terça-feira, 8 de maio de 2007

Lula quer pegar carona no papamóvel

Os jornais informam hoje que "Lula quer que papa divulgue Bolsa Família".

Segundo a imprensa, o presidente elogia a ação social da igreja, diz que a religião católica tem papel "de elevar o nível de consciência das pessoas" (divulgando o assistencialismo lulista?) e afirma que deseja conversar com o papa Bento 16, ao encontrá-lo em São Paulo, sobre o processo de degradação da estrutura familiar brasileira.

Mas não é só isso. São Luiz Inácio Lula da Silva, o santo protetor dos mensaleiros e sanguessugas, vai além. Está crente (ops!) que transformará Bento 16 em garoto-propaganda mundial dos programas sociais do governo brasileiro no combate à pobreza.

"Um dos assuntos que tenho interesse de discutir com o papa é o papel da igreja nas políticas públicas que a igreja já tem", disse ontem Lula em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente".

"Mas, sobretudo, discutir com o papa as políticas sociais que estamos fazendo no Brasil para que ele, como a pessoa mais importante da Igreja Católica, possa ajudar a disseminar essas boas políticas públicas para o mundo."

D. Paulo, D. Helder, D. Lula

Depois, em entrevista a 154 emissoras de rádio católicas, São Lula cometeu uma heresia à Santa Paciência do povo brasileiro: comparou as acusações contra os mensaleiros e os envolvidos em investigações por corrupção no seu governo às calúnias feitas ao arcebispo emérito de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, e a d. Helder Câmara (1909-1999), ex-arcebispo de Olinda e Recife (PE), durante o regime militar.

Segundo O Estado de S.Paulo, Lula disse que "passaram-se os anos e as calúnias levantadas contra essas pessoas nunca foram provadas", ao responder ao padre César Moreira, da rádio Aparecida, se "tinha feito o que devia" a respeito da maneira como o governo tratou a questão das acusações de pagamento de mesada a parlamentares para que votassem propostas de interesse do Planalto.

Lula respondeu que "o presidente da República não é policial nem tem papel de juiz" e que a Justiça vai decidir quem é ou não culpado.

"Na verdade teve muitas coisas que foram colocadas a público sem nenhuma veracidade, sem nenhuma prova, sem nenhum argumento que pudesse dizer: isso é verdadeiro", afirmou Lula.

Ao final da resposta, o presidente fez a comparação com d. Paulo Evaristo Arns e d. Helder Câmara e acrescentou que "os caluniadores não querem provas, eles só querem caluniar".

Na década de 70, d. Paulo lutou pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no País. Também foi um dos escritores do livro Brasil nunca mais e integrou o movimento "Tortura nunca mais".

Por causa de sua atuação política e social, d. Helder foi chamado de comunista e sofreu retaliações por parte das autoridades militares.