segunda-feira, 23 de julho de 2007

Kassab sobe nas pesquisas e embola jogo eleitoral

Pesquisa Datafolha mostrou ontem que a aprovação ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) entre os paulistanos (avaliação de bom e ótimo) dobrou e passou de 15%, em março, para 30%, neste mês.

Com esta ascensão, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), filho do prefeiro carioca César Maia e presidente nacional do DEM, afirma que a candidatura de Kassab à reeleição em 2008 se torna "irreversível".

O próprio Kassab é mais comedido. Diz que ainda é cedo para uma decisão e defende a manutenção da dobradinha com os tucanos. Segue firme, porém, na estratégia de se tornar mais conhecido e palatável para o cidadão paulistano, com uma onda de propagandas no rádio e na TV de sua administração e da campanha Cidade Limpa.

"A pesquisa acaba com o discurso de alguns tucanos e petistas de que o prefeito não existia", diz Maia.

Nos jornais de hoje, o líder do DEM afirma que a discussão agora é outra: haverá aliança com o PSDB na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2008?

Maia acha que sim, mas com o DEM na cabeça da chapa porque "o governador José Serra (de quem Kassab era vice) tem sido implacável na defesa da candidatura de Kassab".

Uma divisão pode favorecer o PT, e Maia faz uma advertência aos tucanos: "Eles devem considerar a hipótese de não disputar o segundo turno."

O recado é dirigido especialmente ao grupo do ex-governador Geraldo Alckmin, que segue em "guerra fria" com o grupo de José Serra. A disputa pelo comando do Diretório paulistano do PSDB, no próximo mês, entre os dois grupos, deve acirrar os ânimos.

Um dos principais aliados de Kassab dentro do PSDB, o secretário da Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, cotado inclusive para ser o vice numa encabeçada pelo prefeito, disse que os números apontam para a legitimação da candidatura de Kassab à reeleição.

O ex-governador Cláudio Lembo (DEM), resume o acordo informal costurado entre os dois grupos: "O candidato vai ser quem estiver melhor nas pesquisas". Mas conclui: "Essa pessoa será o Kassab".