. Da luta por saúde e segurança. Da mulher, do índio, do negro, do portador de deficiência. Da mesma oportunidade para todos. Da igualdade. Da liberdade. Da qualidade de vida.

Leia também: Por que o PPS?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Feliz ano novo, Brasil!!!! (se for possível)

Não, o Blog do PPS/SP não ficou louco, nem a internet "deu pau" e repetiu uma postagem antiga. Como é tradição dizer que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval, esperamos que 2011 seja bastante proveitoso a partir deste 10 de março.

Reformas são necessárias, mas o Congresso parece mais interessado em outros assuntos. As notícias de "ano novo", até agora, não são lá muito boas para a população.

Se não bastassem as tragédias de dois meses inteiros de chuvas diárias, aumento da passagem de ônibus e metrô, salário mínimo com acréscimo de ridículos R$ 15,00... agora são os remédios que vão aumentar.

A partir do dia 31 de março, 20 mil medicamentos terão alta de pelo menos 6%. Os brasileiros vão pagar mais caro por remédios importantes como antibióticos e antiinflamatórios.

O governo anunciará nos próximos dias um reajuste de pelo menos 6% nesses produtos, que ainda têm os preços controlados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) - ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Como muitos destes medicamentos são de uso contínuo, ou utilizados no tratamento de doenças graves, o governo define o quanto podem subir a cada ano.

Parodiando o Professor Raimundo, personagem imortal de Chico Anysio: E o salário, ó! :-(

segunda-feira, 7 de março de 2011

PPS é contra mais imposto: CPMF não, obrigado!

O governo já prepara terreno para voltar com a CPMF, aquela malfadada contribuição obrigatória sobre qualquer movimentação financeira, que até seria sensata se houvesse imposto único no Brasil. Mas, como não é o caso, sai pra lá com mais essa cascata!

“É um abuso, em um país que já tem uma carga tributária elevadíssima”, disse o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, ao rechaçar a volta de um imposto para financiar a saúde, nos moldes da CPMF, conforme vem ensaiando a base do governo, aproveitando o mote da regulamentação da emenda 29 – que trata do financiamento do setor –, que tramita na Câmara.

A proposta de emenda à Constituição estabelece percentuais mínimos da receita corrente líquida a serem aplicados na saúde por cada ente federativo. Substitutivo do petista Pepe Vargas propõe a criação da CSS (Contribuição Social da Saúde).

Arrecadação recorde
“É desnecessário, porque o governo vem mantendo recordes de arrecadação; então não há justificativa”, diz Roberto Freire, lembrando que no mês de janeiro esse pico foi de 15%.

“Para que novo imposto? A não ser que, por trás disso, haja a necessidade de dinheiro para enfrentar a crise do gasto absurdo para a manutenção de 38 ministérios, para um maior aparelhamento do Estado, de todo um processo de sem-vergonhice no uso da máquina pública para fins partidários”.

Freire acrescenta ainda que o imposto “tem algumas perversidades” para a atividade econômica. “Não é um bom imposto, da forma como ele é cobrado, sem nenhuma compensação, pura e simplesmente arrecadado em qualquer movimentação financeira”. Entretanto, o deputado adverte que só será possível derrotar a nova investida do governo com ampla mobilização da sociedade.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Estão rastreando todos os passos de Kassab

A movimentação do prefeito Gilberto Kassab, que ensaia a saída do DEM para uma nova legenda, vem recebendo intenso bombardeio de seus colegas de partido. Nada surpreendente. Afinal, tirando Kassab, qual outra liderança de projeção nacional dos Democratas, nome-fantasia do velho PFL e cria da costela da Arena, o partido sustentáculo da ditadura militar?

O prefeito de São Paulo é hábil articulador político. Transitou pelo liberalismo, pelo malufismo, assumiu como supersecretário com aura de salvador em pleno mar de lama da gestão paulistana de Celso Pitta e acabou se colocando por mérito na hora certa, no lugar certo: vice de José Serra na coligação que uniu PSDB, DEM e PPS em 2004.

Superou as desconfianças e provou ser, além de aliado combativo e leal, um administrador competente. Também mostrou ser bom de voto, derrotando petistas e tucanos na sucessão de Serra. E é como terceira via - fora da polarização entre PT e PSDB - que tenta se colocar para 2012 e 2014, alternando momentos de ira e de cumplicidade com antigos aliados e futuros adversários, não necessariamente nesta ordem.

Kassab tem o poder de revolucionar o ninho tucano, expondo as intermináveis divergências entre serristas e alckmistas. Foi o primeiro, em São Paulo, a derrotar o Centrão - grupo de vereadores que desde a gestão de Marta Suplicy controlava a Câmara e barganhava com o Executivo - para, em seguida, entregar a liderança de governo habilmente a um de seus líderes. Flerta com a base de Dilma, ao dialogar com PMDB e PSB, mas continua sendo um dos nomes fortes da oposição.

Ou seja, não se discute mais a política de São Paulo e do país sem considerar esta movimentação de Kassab. Mais uma vez, o prefeito fez valer sua visão estratégica e se colocou no centro dos acontecimentos. Para o lado que pender, certamente arrastará uma legião de seguidores - entre vereadores, deputados, senadores, prefeitos e governadores.

Resta saber qual o saldo de toda essa movimentação. Como o eleitorado vai reagir às decisões do prefeito de São Paulo e às suas ambições futuras, e como ele próprio vai articular com os partidos aliados toda esta mudança. Vamos aguardar e avaliar.

"Palhaçada", artigo de Eliane Cantanhêde na Folha

"Vocês confundem o palhaço no trabalho lá com aqui. Aqui é outra coisa."

A frase é do deputado Tiririca, lépido, fagueiro, recém-alfabetizado e sentado na primeira fila na instalação da Comissão de Educação. Ele tem meia razão. Estamos mesmo confundindo os palhaços de lá, de cá e do Congresso. É outra coisa?

Se fosse só o Tiririca, tudo bem, porque ele tem a legitimidade de deputado mais votado do país. O problema é que a palhaçada é geral, com Paulo Maluf, Newton Cardoso, mensaleiros e fichas-sujas suprapartidariamente acomodados na comissão especial que vai... analisar a reforma política!

O Tiririca é um fenômeno novo, mas Maluf é um velho fenômeno da política brasileira, que consegue ser incluído ao mesmo tempo na lista de procurados da Interpol e na de membros da comissão que vai definir, por exemplo, financiamento público de campanha e moralização da atividade política.

Por falar nisso, o deputado João Paulo Cunha assumiu a presidência da estratégica Comissão de Constituição e Justiça, a CCJ, chamada de "mãe de todas as comissões". Ninguém é considerado culpado até prova em contrário, mas igualmente ninguém deve presidir a CCJ da Câmara enquanto réu num processo no Supremo Tribunal Federal. Não é pedir muito, vai!

Sem falar que o presidente da Comissão de Meio Ambiente é o deputado gaúcho Giovani Cherini, que é... ruralista. Lobos, galinheiros, palhaços, fichas-sujas e réus. Virou ou não uma palhaçada?

E, depois, os caras ainda reclamam quando a gente fala mal!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Acompanhe tudo sobre o PPS na internet

Informação e transparência: nunca antes neste país, parodiando o ex-presidente, foi tão fácil acompanhar os partidos e os políticos. Twitter, Facebook, Orkut, blogs, sites oficiais, portais de notícias etc.

No caso do PPS não poderia ser diferente. Aqui no menu ao lado, à direita, há o link para os veículos oficiais do partido. Em cada um deles há também os caminhos para se chegar a cada representante do PPS no Brasil inteiro.

Além das fontes oficiais de informação, há uma infinidade de outros caminhos para se chegar a notícias do PPS, inclusive de críticos e opositores. Isso é democracia e transparência. Ou não?

terça-feira, 1 de março de 2011

"Um dia de chuva", por Fernando de Barros e Silva

O rio Pinheiros transbordou e causou 3 km de congestionamentos; o túnel do Anhangabaú inundou; semáforos da avenida Paulista entraram em pane; o muro do cemitério da Lapa caiu; a enchente destruiu fantasias e esculturas no barracão da Pérola Negra.

Todas as frases acima estavam na capa do caderno Cotidiano de ontem, sob o título "Tempestade trava SP em pleno domingo". E o que seria se aquela água toda tivesse caído ontem, no mesmo horário?

Não presenciei nenhuma dessas cenas. Meus transtornos foram quase um luxo para os padrões da cidade. Fugindo da Rebouças, intransitável, desci a Arthur de Azevedo e virei à esquerda na Henrique Schaumann. Dei de frente com carros que subiam assustados na contramão, alguns em marcha a ré, outros com faróis acesos. Ninguém passava entre a Rebouças e a Brasil.

Fugimos todos pela Arthur e poucas quadras adiante... tudo alagado. Virar à direita? Carros cobertos diziam que não. Pegamos, eu e outros fugitivos, a contramão na Joaquim Antunes. Atravessamos a Rebouças com o semáforo quebrado e logo... tudo alagado de novo. Pensei que a entropia de carros tivesse definitivamente me enredado, mas achei outra contramão.

Ainda pude ver, no Morumbi, um povo sempre disposto a se divertir nadando nas águas sujas da piscina que se formou na arquibancada.

No auge do caos, senti, por instantes, que havia me transformado em personagem do "Ensaio sobre a Cegueira". Mas logo percebi que a minha, e a de milhares de pessoas em apuros, era uma espécie de não-história. Nada deu suficientemente errado para virar notícia. Não na Veneza do prefeito Kassab. Nenhuma árvore na cabeça, o carro não saiu boiando, estou vivo e ainda por cima seco -reclamar do quê?

O que dizer quando a visão do colapso começa a se tornar monótona e as pessoas, nas fotos, parecem até resignadas? O que pensar e esperar quando a tragédia urbana parece já incorporada à rotina da cidade?

(Artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de terça, 1º de março de 2011)