terça-feira, 13 de março de 2007

Deputado Federal Arnaldo Jardim

“Chego com a seguinte disposição: sou um dos 513 parlamentares que vão votar e decidir as leis do País. Preciso estar muito atento, consciencioso e nunca perder a referência com as minhas bases, as pessoas que me elegeram, com as quais tenho compromissos. É isso que vai orientar o meu mandato.”
Arnaldo Jardim, engenheiro civil, 52 anos, casado, pai de 3 filhos. Iniciou sua vida política como líder estudantil, na Escola Politécnica da USP. Foi eleito pela primeira vez deputado estadual em 1986 e já no segundo mandato, em 1991, foi Líder do Governo e do PMDB na Assembléia Legislativa. Em 1992 assumiu a Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo, onde ficou até 1993. Em 94 disputou eleições majoritárias como candidato a Vice-Governador pelo PMDB.

De volta à Assembléia, de 1999 a 2006, o deputado ganhou destaque como relator geral do Fórum São Paulo Século XXI e da CPI dos Combustíveis; e coordenador da Frente Parlamentar pela Habitação, da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável e da Frente Parlamentar pelo Cooperativismo Paulista.

No âmbito partidário, foi Presidente Estadual do PPS (2001/02) e líder da bancada do PPS na Assembléia.

Eleito deputado federal em 2007 com 187.427 votos (sendo 35.552 votos na Capital), Arnaldo Jardim tomou posse em 1º de fevereiro e fala do seu mandato na Câmara em Brasília.

Como o senhor avalia o início do seu mandato como deputado federal?

Brasília é um mundo distinto, com uma dinâmica exigente, faz-se necessário estar sempre presente no plenário para discutir questões que afetam a vida de milhões de brasileiros. Boa parte dos deputados não se conhece, sendo assim existem dois pontos de partida: a questão partidária e as afinidades no âmbito de assuntos de interesse comum. De qualquer forma, chego com a seguinte disposição: sou um dos 513 parlamentares que vão votar e decidir as leis do País. Preciso estar muito atento, consciencioso e nunca perder a referência com as minhas bases, as pessoas que me elegeram, com as quais tenho compromissos. É isso que vai orientar o meu mandato.

Quais foram os primeiros desafios na Câmara?

O primeiro desafio foi à eleição para a Presidência da Casa, quando fui um dos coordenadores da chamada Terceira Via, encabeçada pela candidatura do deputado Gustavo Fruet. Mesmo não tendo viabilidade eleitoral, acredito que tenha sido uma decisão acertada, pois além de incorporar a preocupação permanente de restabelecer o papel da Câmara, dentro dos princípios éticos que regem minha trajetória política, tornei-me mais conhecido entre os pares e demarquei a linha de conduta que pretendo seguir no Congresso.

Depois veio o anúncio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Minha opinião já é pública e notória (clique e confira artigo), mas não me furtei da responsabilidade de apresentar emendas, consultando pessoas e entidades próximas ao mandato, prática que vou manter e aprofundar. Apresentei 23 emendas às diferentes medidas provisórias e projetos de lei, terminei sendo um dos deputados com maior participação. Agora, nos cabe acompanhar a sua tramitação na Câmara.

Como foi a sua estréia na Câmara?

Minha estréia na tribuna da Câmara aconteceu logo na primeira sessão deliberativa, quando me manifestei sobre duas medidas provisórias que foram votadas. Além disso, tenho usado este espaço para levantar questões de ordem, fazer vários pronunciamentos, intervir em debates, além de manifestar-me em nome da liderança do PPS, pois fui escolhido como um dos vice-líderes do partido, fato que muito me orgulhou.

De que Comissões da Câmara o senhor participará?

Integro a Comissão de Minas e Energia, sou suplente na de Viação e Transportes e posso, ainda, integrar a de Assuntos Exteriores. Todos estes assuntos relacionados à nossa atuação, desde a Assembléia paulista, e que devem demandar muitas atividades e posicionamentos em áreas estratégicas para o Brasil, como energia e transportes. Também vou acompanhar de perto as discussões sobre a Lei Geral das Agências e a Política Nacional de Resíduos Sólidos, além outras questões que balizam a nossa atuação parlamentar.

Como o senhor avalia o papel do PPS na Câmara?

Sinto que a bancada está muito coesa, apesar de enfrentarmos um momento desafiador. Reconduzimos o deputado Fernando Coruja (SC) como líder da bancada, uma proposta apresentada por mim na reunião da bancada. Entretanto, elegemos uma bancada com 22 deputados federais, mas já perdemos cinco, diante da velha atração do Governo Federal. Deputados que partiram para outras siglas para assim estarem “mais confortáveis” para tentar uma reaproximação com o Governo Lula. É lamentável, mas faz parte de uma cultura política que ainda vivenciamos.

Neste sentido, estou muito animado com relação aos resultados da Conferência Política Caio Prado, da qual faço parte da comissão organizadora. Vocês poderão acompanhar este momento histórico de reorganização, redefinição de objetivos e fortalecimento do PPS, através dos meus próximos pronunciamentos, pelos sites do PPS e o meu oficial.

Na Assembléia paulista, o seu trabalho setorial sempre foi marca registrada da sua atuação parlamentar, como se dará sua continuidade?

Algumas das minhas bandeiras serão levadas ao Congresso Nacional, como é o caso da luta por uma maior participação na matriz energética brasileira de fontes alternativas, limpas e renováveis, diante de todo o nosso trabalho em torno dos biocombustíveis.

Além do compromisso com o cooperativismo, onde já integro a Frente Nacional do Cooperativismo (Frencoop). Também não posso deixar de mencionar à habitação, afinal estamos muito entusiasmados com a condução que vem sendo feita pelo Dr. Lair Alberto Soares Krähenbühl à frente da Secretária de Habitação do Governo Serra, uma indicação acertada feita pelo PPS.

Continuarei acompanhando a regulamentação da Política Estadual de Resíduos Sólidos e a de Apoio ao Cooperativismo, fazendo com que estas bandeiras tenham continuidade em Brasília. Assim como, a regulamentação do Teste do Olhinho, algo que já era reivindicado há muito tempo pelas Unimeds, que foi aprovado no final do ano passado.

Além disso, teremos parlamentares amigos nossos, estão na Assembléia de São Paulo, com os quais manteremos contato e que certamente vão ajudar a fazer com que estas bandeiras continuem tremulando também aqui em São Paulo.

Nos últimos meses, o senhor teve duas perdas importantes. Comente.

Neste período tive duas perdas pessoais significativas, pois além de serem pessoas da minha relação pessoal, muito queridas, permitam-me dizer: dois brasileiros que orgulham a todos nós cidadãos que temos compromissos com o Brasil.

Falo da perda de Fernando Gasparian, meu sogro, deputado constituinte, um homem que teve sua vida marcada pela coerência. Foi muito dolorido pra mim, para minha família e todos que aprenderam a respeitá-lo e a conviver com ele.

Outro que nos deixou agora foi o Dr. Chopin Tavares de Lima, que teve um significado muito importante em toda a minha trajetória política, uma pessoa integra e correta, com o qual tive o orgulho de trabalhar na Secretaria do Interior, como chefe de gabinete.

Ambos deixam um legado de respeito e são referências a todos aqueles que acreditam ser possível fazer política com seriedade e dignidade.