sábado, 24 de novembro de 2007

Chávez hoje, Lula amanhã: "Sem querer querendo"

"Podem criticar o Chávez por qualquer coisa, inventem uma coisa para criticar o Chávez, mas não há como dizer que não há democracia na Venezuela."

Essa é a visão míope do presidente Lula sobre o colega venezuelano Hugo Chávez. Lamentável.

Pois se já não bastassem todos os exemplos do ditadorzinho latino-americano metido à esquerdista, tão boçal quanto o seu oposto à direita, George W. Bush, agora Chávez resolveu insultar e ameaçar de prisão os líderes religiosos que criticam seu governo.

"Reitor (Luis) Ugalde, uma vez o perdoei, mas se o fizer outra vez vai parar em (na prisão) Yare, com batina e tudo (...) E você também cardeal", disse Chávez, a respeito de declarações do reitor da Universidade Católica Andrés Bello e do cardeal Jorge Urosa Sabino contra a reforma constitucional.

"Vagabundos", "meliantes", "aduladores", "estúpidos" e "retardados mentais" foram os adjetivos empregados pelo presidente venezuelano à hierarquia da Igreja, que criticou em um documento público a proposta de mudança da Constituição, que será submetida a um referendo no dia 2 de dezembro.

"São o demônio, defensores dos mais podres interesses, são uns verdadeiros vagabundos, do cardeal para baixo", disse Chávez em um polêmico programa noturno da televisão estatal.

A Igreja venezuelana divulgou em 19 de outubro um documento no qual critica a proposta constitucional porque "limita a liberdade dos venezuelanos, incrementa excessivamente o poder do Estado, elimina a descentralização e o governo controla muitos espaços da vida cidadã".

"Que rezem 100 pais-nossos e 100 ave-marias de joelhos", completou um tresloucado Chávez.