Dos 20 mil cargos sem concurso público à disposição do governo federal, 11.817, com salários entre R$ 1.232 e R$ 7.595, estão subordinados aos 16 ministros do PT. O "filé mignon" está nos 3.884 postos da Esplanada com salários a partir de R$ 4.898 e auxílio-moradia próximo a R$ 1.800.
Sabemos que cada "companheiro" é obrigado, pelo estatuto petista, a pagar mensalmente a sua contribuição partidária, que varia de 2% para filiados em cargos de confiança que recebem até 6 salários mínimos, a 20% para ocupantes de cargos executivos ou parlamentares que recebem acima de 20 salários mínimos.
Numa conta rápida, digamos que o salário médio desses 11.817 apadrinhados petistas esteja na casa dos R$ 3.000 e as contribuições, uma pela outra, seja de 10%. Só aí, o partido arrecada R$ 3,45 milhões por mês.
Somados os duodécimos do Fundo Partidário, que para o PT em 2006 foram de R$ 2,01 milhões (ou R$ 24,13 milhões no ano), chegamos à extraordinária arrecadação mensal de R$ 5,46 milhões. Um faturamento anual (com o 13º) de R$ 71 milhões, equivalente a uma empresa de porte médio. Só com uma diferença: esse dinheiro sai dos cofres públicos (do meu, do seu, do nosso bolso).
Base aliada
Sob o comando dos 5 ministros do PMDB, estão outros 3.773 assessores de confiança comissionados.
Com a reforma ministerial concluída na semana passada pelo presidente Lula, o potencial de cargos do PMDB cresceu incríveis 446%, passando de 690 vagas (quando tinha só Comunicações e Minas e Energia) para as atuais 3.773 (com o acréscimo da Integração Nacional, Saúde e Agricultura).
Ao PMDB, aliás, cabe também a maior fatia das verbas orçamentárias. Seus cinco ministros terão, em 2007, R$ 45,3 bilhões em gastos sobre os quais têm algum poder de decisão.
De acordo com levantamento feito pela Folha de S. Paulo, outros partidos da coalizão, como PP, PDT, PV, PTB, PC do B e PR, com um ministério, terão cada um cerca de 500 cargos.
Já o PSB, com a pasta de Ciência e Tecnologia e uma secretaria especial de Portos a ser criada, deverá contar com ao menos mil desses cargos comissionados.
Diante desse crescimento invejável e de tal exemplo de distribuição de renda, ainda tem gente que reclama dos resultados da Economia brasileira. Vai entender...
