sexta-feira, 20 de junho de 2008

Parem o mundo que eu quero descer...

Acho que está na hora de ressuscitar o personagem Stanislaw Ponte Preta, do impagável jornalista carioca Sérgio Porto (1923-1968), e duas de suas mais geniais criações: o Samba do Crioulo Doido e o Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País.

Nem precisamos fazer um exercício muito trabalhoso. Basta uma leitura nos jornais de hoje. Vejamos:

1) Maluf se revela comunista. O eterno candidato Paulo Maluf, que quer botar uma laje sobre o Rio Tietê e afirma que São Paulo precisa agora de um construtor, fechou assim a sua entrevista à Folha: "Do jeito que o PT defende banqueiro, me sinto comunista."

Maluf também se comparou a outros políticos, não por seus atributos, mas por outro motivo mais insólito: "Washington Luís foi prefeito, governador, presidente, foi preso e deportado. Getúlio Vargas, se não tivesse se suicidado, seria preso. Juscelino foi preso, deportado, exilado. Jânio Quadros preso 90 dias em Mato Grosso. Quem mais foi preso? (A repórter lembra: o senhor) O Lula não foi?".

2) Políticos caçados pelo TRE. Não é erro gramatical, não. O Tribunal Regional Eleitoral, não contente em cassar mandatos, resolveu caçar os candidatos e a imprensa pela publicação de entrevistas jornalísticas. Ora, ora. Que ranço autoritário é esse?

3) PSDB x PSDB. Está cada vez mais acirrada a disputa interna que opõe os idealizadores da candidatura de Geraldo Alckmin aos defensores da manutenção da aliança com o prefeito Gilberto Kassab, que tem pena de tucano, bico de tucano e faz o maior governo tucano do país, mas que não é bem aceito no ninho de águias, gaviões e urubus.

4) O bloquinho afunda. Era a crônica de uma morte anunciada (perdão Gabriel García Márquez, mas acho que está bem acompanhado nesta lembrança de Sérgio Porto). O tal bloco de esquerda que reune PCdoB, PDT e PSB (com alguns outros aliados de ocasião) jurava de pés-juntos (uai, mas juramento de ateu é pra valer?) que manteria a candidatura de Aldo Rebelo até o fim. Pois é. Mantiveram até o fim, porém antecipando-o. Apoiar o PT depois de tanto discurso antipetista é o fim da picada! É mais ou menos como se no choque entre o Titanic e o iceberg, afundasse o bloco de gelo.

5) A volta dos que não foram. Dois partidos dos considerados nanicos fizeram água no derretimento do tal "bloquinho": o PMN, que terá candidato próprio à Prefeitura de São Paulo, e o PHS, que depois de dar um passa-moleque na ex-quase candidata Zulaiê Cobra, resolveu aderir à quase-candidatura de Geraldo Alckmin.

6) Essas mulheres maravilhosas. Atitudes surpreendentes das mulheres nesta pré-campanha não faltam. Primeiro foi Zulaiê Cobra: namorou o PPS e casou com o PHS, mas já divorciou e se "amigou" com Kassab. Depois, Luiza Erundina: brigou com o PSB, namorou o PPS (deixou até um "filho" aqui), flertou com Marta e... qual será o fim da história?

PS. Ficamos sabendo também, pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, que Marta Suplicy ainda usa biquini.

A nota de hoje: Marta Suplicy (PT-SP) foi ao desfile da Cia. Marítima, quarta-feira, no São Paulo Fashion Week. "Eu também uso biquíni", disse. E moda ajuda a ganhar eleitores? "Sinceramente, não sei, mas na periferia elogiam bastante a minha pele".

Calma, Stanislaw, não trema no túmulo, por favor.